20 DE JUNHO DE 1909 - LISBOA : A ESTREIA DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO EM 1878 NA PRAÇA DO CAMPO DE SANT'ANNA É RECORDADA 31 ANOS DEPOIS A PRETEXTO DA SUA FESTA NO CAMPO PEQUENO

 


Revista Taurina - Hemeroteca da CML

JOSÉ BENTO D'ARAUJO

            Que gratas recordações nos evoca este nome. Faz-nos lembrar o tempo em que a tauromachia era para nós o nosso mais enthusiastico divertimento, no qual se salientavam nobres e plebeus, defrontando-se com os mais terriveis adversarios.

            Aquellas touradas de fidalgos, em que os rapazes d'então faziam vibrar a alma nacional, vivem hoje apenas na tradição.

            D'essa pleiade enorme pelo numero e pelo valor, poucos restam. Tudo passe, tudo o tempo destroe ! As «esperas», tão do agrado do alfacinha e que eram, por assim dizer, a primeira phase d'uma corrida, desappareceram por completo. Seguia-se a embolação, que não deixava dormir a manhã na cama e a que nenhum amador, digno d'esse nome, se furtava.

            N'essa occasião se faziam conjecturas sobre a lide, se faziam previões sobre o que seria a corrida. E raras vezes os touros de Roquette ou do Bonacho desmentiam os vaticinios formados.

            Foi n'esse tempo saudoso — mez de junho de 1878 — que na velha arena do Campo de Sant'Anna se apresentou, revestido do maximo arrojo, um rapaz novo, quasi imberbe, que mostrou logo as suas aptidões, fazendo prevêr o que mais tarde viria a ser : — um grande cavalleiro.

            Talvez esse cavalleiro não goste que recordemos a epoca da sua estreia, que constitue como que uma certidão d'edade. mas os homens só teem a edade que parecem ter e José Bento d'Araujo, o cavalleiro a que nos referimos, ahi está são e vigoroso, servindo de exemplo aos novos e fazendo, com a alegria e a correcção do seu trabalho, levantar uma praça em fremitos de anthusiasmo.

Z.B.

In REVISTA TAURINA, Lisboa - 20 de Junho de 1909

12 - 13 DE JUNHO DE 1909 - FARO : MALAGUEÑO, TOUREIROS PORTUGUESES E CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NAS DUAS PRIMEIRAS TOURADAS (SEGUNDO O JORNAL «PROVINCIA DO ALGARVE») CELEBRADAS NO ALGARVE

 


Biblioteca nacional de Portugal

TOURADAS

            Apesar de ser a primeira que se realisa no Algarve e talvez por isso mesmo, constituiu o melhor da festa. Enchente completa nos dois dias, no segundo mostrando-se a praça muito mais animada. Eis as notas

1.ª CORRIDA

            Primeiro toiro. Negrão, cornialto, tardo em arrancar. Toureado por José Bento (de Araújo), ferros regulares e um par curto bom.

            Segundo touro. Manoel dos Santos fez uma boa gaiola. Dois pares de Manoel dos Santos e dois de Luciano bons. Foi pegado de costas sem ajudas.

            Terceiro touro negro, cornea larga e melasso. Alexandre Vieira e João de Oliveira dois pares cada, bons. João de Oliveira, ligeiramente colhido. Foi pegado de cara.

            Quarto touro. Negro mossilho, alto, bem tratado. Alfredo dos Santos á segunda tentativa deu um vistoso salto de vara. Malagueño sangrou bem duas vezes. Alfredo dos Santos pisado. Passado de moleta por Malagueño : mal aproveitado.

INTERVALLO

            Quinto touro. Listão negro. Vistoso salto de vara por Vieira. Um ferro á meia volta por José Bento (de Araújo) algo descaido. Dois ferros compridos regulares, duas boas tiras, sendo ligeiramente, colhido o cavallo á segunda.

            Um bom curto á estribeira dedicado ás damas, sendo calorosamente ovacionado.

            Sexto touro. Salgado. Meio par á gaiola por Malagueño, trez bons pares, por Manuel dos Santos : um bom par por Malagueño, dançando. Simulou mal a sorte de morte. Depois de varias tentativas para ser pegado, sem resultado, foi recolhido.

            Setimo touro. Um bom par de Luciano n'um resalto. Alfredo dos Santos sangrou duas vezes, e Luciano uma vez. Pegado rijamente de costas pelo Fressura.

            Oitavo touro : João d'Oliveira um par descaido e um regular. Alexandre Vieira dois bons ferros á meia volta. Saltou á trincheira duas vezes.

            Curro bem tratado, mas dando pouca lide. Casa cheia, pouco enthusiasmo para inauguração. José Bento (de Araújo) alegre e valente como costuma, peões diligentes, especialisando Manuel dos Santos. Direcção da corrida acertada, por Emygdio Campos.

2.ª CORRIDA

            Primeiro touro : Tardo em arrancar, mas diligentemente procurado por José Bento (de Araújo) ; conseguiu este meter-lhe um ferro, sendo com boa tira. José Bento (de Araújo) teve a montada duas vezes tocada.

            Segundo touro : Luciano Moreira prendeu um bom par e Alexandre Vieira dois. Manuel dos Santos com um capote adornando-se alegrou a lida d'este touro de pouco corpo mas bravo. Malagueño executou bailados com a moleta e simulou a sorte de morte. Muito mal pegado de cara, não devendo ter sido mandado pegar por ter a pancada alta e cornea fechada.

            Terceiro touro : João de Oliveira enfeitou com 3 bellos pares, um cambiando. Alfredo dos Santos saiu-se com um bom par. José de Oliveira deu uns passes de moleta com alegria. Pegado de costas por Moreira sendo derrotado á primeira tentativa. João de Oliveira chamado á arena e muito aplaudido.

            Quanto touro : Manuel dos Santos prendeu dois pares regulares. Alfredo dos Santos colhido e pisado. Malagueño colocou dois bons pares e um deschaido. Muito bem pegado de cernelha, depois de ser chamado de cara e voltear um forcado duas vezes.

INTERVALLO

            Quinto touro : Corpulento, negrão, cornialto. Alexandre Vieira deu um bom salto de vara. José Bento (de Araújo) toureou-o no cavalo branco com que cortejara, sangrando o cachaço com 3 ferros compridos e um curto offerecido á assistencia, que resultou magnifico. Grande ovação.

            Sexto touro : Bandarilhado por Manuel dos Santos e Alfredo dos Santos, recolheu ao curro com 4 pares de ferros, 2 de cada, sendo rijamente pegado de cara.

            Setimo touro : N'uma sorte offerecida, Malagueño prendeu um par muito egual em su sitio e 2 bons pares. Luciano Moreira dois regulares e um bom. Valentemente pregado de costas em cadeira pelo Fressura, que foi muito aplaudido.

            Oitavo touro : Corpulento, cortando de largo. Levou dois bons pares de João de Oliveira e outros de Alexandre Vieira.

            Terminou a festa com illuminações á noite, prejudicadas pelo vento e com fogos, sem ser um effeito lindo como o anno passado apenas apresentando de notavel este anno a cascata, que agradou muito.

In PROVINCIA DO ALGARVE, Tavira - 19 de Junho de 1909

NOTA :

LER TAMBÉM : https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2025/06/11-13-de-junho-de-1909-faro-cavaleiro.html

20 DE JUNHO DE 1909 - LISBOA : FESTA DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA PRAÇA DO CAMPO PEQUENO

 


Revista Taurina - Hemeroteca CML


In REVISTA TAURINA, Lisboa - 20 de Junho de 1909

24 DE JUNHO DE 1909 - CACILHAS : CORRIDA DO SÃO JOÃO COM OS CAVALEIROS EDUARDO DE MACEDO E JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA PRAÇA NOVA (DEPOIS DA DE ALMADA ARDER)

 


Revista Taurina - Hemeroteca da CML

Touradas festivas

O S. JOÃO EM CACILHAS

            A tradição toureira do S. João na Outra Banda, interrompida ha annos, desde que um voraz incendio reduziu a cinzas a velha praça de Almada, será continuada este anno na nova e elegante praça de Cacilhas, mandada construir pelo nosso amigo sr. Luiz de Lacerda.

            Para esse dia preparou o sr. Lacerda, uma excellente corrida, na qual tomarão parte os festejados cavalleiros José Bento (de Araújo) e Eduardo de Macedo, e os applaudidos bandarilheiros Theodoro, Cadete, Manuel dos Santos, Ribeiro Thomé, Alfredo dos Santos e o festejado toureiro hespanhol Antonio Trujillo Malagueño.

            Apresenta-se pela 1.ª vez, n'esta praça, a applaudida novilheira Josefa Mola Pepita, que ha pouco regressou das Terras de Santa Cruz, onde toureou com bastante agrado.

In REVISTA TAURINA, Lisboa - 20 de Junho de 1909

NOTA : «Josefa Mola Pepita fue destacada más por su belleza que por su valor. Toreó en Portugal, España y América.» FONTE : Tese de J. Vargas Cuevas e B. Delgado Huillca na Universidade Nacional de San Agustín de Arequipa. 

https://repositorio.unsa.edu.pe/server/api/core/bitstreams/87a75c70-d3f6-4c6b-90d1-6d4e2e7c7797/content

3 DE AGOSTO DE 1902 - LISBOA : ESPADA ANTONIO MONTES E JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA FESTA DO CAVALEIRO SIMÕES SERRA

 
Revista Taurina - Hemeroteca CML

In REVISTA TAURINA, Lisboa - 3 de Agosto de 1902

12 - 13 DE JUNHO DE 1909 - FARO : CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO «MAGISTRAL, TOUREANDO COM ARTE E VALENTIA»

Revista Taurina - Hemeroteca CML

 Faro

            Nos dias 11 e 13, realisaram-se n'esta nova praça, duas magnificas corridas de touros, que resultaram magnificas, pois que os touros do sr. Mendes Nuncio, sairam muito bravos.

            José Bento (de Araújo), que tomou parte nas duas corridas, esteve magistral, toureando com arte e valentia.

            Todos os bandarilheiros sustentaram os seus creditos de artistas diligentes e correctos.

            A empresa pensa dar ainda mais outras corridas.

In REVISTA TAURINA, Lisboa - 20 de Junho de 1909

9 DE JUNHO DE 1895 - ALGÉS: TOURADA COM CARTEL DE PRIMEIRA : ESPADA ESPANHOL FAICO E 3 CAVALEIROS PORTUGUESES...

 


Hemeroteca CML

Praça de Algés

            No dia 9 haverá uma corrida de touros, promovida pelo sr. Bettencourt.

            Está contractado o espada Faico e espera-se resposta d'um matador de novilhos para trabalhar alternadamente com Faico.

            Dizem que os touros serão dos que possue o ex.mo sr. conde de Sobral.

            Cavalleiros serão, José Bento (de Araújo), Fernando de Oliveira e Manuel Casimiro.

        O promotor conta com mais elementos, que brevemente serão annunciados.

In A TOURADA - REVISTA TAURINA, Lisboa - 3 de Junho de 1895

1896 - TOREO ESPAÑOL Y TOREO PORTUGUÉS - «EL CABALLERO REJONEADOR FERNANDO RICARDO PEREIRA» (LIBRO)

 


FERNANDO RICARDO PEREIRA

            Una noche se acostó siendo aficionado nada más, y al amanecer del día siguiente, y del mismo modo que el viejo de Espronceda se sintió joven, Pereira se sintió torero.

            Hombre de acción y adinerado, no tuvo que esperar conveniencias de empresas para presentarse ante el público, y tomando la plaza de Cruz Quebrada, debutó de una manera tan brillante, que nadie vaciló en creer que el arriesgado mozo tenía en su alma todos los gérmenes del buen lidiador.

            En cuantas plazas toreó, alcanzó entusiastas ovaciones y recibió innumerables regalos, distinguiéndose sobremanera en una corrida organizada en Almada á beneficio de la Asociación de socorros mútuos, en que rejoneó alternando con Manuel Casimiro y Adelino Rapozo.

            No es aún Pereira un artista consumado, pero si en el poco tiempo que lleva rejoneando ha conseguido una envidiable reputación, ¿á dónde no puede llegar quien como él tiene una fuerza de voluntad sorprendente, un valor sin límites, y unas dotes de observación tan grandes?

            Como todos los que Dios destina para llehar á ser grandes en algo, vacila, titubea, tiene la alegría de éste, mezclada con la serenidad de aquél, la gallardía de (José Bento de) Araujo, la nerviosidad deTinoco, imita á perfección, pero aún no ha logrado ese sello original que distingue tanto: el estilo propio. Cuando lo consiga y fije su toreo de un modo definitivo, Pereira está llamado á ser uno de aquellos á quienes deba más la tauromaquia portuguesa.

            Quedan trazadas á grandes rasgos las biografías de los más principales rejoneadores de la nación vecina, conocidos todos ó casi todos de los públicos españoles, para los que jamás han sido extranjeros, sino hermanos.


Fernando Ricardo Pereira
Revista A TOURADA - Hemeroteca CML

            Ni las conveniencias políticas, ni las divisiones que los hombres ó las pasiones han establecido, pueden borrar la identidad de raza. Ellos, habitanto la hermosísima región resguardada por Galicia, Castilla, Extrtemadura y el suelo andaluz y bañada por el Atlántico, donde el Miño muere y adonde el Guadalquivir lleva sus ondas azules, no pueden olvidar que un día se llamaron españoles, y que si con tal nombre no se pudieron quedar, se quedaron, sin embargo, con el temperamento fogoso y la imaginación ardiente de Pizarro y Ercilla, reflejados en Vasco de Gama y Camoens.

In LA TAUROMAQUIA, Leopoldo Vázquez, Luis Gandullo e Leopoldo López de Saá - Direcção técnica de Rafael Guerra (GUERRITA) - Mariano Núñez Samper, Editor, Madrid, 1896.

1896 - TOREO ESPAÑOL Y TOREO PORTUGUÉS - «EL REJONEADOR MANOEL CASIMIRO D'ALMEIDA» (LIBRO)

 


MANOEL CASIMIRO D'ALMEIDA

            Es paisano de Adelino Rapozo, y nació en el año de 1858.

            Su biografía como lidiador es muy poco extensa.

            Empezó por figurar en algunas corridas celebradas en Vireu (NOTA : Viseu, Norte de Portugal) como banderillero, mozo de forçado (NOTA : forcado), etc., alcanzando generales simpatías por su decisión delante de los toros.

            Después toreó como aficionado en distintas plazas, pero la primera vez que se distinguió como caballero rejoneador, fué en San Pedro de Sul, su ciudad natal, en 1879.

            Viéndole torear en cierta ocasión un afamado y rico sportman portugués, le comprometió para que tomara parte en una corrida organizada á beneficio de la Asociación de bomberos voluntarios de Vireu (NOTA : Viseu), gustando al público de tal modo, que su nombre empezó á gozar de gran prestigio entre los aficionados.

            En la tarde del 4 de Mayo de 1891, se presentó por primera vez ante el público de Madrid, alcanzando una nutridísima ovación, sobre todo en la suerte de banderillas, suerte á la que, más que todo, debe su popularidad, pues reune inmejorables condiciones para ejecutarla, ver llegar, buen pulso, consentir mucho y apretar clavando.

            Su alternativa data de 1892, y le fué conferido tal derecho en Lisboa, que es donde alcanzó mayores éxitos.

NOTA : Mais dados sobre este cavaleiro aqui : 

https://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/AlbumdosVencidos/N10/N10_master/AlbumdosVencidos_N010_1913.pdf

Manoel Casimiro d'Almeida
Hemeroteca CML

NOTA : Agradeço o apoio de José Leite (autor do blogue RESTOS DE COLECÇÃO), que teve a amabilidade de me facultar o link desta foto da Hemeroteca Digital da CML.

In LA TAUROMAQUIA, Leopoldo Vázquez, Luis Gandullo e Leopoldo López de Saá - Direcção técnica de Rafael Guerra (GUERRITA) - Mariano Núñez Samper, Editor, Madrid, 1896.

1896 - TOREO ESPAÑOL Y TOREO PORTUGUÉS - «EL CABALLERO REJONEADOR FERNANDO D'OLIVEIRA» (LIBRO)

 


FERNANDO D'OLIVEIRA

            Nació en Benavente el día 12 de Marzo de 1859.

            Empezó por dedicarse á estudiar la carrera de comercio con provechoso resultado, pero aficionándose cada vez más por ese espectáculo que ha hecho colgar tantas becas y togas en proyecto, sentó plaza como caballero rejoneador, alcanzando así más triunfos y más éxitos que seguramente hubiera logrado con su primera profesión.

            Toreó por primera vez en Villafranca de Xira en 1879, recorriendo varias plazas de España y cosechando aplausos en todas ellas.

Revista ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA - Hemeroteca CML

            El toreo de Oliveira se distingue del de los demás en lo alegre y preciso que es. Mide los tiempos como ninguno, no da vueltas inútiles, y suele rejonear á la española de un modo elegantísimo, yendo paso á paso hacia la res, picando espuelas de pronto y saliendo como una exhalación por el costillar, mientras clava y quiebra el rejoncillo, terminando la suerte de una manera brillantísima.

            Es lo que pudiéramos llamar el torero de la buena escuela, que ha entendido que la figura del rejoneador no es puramente decorativa; que cuando el toro está en los medios escarbando impaciente y los lidiadores de á pié no se atreven á tender la capa, quitando al animal de un terreno que tan favorable puede ser al rejoneador, es de muy mal gusto hacer ejerciicios de picadero, haciendo al caballo dar corbetas ó galopar de través, y perder tiempo inútilmente.

            Fernando d'Oliveira, además de lo observador que demuestra ser para el arte que con tantas ventajas cultiva, es de los lidiadores más arriesgados que pasan ante la cara de los toros.

NOTA  : Fernando d'Oliveira faleceu no dia 12 de Maio de 1904 na Praça do Campo Pequeno, em Lisboa.

Ler o que aconteceu nessa tarde, por exemplo, aqui:

https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2018/11/12-de-maio-de-1904-lisboa-jose-bento-de.html

In LA TAUROMAQUIA, Leopoldo Vázquez, Luis Gandullo e Leopoldo López de Saá - Direcção técnica de Rafael Guerra (GUERRITA) - Mariano Núñez Samper, Editor, Madrid, 1896.

1896 - TOREO ESPAÑOL Y TOREO PORTUGUÉS - «EL CABALLERO REJONEADOR ADELINO DE SENNA RAPOZO» (LIBRO)

 



ADELINO DE SENNA RAPOZO

          Hombre de trato esmeradísimo, con el que consigue tantas simpatías como con su bravura y donaire, es este caballero, que nació en San Pedro de Sul en 23 de Febrero de 1857.

            Contaba treinta y dos años cuando apareció por vez primera en la plaza de Aldegagallega (NOTA : Aldeia Galega), como aficionado, siendo muy  aplaudido. Pero no fué considerado como verdadero lidiador hasta que fué contratado para la plaza de Sierra del Pilar. (NOTA : Serra do Pilar, Norte de Portugal)

Revista SOL E MOSCAS - Hemeroteca CML

            Alternó por primera vez en la plaza de Campo Pequeño el día 16 de Julio de 1893, concediéndole este derecho el notable lidiado José María Casimiro Monteiro, en la tarde en que se celebró la corrida dedicada al banderillero portugués Rafael Peixinho.

            En Madrid rejoneó, en compañia de Alfredo Tinoco, la tarde del 25 de Julio de 1893.

            Ha toreado además, con general apluso, en Setúbal, Villafranca (NOTA : Vila Franca de Xira), Elvas, Cintra, Moita, Barreiro, Coimbra, Évora, Tondella, Torres, Vedras (NOTA : Torres Vedras), Almada, Video (NOTA : Viseu) y Nazareth, donde un toro de la ganadería de Froes le produjo una herida grave y además la fractura del pie derecho. (NOTA : O cavaleiro também  fracturou a clavícula esquerda na corrida celebrada no dia 4 de Agosto de 1895 na praça do Campo Pequeno. Adelino Raposo ausentou-se de Portugal durante 10 anos, residindo designadamente no Rio de Janeiro.)

Papel de carta do cavaleiro tauromáquico.
FOTO : DR

In LA TAUROMAQUIA, Leopoldo Vázquez, Luis Gandullo e Leopoldo López de Saá - Direcção técnica de Rafael Guerra (GUERRITA) - Mariano Núñez Samper, Editor, Madrid, 1896.


1896 - TOREO ESPAÑOL Y TOREO PORTUGUÉS - «EL CABALLERO REJONEADOR LUIZ DO REGO» (LIBRO)

 


LUIZ DO REGO

            Remitámonos á lo que uno de sus biógrafos, Salvador Marqués, si nuestros recuerdos no mienten, decía, en Mayo de 1888, en O Tureiro (NOTA : O Toureiro), de Lisboa, anticipando que la brillantez de su artículo resume todo lo que se pueda hablar respecto al trabajo de los rejoneadores de Portugal.

            Dice así:

            »Desearía preguntar á esos sentimentalistas que derrochan por ahí una retórica banal y enemiga de la fiesta de toros, si asistieron alguna vez á estas brillantes lides, que demuestran el supremo lucimiento de nuestro toreo, cuando los preceptos taurómacos, los primores de la equitación, el donaire y la valentía del caballero, el arranque impetuoso del toro y los movimientos rápidos del corcel son los detalles que constituyen ese cuadro arrebatador que emociona el ánimo profundamente, haciendo prorrumpir á las multitudes en gritos de antusiasmo.

            »Si asistieron á alguno de esos lances, no lo habrán podido contemplar impasibles; y si no asistieron, ¿por qué fallan contra las corridas de toros?

            »Uno de los modernos lidiadores que más reune esas prodigiosas condiciones de rejoneador es ciertamente el airoso y valiente caballero á que nos referimos.

            »Vedlo, lidiando con asombrosa altivez é inquebrantable denuedo; venciendo con las dotes que la naturaleza le ha dado para la equitación la fogosidad de su caballo Leotard; arrojándose á la lucha con la alegre despreocupación de la mocedad, y un coraje y una presencia de ánimo esencialmente varonil; dando alegría á la fiesta, y saliendo incólume de los lances más arriesgados; pero de tal modo, con tanto arte, que es imposible que el más hipocondríaco, el más falto de sensaciones, no rompa en aplauso entusiasta ante el trabajo del gentil caballero, que sintetiza la gallardia y el valor.

            »Hagamos constar ahora algunos datos biográficos del simpático lidiador.

            »Luis Do Rego Da Forneca Magalhaes, (NOTA : Luiz do Rego da Fonseca Magalhães), nieto del gran estadista que dejó en las páginas de la historia política portuguesa un nombre inmortal, nació en 31 de Agosto de 1859.

            »Desde muy pequeño comenzó á presenciar corridas y á manifestar su decidida afición por la fiesta, afición que más tarde debía llevar á la arena á uno de los más arriesgados mantenedores.

            »Hizo su presentación como caballero en la plaza de Villa-Franca de Xira en 8 de Agosto de 1880, en una corrida que se celebró á beneficio del hospital de aquella población.

            »Toreó con mucho arrojo, colocando once hierros en brillantes suertes, y cuantos aplaudían á esa espléndida estrella pronosticaron desde luego que el arrojado debutante llegaría á ser uno de nuestros más distinguidos caballeros.

            »A los pocos días toreó en Alhandra en compañía de Alfredo Tinoco, José de Mascarenhas y Jerónimo Vianna... El público colmó de aplausos el trabajo del caballero.»

            Hasta aquí el biógrafo; nosotros añadiremos estos datos entresacados del mismo artículo, que no publicamos íntegro por su extensión.

            En 29 de Junio de 1881 toreó en Lisboa en una corrida dedicada á Tinoco, lidiando al toro Rasteiro, de la ganadería de Roquete, al que puso siete hierros magníficos y dos pares de banderillas. Es este mismo año, en una función á beneficio de (José) Bento d'Araujo, lidió magistralmente un toro del Conde de la Atalaya, acabando por poner hierros cortos, empleando igual procedimiento con otro magnífico toro de la ganadería de Marqués, ya lidiado en otras ocasiones, y ganando la ovación más grande nque, segun el repetido biógrafo, se ha escuchado en la plaza de Santa Ana. (NOTA : Sant'Anna, Lisboa)

            En 1883, y en una corrida celebrada en honor del rey de España D. Alfonso XII, Do Rego terminó su trabajo, poniendo hierros cortos á gampa, suerte que hasta entonces no había sido ejecutada.

            En Madrid, y en competencia con Tinoco, rejoneó dos toros de Palha Blanco, mereciendo del público y la prensa los mayores elogios.

            En Sevilla rejoneó un toro de Benjumea, produciendo extraordinario entusiasmo, recibiendo muchos regalos, entre ellos un magnífico alfiler de corbata orlado de brillantes.

            Do Rego posee la cabeza de dicho toro, que fué estoqueado por el espada José Ruiz (Joseito).

Revista Serões - Hemeroteca CML

            Ha toreado además en Lisboa, Santarem, Cartaxo, Moita, Almada, Montemor ó Novo, Elvas, Extremoz, Cintra, Caldas (NOTA : Caldas da Rainha), Nazareth, Thomar, Setúbal, Góllega. ((NOTA : Golegã)

            Luis do Rego une á sus extraordinarias aptitudes de toreador, las de jinete tan consumado, que su caballo Leotard, verdadero caballo de sangre y tan acostumbrado á la lidia, que burla de continuo las acometidas de los toros á saltos de carnero y carreras inesperadas, no ha logrado sacarle de la silla una sola vez.

In LA TAUROMAQUIA, Leopoldo Vázquez, Luis Gandullo e Leopoldo López de Saá - Direcção técnica de Rafael Guerra (GUERRITA) - Mariano Núñez Samper, Editor, Madrid, 1896.

1896 - TOREO ESPAÑOL Y TOREO PORTUGUÉS - «EL CABALLERO REJONEADOR ALFREDO TINOCO DA SILVA» (LIBRO)

 


ALFREDO TINOCO DA SILVA

            Notabilísimo caballero que cuenta los días en que actuó por las ovaciones recibidas es D. Alfredo Tinoco.

            Nacido en Lisboa en 5 de Julio de 1855, se distinguió desde su más temprana edad por su decidida afición á las lides taurinas, en que interveino ya cuando aún no contaba quince años.

            Su primera salida tuvo lugar en el Campo de Sant'Anna, en una corrida organizada por la Comisión Taurómaca permanente el 14 de Agosto de 1873, y desde entonces, como la de su compañero (José Bento de) Araujo, su vida artística fué un continuado triunfo.

            Su debut como rejoneador habilidoso se verificó en 1 de Junio de 1876, en una corrida de beneficencia celebrada en Lisboa. Hasta entonces había ejercido de banderillero y forcado, llamando notablemente la atención en el difícil arte de Pablo Herraiz en otra corrida que se dió en 24 de Agosto de 1874 á beneficio de los heridos de la guerra civil de España.

Revista Serões - Hemeroteca CML

            Jinete duro y garboso, capaz de domar el más indomable potro del Atlas ó de las llanuras argentinas; elegante de figura, y con un valor indomable, no hay toro que por fiero que sea le haga retroceder. Su caballo, dócil intrumento de su voluntad, obedece á la menor presión de las riendas, y va paso á paso hacia el toro; el bruto parte rugiente de rabia; (Alfredo) Tinoco entonces imprime con las rodillas una ligera presión al corcel, que salta, burla á su enemigo, le sortea, le cansa, estrechándole más en cada vuelta, hasta que el jinete deja caer la mano nerviosa que empuña el rejón, quebrándole con airoso ademán y alzando en seguida el mutilado puño del arma como un trofeo de victoria.

            Para los aficionados de Madrid no es (Alfredo) Tinoco un desconocido. Frecuentes han sido las ovaciones que se le han tributado en nuestra plaza, así como en las más importantes de nuestra nación y en las principales de Francia, donde se rinde culto verdadero á la fiesta taurómaca.

NOTA : Consultar também https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2018/12/1-de-novembro-de-1909-lisboa-praca-do.html

In LA TAUROMAQUIA, Leopoldo Vázquez, Luis Gandullo e Leopoldo López de Saá - Direcção técnica de Rafael Guerra (GUERRITA) - Mariano Núñez Samper, Editor, Madrid, 1896.

1896 - TOREO ESPAÑOL Y TOREO PORTUGUÉS - «EL CABALLERO REJONEADOR JOSÉ BENTO DE ARAÚJO» (LIBRO)

 


Nimes
FOTO : © Rui Araújo

La hermandad por los toros. — ¡Abajo los detractores! — Dumas, Madame Severine, Coope, Gautier. — El rejoneo á la portuguesa. — Caballeros rejoneadores.

            Va tan íntimamente unida la historia del toreo portugués á la del español, que apenas si se diferencian en algunos detalles.

            Verdadero punto de hermandad entre ambas naciones han sido las corridas de toros, hasta el extremo de aceptar como suyos nuestros lidiadores, aplaudiendo sin reserva su temeridad y su arrojo, ajenos siempre á patrioterías de mal gusto, y á sensiblerías cursis, y dispuestos al férvido entusiasmo que en el alma más tranquila provoca de continuo el espectáculo de nuestra fiesta favorita.

            Saben demasiado que á las corridas de toros no se las puede exigir más de lo que dan ni ver en ellas esas trascendencias filosóficas que se empeñan en achacarles los que presencian indiferentes el juego del boxeo que mata ó por lo menos desnariga á un hombre; el juego del polo que desriñona é inutiliza á los más ágiles y hermosos caballos, y las carreras en que el jockey se descrisma; los que pidiendo sin cesar carne cruda para satisfacer su apetito tienen el egoismo de no presenciar ni sufrir viendo cómo se vierte la sangre de la víctima que pedazo á pedazo han de devorar en el sabroso roosbeef.

            ¡Ah! La humanidad es así; siempre la eterna fábula de Samaniego realizada; siempre el brutal estómago con hambre, y las uñas prontas á desgarrar y los labios ávidos de fijarse sobre los bordes de la herida para chupar la sangre como el hurón, condenando después con el gesto hipócrita y melindroso, cuando la disgestión hiposa deja paso apenas al análisis del espíritu, el ansia brutal.

            En Francia comen todos los días más de 40 millones de habitantes y todos reclamarán carne fresca, imponiéndose, por consecuencia, el sacrificio de innumerables reses. Es casi seguro que los más graves detractores de nuestra fiesta nacional serán inimitables comedores de magras. Dumas (padre), por ejemplo, aquél que dijo que las fortalezas españolas se rendían á la primera intimación, y cuya imaginación brillante no le puede disculpar á nuestros ojos de ser el escritor más injusto, tenía especial predilección por los asados y las buenas lonchas de ternera y los buenos jigotes de vaca; Mad. Severine y Coope, probablemente habrán hecho más gasto de carne que Teófilo Gautier, nuestro defensor antusiasta.

            Pues bien; toda esa inmensa multitud, comiento el solomillo de vaca con más avidez y más ruido que los gusanos de seda la hoja del moral, ¿cuántos golpes de maza no representan en los mataderos de París y de los departamentos?

            Puestas en fila las reses que es necesario sacrificar á la hora del sacrificio, podría compararse su espectáculo á un campo lleno de espadaña tronchado de súbito por la furia del vendaval. Y, sin embargo, esas sutiles y etéreas criaturas sacan á relucir la ley Grammont y quieren que el toro sea animal doméstico. En ese país brotan sociedades protectoras de todos los animales hasta que llega la hora de comérselos, que es precisamente lo que antes hacían los indígenas de Nueva-Zelanda con los náufragos que conseguían atrapar.

            ¿No es cien veces, y dentro de lo relativo, más espiritual el ver sacrificar un toro en un lugar que no tenga los asquerosos miasmas de un matadero, dándole ocasión para defenderse y derecho á atacar, siendo burlado y arrostrando su furia, sufriendo á menudo los efectos de su encono desesperado? ¿No es mil veces, repetimos, más espiritual que amarrarle dejándole sin defensa, surgir de pronto y hacerle rodar un mazazo?

            Eso admitido, detractores de mi alma, ¿qué trataréis de demostrar? ¿Que siempre es odioso el espectáculo de la sangre? ¡Oh, sí, muy antipático! Sobre todo, es más cómodo decir: «Vertedla, vertedla, pero que no lo vea yo; dádmela en vajillas de oro, en treinta y dos platos con más adornos que los que prodigaban en los antiguos banquetes florentinos; sacrificad para obsequiarme vuestro buey más hermoso y más joven ante el ara divina de mi estómago, mientras me baño en agua de rosas en el lugar más recóndito y silencioso del bosque, donde los gorjeos de las aves no deien llegar hasta mí los tristes balidos de la víctima; descuartizad y hundid vuestros brazos hasta el codo en las entrañas palpitantes, y apartad con gran cuidado los riñones, que es mi plato especial; preparadme entre adornos de odoríferas yerbas el suculento solomillo, y al servirlo presentáos á mí con las manos limpias, muy limpias, donde yo no vea una sola gota de sangre que me produzca lástima ó asco. ¡Ah, sí! Yo como por necesidad y soy miembro de una sociedad protectora de animales y plantas, pero encierro mis ideas en estos silogismos.

            «Toda planta debe brotar para que yo la arranque. Todo animal tiene derecho á vivir, luego es natural que yo me lo coma.»

            Contra todos los estadistas, contra todos los filósofos, contra todo lo que preconicen esos ciudadanos que pretenden velar por la dicha del pueblo, destruir con argumentos sin lógica las costumbres porque á ellos no les gustan, á ellos, que componen la minoría, hay una suprema razón, y es la siguiente:

            El pueblo tiene más razón que nadie.

            Cuando adopta una costumbre ó profesa una religión y mantiene con desvelo su culto y su fe, no hay que dudar que lo que mantiene es bueno.

            Por eso precisamente las provincias meridionales de Francia, Arlés, Nimes, Bayona y Mont de Marsán, tan aficionadas á las corridas de toros como Madrid, Sevilla y Barcelona, mantienen enarbolado constantemente el estandarte de la rebelión contra todo decreto y toda ley que tienda á prohibir nuestra fiesta, que ya es también suya.

Arles
FOTO : © Rui Araújo

            No importa que el prefecto trate de impedir la entrada al circo: el pueblo va, el pueblo empuja, y entra, y pide que se corran los toros á uso español, y el pueblo funda periódicos taurinos, y publica vocabularios con términos tauromáquicos, para poder sentir más hondo el conocimiento de lo que el espectáculo es, y aprender más de prisa las denominaciones de sus distintos lances.


Nimes - as arenas romanas (POSTAL)
FOTO : DR

            Nimes, Arlés, Bayona... vosotras dais un eumpujón á los Pirineos, colocándolos más allá del pueblo del Tartarín, inmortalizado por Daudet: vosotras, lo mismo que Lisboa, Porto y Santarem, os vais haciendo hermanas nuestras por la comunidad de gustos. Adelante siempre: la fiesta de toros no es una derivación del antiguo circo romano, donde el gladio y las garras terminaban la vida de los hombres. No es el Spoliarium de estas fiestas, sino la fiera sacrificada noblemente por el hombre, para repartir después su carne entre la gente que necesita comer barato.

            Los toros son una diversión que se extiende y sube como la marea, sin que puedan contener su movimiento ascendete diques ni propósitos. Palmo á palmo ganará terreno, y de la misma manera que Hernán Cortés y Vasco de Gama conquistaban lentamente Méjico y las Indias, así la afición á las corridas, adelantando, conquistará este departamento hoy, el otro mañana; triunfará en París, por llevarla el pueblo; invadirá como la oleada de la inundación la parda línea de los Vosgos por la derecha, subiendo de España, mientras hacia el Noroeste, precipitándose en la Vendée y en Bretaña, se detendrá un momento en el canal de la Mancha, esa masa líquida en cuya superficie circulan ya las corrientes glaciales del polo, pero pasará al fin y se apoderará de Londres, mientras rueda con fantástica rapidez sobre el suelo de prusia.

            Entonces la afición, lanzando un grito estentóreo de entusiasmo, proclamará la fiesta española, fiesta universal. ¿Será realizable este sueño? Mientras vaya ganando terreno, por lo menos se puede tener esperanza.

            ¿Chi lo sa?

            Pero no divaguemos, y sea con nosotros el método.

            Hablábamos de Portugal, de la hermosa patria de Camoens, y decíamos que su toreo no se diferencia del nuestro sino en ligeros detalles.

            Digamos los que son.

            En primer termino, la parte principal del toreo portugués es la caballeresca.

            El rejoneo.

            Pero rejoneo con rejón de los de forma de hoja de peral, al antiguo uso de España; rejón de muerte y no de adorno, clavados por peritísimos caballeros que, en vez de la airosa ropilla, visten para estos lances la casaca de terciopelo, y en vez del fieltro con airón, el sombrero de tres candiles, festoneado con plumas.


José Bento de Araujo
Hemeroteca CML

            El rejoneo á la portuguesa no consiste en citar al toro y esperarle, rejoneando por la derecha mientras el peón le empapa por la izquierda con el capote, sino en buscar á la res, esquivarla, corretear en derredor suyo, poniendo á prueba el que lo ejecuta sus condiciones de habilísimo jinete; cambiar de pronto la dirección que se lleva, y, por último, y estando la fiera en condiciones, cruzar por delante de ella á toda velocidad, clavar y quebrar el rejón, quedándose con el puño como trofeo.

            Hagamos mención de los caballeros del vecino reino que más se han distinguido en esta suerte.

            He aquí los principales:


JOSÉ BENTO D'ARAUJO

            Este distinguidísimo rejoneador, cuyo excelente trabajo han tenido ocasión de admirar los aficionados madrileños más de una vez, nació en Junquería (NOTA : Nasceu na Ajuda, em Lisboa) el año de 1852 (NOTA : 18 de Setembro de 1851 - 2 de Setembro de 1924), cuenta, por consecuencia, en la actualidad, cuarenta y cuatro años.

            Dotado de una afición sin límites y un valor rayano en la temeridad, se presentó por primera vez ante el público de su país en 1874, alcanzando unánimes aplausos, y captándose, desde luego, la admiración y las simpatías del público, pudiendo decirse que desde aquella tarde data la celebridad de este caballero.


José Bento de Araujo
Biblioteca nacional de Portugal

            Después tomó parte en varias corridas verificadas en Sacavem, Campo de Sant'Anna (NOTA : Lisboa), Porto y otras plazas de provincias, alternando con el célebre Monteiro (NOTA : Casimiro Monteiro) y Manuel Mourisca.

            Sembrada de flores en Portugal su senda de artista, quiso ver otra nueva tapizada para él en el extranjero, é imitando á nuestro D. Luis Mejía:

Saltó á Francia, ¡buen país!

toreando con satisfacción general en París, Nimes, Marsella, Arles, Avignón y Mont de Marsán, que siempre se han distinguido en festejar á los lidiadores célebres, y en proteger á los desconocidos. (José Bento de) Araujo puede contar su paso por Francia como una victoria legítima, y su trabajo de aquella ocasión, como uno de los que más pueden enorgullecer al que lo practica. Los periódicos se deshacían en elogios del gentil caballero, haciendo su apología y señalándole como uno de los más decididos y notables lidiadores portugueses.

            Entre los distintos artículos y poesías encomiásticos que se le tributaron entonces, guistó mucho la siguiente composición publicada por el periódico taurino de Nimes, titulado El Picador, en su número del 28 de Mayo de 1893.


Bibliothèque nationale de France

MADRIGAL AU CABALLERO EN PLAZA

 (JOSÉ) BENTO D'ARAUJO


Voyons! Caballero, sois toujours admirable

Et fais que pour longtemps tu sois incomparable!

Ton royal coursier et toi, si ravissant,

Vous savez mériter les applaudissements!

Ton jeu superbe et grand, d'une grâce infinie,

Du sang-froid, de l'adresse, entretient l'harmonie!

Tu es l'enfant gâté des spectateurs Nimois,

Redouble donc d'ardeur, car pour eux, tu le vois,

Il faut non seulement planter tes javelines

Mais leur montrer aussi ce que chacun devine;

Le goût parfait de l'art, qui fait seul leur régal,

Pour que tu puisses d'eux parler en Portugal!

L. S. ***.


LE PICADOR, Nimes - edição de 28 de Maio de 1893
Bibliothèque nationale de France

            Sintiendo la nostalgia de la patria después de dos años de ausência (NOTA : 1891 - 1894. Foram praticamente 3 anos), volvió á ella en 1893 para continuar, quizá con más ardimiento que antes, su larga y envidiable carrera de triunfos, como lo prueban las delirantes ovaciones que alcanzó en Lisboa toreando en la plaza del Campo Pequeño.

            La plaza española en que más se distinguió, fué en la de San Sebastián, donde mató un toro de un rejonazo como pudiera hacerlo Don Duarte, cuando rejoneaba en la Plaza Mayor de Madrid.


Revista SOL Y SOMBRA, Madrid
Biblioteca nacional de España

            (José) Bento d'Araujo es nombre de educación esmeradísima, temperamento activo, y carácter franco y generoso, de esos que se granjean amistades por donde van.

            En cuanto à su personalidad artística, nos atendremos al juicio emitido por el director del notable periódico portugués A Tourada, que tenemos á vista.

            Dice así:

            «José Bento d'Araujo, á quien todos admiran por la corrección y lucimiento de su trabajo, pertenece al número de aquellos á quienes debe más el arte tauromáquico, porque ha sabido engrandecerle de una manera notable por la forma que cultiva con tanto esplendor. Su manera de lidiar está incontestablemente basada en los conocimientos más reónditos del arte y no intenta una suerte que no tenga el resultado apetecido. Las suertes de gaiola las tiene practicadas con toda brillantez en las corridas en que ha trabajado en Campo Pequeño. Buen pulso y consintiendo siempre á los toros, su trabajo es, por regla general, el más correcto y lucido posible, siendo muy raro el ver un hierro colocado por el aplaudido caballero fuera del sitio en que deba estar. Dotado de un valor que pasa los límites de lo ordinario, para él no hay toros de difícil lidia.»


Biblioteca nacional de España

            Como nota final podemos añadir que el caballero (José) Bento d'Araujo toreó en España con general aplauso, y descontando la plaza de San Sebastián ya mensionada, en la de Santander, donde se distinguió rejoneando toros de D. Vicente Martínez, de Colmenar; en la de Barcelona, donde trabajó en seis corridas, y, por último, en Madrid, á la que vino contratado por dos corridas, agradando tanto que la empresa tuvo que ajustarle por otras tres.

(NOTA : José Bento de Araújo actuou nas seguintes praças espanholas : Madrid, San Sebastián, Barcelona, Santander, Caudete, etc.) 

Também participou durante vários anos em touradas realizadas no Brasil: Rio de Janeiro e Belém do Pará.)

Biblioteca nacional de España

In LA TAUROMAQUIA, Leopoldo Vázquez, Luis Gandullo e Leopoldo López de Saá - Direcção técnica de Rafael Guerra (GUERRITA) - Mariano Núñez Samper, Editor, Madrid, 1896.