6 DE AGOSTO DE 1899 - BELÉM: 12ª CORRIDA DA ÉPOCA - BENEFÍCIO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO (na imprensa brasileira)


 

Biblioteca nacional do Brasil

José Bento de Araujo

Domingo proximo é a festa artistica deste distincto cavalleiro; não é necessario reclame para esta toirada porque basta saber que é o festejado José Bento (de Araújo), para o publico logo começar a mover-se no intuito de não ficar sem bilhete. É o que já está acontecendo.




NOTA

BAPTISTA CAMPOS é um bairro nobre e próspero da cidade de Belém, Pará.

In O PARÁ, Belém - 31 de Julho de 1899

5 DE AGOSTO DE 1900 – BELÉM, PARÁ: UMA TOURADA QUE PROMETE (na imprensa brasileira)

 


Colyseu Paraense

(EM BAPTISTA CAMPOS)

TERCEIRA CORRIDA DA PRESENTE EPOCHA

Domingo, 5 de agosto de 1900

A'S 4 HORAS DA TARDE 

Soberba e magnifica corrida de 7 bravissimos toiros puros, sendo 4 portuguezes, da acreditada ganaderia do exm. sr. commendador Estevão de Oliveira e 2 nacionaes da abastada fazenda da exma. sra. dona Leopoldina Lobato de Miranda. Dos 4 portuguezes 3 serão lidados a cavallo pelos dois distinctos cavalleiros José Bento de Araujo e Adelino de Almeida Raposo, e 1 será lidado a sós pelo matador Manoel Colino (el Gordito) para dar provas do seu trabalho ao respeitavel publico.

Tomam parte n'esta soberba corrida dois cavalleiros, José Bento de Araujo e Adelino de Almeida Raposo, dois matadores, Joaquim Perez (EL PECHUGA) e Manoel Colino (EL GORDITO). Tambem toma parte na corrida o estimado bandarilheiro portuguez FRANCISCO XAVIER e como praticante toma parte o bem conhecido d'este publico Rufino de Oliveira. Um valente grupo de moços de forcado, tendo por cabo o applaudido e estimado d'este publico José Cabeça, que, a pedido da empreza, toma parte nas corridas. Por especial fineza será intelligente da corrida um distincto amador.

DETALHE DA CORRIDA

PRIMEIRA PARTE – 1º toiro (portuguez), farpeado por Adelino Raposo; 2º toiro (nacional), bandarilhado a sós por Pechuga; 3º toiro (nacional), bandarilhado por Xavier; 4º toiro (portuguez) bandarilhado por Gordito.

Intervallo de 20 minutos

SEGUNDA PARTE – 5º toiro (portuguez), farpeado por José Bento (de Araújo); 6º toiro (nacional), baandarilhado por Pechuga e Xavier; 7º toiro (portuguez), farpeado por Adelino Raposo.

Abrilhantará este soberbo espectaculo a magnifica banda de musica do 2º corpo policial, que tocará as melhores peças do seu repertorio no intervallo tocará o bello maxixe para alegrar o publico.

AVISO AO PUBLICO

A empreza não se compromette a dar mais do que os toiros annunciados. Se depois de começada a corrida esta tiver de suspender-se, no caso de força maior, a empreza não é obrigada a devolver a importancia dos bilhetes. As senhas dos camarotes só dão ingresso para os mesmos. Aos srs. espectadores só assiste o direito de pedir senha de sahida para o exterior da praça, no intervallo da 1ª a 2ª parte da corrida.

As portas da praça abrem-se ás 2 horas da tarde.

Se por motivo de chuva ou caso de força maior a corrida tiver de ser transferida, antes de começada, os bilhetes serão validos para a primeira que se annunciar.

Haverá uma porta especial para a entrada dos camarotes. Este espectaculo poderá ser alterado por motivo de força maior.

PREÇOS – Camarotes de sombra com 6 entradas, 40$; camarotes de sol com 6 entradas, 30$; archibanda sombra, 6$; archibanda sol, 3$.

Desde já se acham bilhetes á venda no Very-Well, á travessa Campos Salles, n. 11, até ás 2 horas da tarde do dia da corrida, e, d'essa hora em deante, nas bilheterias da praça.

A LOS TOROS !                                                                                                     A LOS TOROS !

In O PARÁ, Belém –  4 de Agosto de 1900


2 DE OUTUBRO DE 1898 - RIO DE JANEIRO: UMA TOURADA MEDÍOCRE... (na imprensa brasileira)

 



SPORT

TOUROS

Eu não sei bem ao certo se ha duzia e meia de leitores, para quem as noticias tauromachicas sejam um condimento indispensavel n'um jornal que se preze. Desconfio, no entanto, que o numero tem augmentado sensivelmente nos ultimos tempos, a julgar pelo accrescimo da concurrencia aos bellos espectaculos do sport iberico na praça das Larangeiras.

Domingo havia a Penha, e a festa de caridade no Jardim Botanico, e o concerto do Centro Artistico, o que quer dizer que ás duas metades do Rio de Janeiro se offerecia, com sobras, ensejo de divertirem-se conforme os gostos e as posses. Pois assim mesmo a corrida de touros teve um grande concurso de aficionados, que trocaram os descantes da romaria, e a rua de palmeiras do Jardim Botanico, e as harmonias do concerto, pelas sensações fortes da tourada, com um contrapeso de uma chuvinha de molha-tolos, que nem serviu para arrefecer os enthusiasmos, quanto mais para maldizer a escolha.

Aos que não foram, ou porque tivessem de levar á poetica ermida uma promessa de cèra, ou porque não pudessem furtar-se ao gracioso convite das gentis protectoras do Asylo de Nossa Senhora Auxiliadora, ou ainda por terem de dar contas do seu amor á arte ao nosso sollega Luiz de Castro, a esses que só a noticia de uma corrida má poderá minorar o desgosto, digo eu, de cima da minha preferencia feliz: roubados, meus caros amigos, roubadissimos.

Façam apenas uma fraca idéa d'isto: depois de quatro touros, muito sabidos, com que se houveram habilmente Adelino Raposo, Calabaça, em maré de sorte, Morenito, Xavier, Cruz e Rocha, e de tres garraios coitadinhos! para as niñas toureiras, pobresitas! — entra na arena, como um raio, um touro negro d'azeviche, corpulento, bem encornado e de muito poder, e puro, meus ricos senhores, puro como quem mais o fôr.

E esta féra veio para Pechuga; e Pechuga, que estava para a cousa, enfeitou-a com um par de bandarilhas a quiebro, um a sêsgo e dous a quarteo, e passou-a de muleta, e tudo isto com tanta alegria, tanta arte e tanta bravura, que eu nem ponho mais nada na carta para não recomeçar a gritar: bravo! seu catita! Olè! Olè! guapo torero!

Não me lembrei mais de cousa alguma do que havia visto, nem fiquei em estado de poder apreciar o que se seguiu; apenas de um modo muito indeciso e nevoado, me recordo de um primoroso salto de vara pelo Xavier, do successo do José Bento (de Araújo), depois de trocar o seu ginete pelo do Adelino Raposo, de dous trambolhões monumentaes inflingidos em dous forcados pelo mesmo touro real que Pechuga lidou, e finalmente de uma péga d'aquellas feita pelo Antonio no bicho que sahiu para a troupe do Pae Paulino.

 Á sahida ainda ouvi um cavalheiro muito impertigado, de roupa clara e polainas dizer n'um tom de quem toma capilé e só come carnes brancas: "... como o touro que veio para Pechuga é que haviam de ser todos".

Que lèsma! dous touros como aquelle, só dous, não havia homem, qual homem? não havia ninguem que os aguentasse n'uma só tarde.

In GAZETA DE NOTICIAS, Rio de Janeiro - 4 de Outubro de 1898

15 DE JULHO DE 1891 - PARIS: UMA TOURADA VISTA COM OLHOS DE VER... POR UM BRASILEIRO (na imprensa brasileira)

 

Biblioteca nacional do Brasil

JORNAL DO AUSENTE

PARIZ, 15 de julho.

No que diz respeito a surpresa, a minha foi completa. Fazendo corpo molle, como quem sabe que vai ver cousa que não vale a pena, fui assistir á tourada.

Pois sempre lhes digo que não perdi o tempo. A praça é esplendida, grande, rica, espaçosa (15,000 espectadores), commoda, e coberta, podendo funccionar, portanto, mesmo em dias de chuva.

No genero do que já tinha visto, vi o cavalleiro portuguez José Bento de Araujo, elegante, airoso, arrojado, mettendo bem ferros curtos, defendendo perfeitamente o magnifico animal que montava. Um dos touros devia ser lidado por uma cavalleira, Mlle. Marie Gentis, que appareceu na arena acompanhada pelo cavalleiro (José Bento de) Araujo, seu mestre.

A boa rapariga, que aliás monta perfeitamente a cavallo, não fez cousa que prestasse, e a gente a desculpal-a. A principio, era o touro que não prestava, não dava sorte, fugia a sete pernas; o publico fez berreiro e o touro foi substituido; depois, era o cavallo, animal pouco habituado á praça, que fugia do touro; mas, por fim, chegámos todos á convicção de que ella é que não entende d'aquillo, e quando, ao retirar-se, o cavalleiro passou-lhe um bouquet que recebera, quasi vem a praça abaixo com uma vaia estrondosa, acompanhada de pilherias á altura do logar.

Dous touros foram para os picadores á hespanhola. Á hespanhola é um modo de dizer, porque os touros eram embolados, e os cavallos não estavam a morrer em pé. D'estas duas circumstancias resulta: 1º que se poupa ao espectador a brutalidade do estripamento dos cavallos; 2º que os picadores não ficam parados contra a trincheira á espera que o touro lhes mate a cavalgadura, avançam para elle diversas vezes, são atirados com as seis patas para o ar, o que é relamente divertido. O ultimo touro dos picadores é um dos bichos que mais tem concorrido para a minha felicidade. Os picadores eram tres, todos bem montados. Avançavam de chuço em punho, o touro mettia as armas emboladas no peito ou no ventre do cavallo, e mandava-os ver se a terra estava macia. Isto repetiu-se cinco, dez, quinze vezes; emquanto houve picador para avançar para o touro, houve touro para derrubar picador e cavallo. E sahiram da arena todos vivos, os cavallos, o touro e os picadores.

Mas a completa novidade do espectaculo para mim foi a quadrilha de sauteurs e écarteurs landais. São seis sujeitos, dos quaes um corcunda. Usam jaqueta de velludo com bordados, calça branca comprida, cinto e carapuça branca redonda. Não se servem de farpas, nem de bandarilhas, nem de capas; quanto muito, se o touro se demora em dar sorte, acenam com a carapuça ou com um lenço branco. O corcunda tem uma especialidade: o salto da vara, que repete tres ou quatro vezes com o mesmo touro, e com uma grande perfeição.

O jogo dos écarteurs consiste n'isto: chamam o touro, e, quando este avança, desviam o corpo, ás vezes sem tirar os pés do logar, outras fazendo um duplo movimento, á direita para illudir o bicho, á esquerda para o desvio definitivo. Um dos saltadores chama o touro, e, quando este avança, põe-lhe rapidamente as mãos entre as armas, e dá uma cambalhota por cima d'elle, indo cahir de pé do outro lado; o outro saltador dá um pulo de esguelha, sem tocar no bicho, pulo  em altura e extensão, quasi a pés juntos, entrando por entre os chifres e sahindo pela extremidade opposta. Tudo isto feito com grande rapidez, com grande segurança, aos applausos freneticos dos francezes, que se enthusiasmam pelos seus patricios das Landes.

Eu sahi do espectaculo com a alma regalada por dentro e por fóra: houve trambolhão, mas não houve desastre, nem sangue. A cavalleira foi a parte comica. Só faltou, para minha completa felicidade, uma pégasinha de cara. É de crer que Pariz se convença de que a péga de cara ou de cernelha faz parte da civilisação. Eu chego a ter tentações de organisar partido para fazer propaganda, e um bello dia grito na praça, servindo-me do francez ao pé da letra, de que se servem os da nossa lingua, quando aqui chegam: à l'ongle !

Quando eu me refiro ao francez dos que aqui chegam, é para os não lisongear, porque ás vezes elles voltam ainda fieis ás tradições da lingua natal. Um conheci eu, que foi meu companheiro de viagem para o Rio, depois de anno e meio de estada na Europa, e que um dia, a bordo, á mesa, tendo-se proposto uma saude ao agente do correio, o meu patricio levantou-se, e de taça de campagne em punho, voltou-se para o homem e exclamou emphaticamente: á la mème !

A.

In GAZETA DE NOTICIAS, Rio de Janeiro - 13 de Agosto de 1891

SLAVA UKRAINI


 

19 DE JULHO DE 1891 - PARIS: 9ª CORRIDA DA TEMPORADA NA PRAÇA DO BOIS DE BOULOGNE (na imprensa francesa)

 

Bibliothèque nationale de France

FOYERS ET COULISSES

Aujourd'hui à trois heures, neuvième grande course de taureaux aux Arènes de la rue Pergolèse.

Au programme:

Mlle Maria Gentis et José Bento de Araujo, Valentin Martin, le Mateïto et leurs cuadrillas; le quadrille landais de Candau et les picadores.

In LE PETIT JOURNAL, Paris - 19 de Julho de 1891

14 DE JULHO DE 1892 - PARIS: CORRIDA ESPECIAL COM DESCONTOS NO DIA DA FRANÇA (na imprensa francesa)

 

Bibliothèque nationale de France


FOYERS ET COULISSES

Aujourd'hui à quatre heures et demie, après la revue de Longchamp, grande course de taureaux avec réduction de 50 0/0 sur les prix des places, à l'occasion de la Fête nationale.

Au programme:

Mlle Maria Gentis, caballera en plaza; José Bento de Araujo, caballero en plaza; le Mateïto et sa cuadrilla; Marius Monnier, de Marseille, et son quadrille provençal; les picadores.

Pédrille.

In LE PETIT JOURNAL, Paris - 14 de Julho de 1892

10 DE JULHO DE 1898 - RIO DE JANEIRO: CORRIDA ANULADA POR CAVALEIRO ALFREDO TINOCO DA SILVA TER FICADO FERIDO E JOSÉ BENTO DE ARAÚJO SE AUSENTAR PARA LISBOA (na imprensa brasileira)

 

Biblioteca nacional do Brasil

CLUB TAUROMACHICO FEDERAL


PRAÇA DE TOUROS

NA

Rua das Laranjeiras


AVISO AO PUBLICO

Em consequencia do cavalleiro Alfredo Tinoco da Silva não poder montar a cavallo, por se achar doente de uma perna desde domingo 3, e da sahida para Lisboa, no paquete "Brésil" do cavalleiro José Bento de Araujo, não póde por estes motivos haver touradas no proximo domingo 10 do corrente mez de julho, mas sim no domingo, 17, que haverá uma esplendida corrida na qual tomará parte o cavalleiro Alfredo Tinoco e apparecerá de novo o espada Bernal Gaditano, já restabelecido e que tanto successo causou com o seu esplendido trabalho na tarde em que foi colhido.


In GAZETA DE NOTICIAS. Rio de Janeiro - 8 de Julho de 1898

14 DE JUNHO DE 1891 - PARIS: MAIS UMA CORRIDA NA PRAÇA DO BOIS DE BOULOGNE COM TOUREIROS DE ESPANHA E CAVALEIRO DE PORTUGAL (na imprensa francesa)

 
Bibliothèque nationale de France

FOYERS ET COULISSES

Aujourd'hui dimanche, à 3 heures 1/2, aux arènes de la rue Pergolése, grande course de taureaux avec Valentin Martin et sa cuadrilla; banderilleros et picadores; José Bento de Araujo, caballero en plaza.

In LE PETIT JOURNAL, Paris - 14 de Junho de 1891

1908 - ESPANHA: A NOVA TEMPORADA TAURINA (na imprensa espanhola)

 
Biblioteca nacional de España

In LA CORRIDA, Madrid - 30 de Março de 1908

8 DE NOVEMBRO DE 1891 - PARIS: ÚLTIMA CORRIDA DA TEMPORADA E BENEFÍCIO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO (na imprensa francesa)

 
Bibliothèque nationale de France

Propos de Coulisses

Dimanche prochain, à 2 h. 1/2, 26ème et dernière course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse.

Cette course, donnée au bénéfice de José Bento de Araujo le brillant caballero en plaza, promet d'être des plus intéressantes.

La salle sera chauffée.

Gauthier-Garguilla.

In GIL BLAS, Paris - 7 de Novembro de 1891

15 DE JANEIRO DE 1899 - RIO DE JANEIRO: REALIZAÇÃO DA CORRIDA ADIADA POR CAUSA DO MAU TEMPO (na imprensa brasileira)

 


In GAZETA DE NOTICIAS, Rio de Janeiro - 14 de Janeiro de 1899

8 DE AGOSTO DE 1880 - MADRID: UMA CORRIDA A TERMINAR NA ESCURIDÃO (na imprensa espanhola)


 

Biblioteca nacional de España


PLAZA DE TOROS DE MADRID.

Tercera corrida de novillos verificada el día 8 de Agosto de 1880.

Todos los habitantes de la villa y córte de Madrid contaban con haber asistido á una corrida de toros nocturna durante la semana actual; pero la falta de luz nos ha impedido de este nuevo espectáculo. Para estas cosas va á ser preciso ante todo contratar la luna llena.

Pero á cambio de la corrida de tinieblas tuvimos ayer una novillada que terminó á la media noche y que fué una fucnion taurómaca internacional porque hubo en ella su correspondiente parte portuguesa.

A las cinco y media dió princípio esta funcion lidiándose dos animalitos embolados para uso de algunos jóvenes aprendices. Cuando el presidente lo dispuso, salieron los consabidos estudiantes de toreo de á pié al mismo tiempo que el alguacil buscaba á los de á caballo. Estos se hallaban todavía en la toilet y el alguacil tuvo que entrar en la cuadra á buscarlos.

Despues de ocupar los sitios de peligro salió el primer embolado, que era negro. Los piqueros señalaron y los peones simularon cinco veces la suerte de banderillas. Un jóven apreciable fué cogido tres ó cuatro veces, pero sin consecuencias; así se aprende.

El segundo morucho era hermano de pelo del anterior, pero de mucho coraje. Le señalaron cuatro puyazos y cayeron los hombres al suelo cuatro veces en compañia de los caballos.

El mismo individuo cogido en el novillao anterior, fué alcanzado en este y volteado con el mayor cariño.

Se conoce que el chico lo primero que quiere aprender es á dejarse coger. Solo se señaló un par de banderillas.

Volvieron á salir los alguaciles, y la cuadrilla se Lagartija se presentó en el redondel, marchando detrás como picadores Manitas, el Sastre y Tabitas; delante de estos se veía al caballero portugués Bento de Oliveira (ndr: era José Bento de Araújo) que debía rejonear dos toros embolados.

El traje del caballero era todo negro; el caballo enjaezado con lujo á la moda que se estila en las plazas del vecino reino.

El caballero se retiró y quedándose de tanda Manitas y el Sastre, apareció el primero de puntas, procedente de la ganadería de Yagüe, de Sevilla.

Llamábase el bicho Madaleno y era retinto oscuro, liston, bragao, caido de cuerna y algo delantero.

Lagartija le dió unas largas buenas á la salida del toril.

Madaleno tenia coraje y no le faltaba voluntad; del Sastre tomó cuatro varas propinándole una caida en la que el hombre se vió muy expuesto, porque el toro tenia la costumbre de quedarse sobre el lugar de la catástrofe en la suerte de vara.

Manitas puso dos varas, sin ningun incidente digno de referírse y salvo la pérdida de un caballo.

Tabitas clavó tres puyazos y sufrió tambien un batacazo muy regular. El caballo que monyaba el Sastre espiró tambien á impulsos de la puntilla.

 Hízose la señal de banderillas y salieron á desempeñar tal tarea, Culebra y Pepin.

El primero puso un par bueno, al recorte, aunque sin querer y otro bien señalado á la salida de un capote; Pepin dejó medio par al cuarteo.

Lagartija, que vestia traje azul y oro, pronunció un largo bríndis y emprendió una larga faena, á lo cual contribuyeron las condiciones del toro (á la faena, no al bríndis), que eran de las que ponen á prueba á los diestros.

Madaleno se hallaba receloso y defendiéndose, conservando á más muchas piernas. Lagartija hizo todo lo que se verá á continuacion.

Cuatro naturales, diez y seis con la derecha, cinco altos y uno cambiado, y un pinchazo bien señalado en las tablas.

Tres naturales y un pinchazo al lado contrario.

Un pase natural y una corta trasera á volapié.

Madaleno se echó. Pepin le ahondó el estoque, y tuvo que salir de estampía, porque el animal se arrancó tras de él.

El animalito se echó nuevamente para no levantarse más.

A todo esto estaba anocheciendo: el señor presidente apuró las suertes de los jóvenes principiantes, con lo cual el público tuvo la ventaja de no ver bien lidiados toros de puntas ni los destinados al caballero en plaza.

El Buñuelero corrió otra vez el cerrojo y apareció Morito, toro negro, afilado de cuerna, muy parado y de la misma ganadería del anterior.

El Sastre clavó dos varas y cayó al suelo una vez, perdiendo el caballo.

Manitas puso dos sin consecuencias y Tabitas una con caida estrepitosa.

Eusebio clavó un par bueno y Pulguita medio orejero y tirado. Eusebio quiso repetir, pero despues de una salida falsa, el presidente mandó tocar á muerte.

Es decir, el señor presidente tuvo que aligerar la lidia de la parte séria de la fiesta, por haberse entretenido con las marrachadas el principio.

Lagartija, con bastante desconfianza, pasó á Morito seis veces con la derecha y cuatro por alto, dando un pinchazo sin soltar.

Desde este instante, el público que vió que se acababa la tarde y que quedaban todavia los embolados del rejoneador, comenzó á impacientarse y á gritar.

El diestro dió dos pases con la derecha, uno alto y otro pinchazo sin soltar.

Despues dió otros dos pinchazos á la media vuelta, y cuando se disponia á descabellar, el presidente, tan impaciente como el público, mandó salir los cabestros, que se llevaron al toro.

Si salieron tan pronto para todos los matadores, ¡apenas si habrian quedado toros vivos á estas fechas!



En medio de las más densas tinieblas, se verificó la última parte del espectáculo.

El caballero (José) Bento (de Araújo) salió á rejonear.

El primer toro de los embolados á la portuguesa fué un buey, con el que casi era imposible hacer suerte alguna.

A pesar de eso el caballero clavó dos rejoncillos con maestria.

El animalito, que era negro giron, murió á manos de Valladolid que empleó la brega siguiente:

Dos pases naturales, dos con la derecha, uno alto, dos cambiados y un bajonazo.

Dos naturales, uno con la derecha y una estocada atravesada.

Dos altos y otra estocada como la anterior.

Un descabello.

Negro y de más coraje que el anterior fué el segundo embolado. El caballero montaba un caballo blanco; al clavar el primer rejoncillo fué alcanzado y derribado, queadndo muerto del golpe el caballo.

Montando despues en otro caballo clavó otro rejoncillo.

No se veia ya absolutamente nada cuando el presidente mandó matar. Valladolid tomó los trastos; pero el toro saltó la barrera y allí se lo tragó la tierra ó el corral, porque nadie lo volvió a ver.

La verdad es que ayer se debió ensayar la luz eléctrica, porque la mitad de la fiesta fué invisible.

Hasta la que viene.

JUAN DE INVIERNO.

In EL TOREO, Madrid - 9 de Agosto de 1880

1907 - A TEMPORADA EM LISBOA: NEM BOA NEM MÁ, ABORRECIDA... (na imprensa espanhola)

 


Biblioteca nacional de España


LA TEMPORADA DE 1907 EN LISBOA

La temporada de 1907, rematada por una corrida de Beneficencia resultó la más sosa y aburrida de todas, desde la inauguración de nuestra hermosa Plaza del Campo Pequeño.

Empresarios, ganaderos, artistas y críticos, todos son culpables; y más que ninguno... el público.

La empresa tiene que escoger escrupulosamente el ganado, pagarlo cómo debe y arreglar los carteles, no solamente con los mejores diestros de España sino también con los nombres de todos los artistas nacionales que tienen derecho á pisar la primera Plaza de Portugal y no olvidarlos como tiene hecho hasta hoy.

¡ Señores Empresarios! De vuestros protegidos, de las estrellas portuguesas que sólo se alejaron del Campo en días en que fueron á otras Plazas ⸮ qué hay de nuevo?

¡¡¡ Vamos... que nos aburrieron de lo lindo!!!

Y los nuevos, los desprotegidos, que pagan las mismas contribuciones y que torearon dos ó tres corridas, durante el año, se ganaron un cartel de envidiable tamaño, toreando de capa, dando quiebros de rodillas, cambios en la silla, saltos de garrocha, banderilleando al cuarteo, sesgando y hasta con la muleta... pero con la pañosa, amigos, ¡ hay que aprender mucho!.

Vamos, Señores Empresarios. Un nada menos de parcialidad; un nada menos de amistad para con artistas que no hicieron cosa alguna en toda una temporada y un poco más de afición, de cariño y ayuda á los que luchan más con el hambre que con los toros... y que tanta valentía, tantos deseos y tanta voluntad se traen.

Hay  que ayudar á los nuevos y aguantarlos en el Campo... sino en tres años, el ruedo de las alternativas será... una bodega más. Y vamos con los ganaderos. Señores, ¡ un poquito más de verguenza! no engañar el público á cada momento. Si tienen toros con sangre y trapio, tengan exigencias para con las empresas y ellas tendrán que satisfacerlas; si tienen solamente lo que en las últimas temporadas tenemos visto, entonces ¡ todo para el matadero! pero no engañar más á los desgraciados aficionados que en 30 corridas, no cojen ni una, que valga dos reales ¡ y que pagan los billetes á duro, tendido de sombra. Una verdadera barbaridad. Y mucho cuidado con lo de decir por la mañana en la embolación, á los artistas: "Ese negro, careto y listón, es virgen". ¡ Por mi salud! Más virgen... que la Virgen.

Algunos disgustos ha costado ya la manera esa de hablar de los ganaderos y sus mayorales y el día menos pensado tendremos un disgusto muy serio.

Y si los artistas y críticos, especialmente la prensa diaria, no olvidasen sus deberes y obligaciones, ya la primera plaza del país no imitaría las de Algés y Moita con Fregolis taurinos, luchadores, niñas toreras, etc...

Esas mamarrachadas ya que el público las recibe en los carteles, á verlas en los ruedos de provincias, pero en la hermosísima Plaza del Campo Pequeño, nunca. Que las autoridades cumplan como deben y que no firmen, de futuro, los carteles con mogigangas que quitan todo lo noble y formal que hay en las corridas portuguesas... si es que hay nobleza y formalidad en un espectáculo en qué, empezando por el elemento principal, los toros, ¡ todos son mascarados!

El preámbulo va largo; ahora el resumen:

El primer baile de máscaras tuvo lugar el 10 de  Marzo y el último el 27 de Octubre, quedando sin efecto una en 24 de Marzo, otra en 14 de Abril, otra en 12 Mayo, y aun otra en el 1.º Diciembre.

Los matadores contratados para las dos corridas primeras fué Bombita II; para la tercera Bienvenida y para la última Gallito mayor; tuvimos además Algabeño en la inauguración. Quinito una vez. Fuentes 1, Bombita chico 4, Machaquito 2, Bienvenida 3, Revertito 2, Cocherito 1, Minuto 1, Camisero 2, Lagartijillo chico 1, y Vicente Segura 2, ayudados por los banderilleros españoles Rodas, Patatero, Rolo, Posturas, Pulguita, Americano, Moyano, Cayetanito, Chatin, Morenito, Barquero, Maera, Jaqueta, Mejías, Pataterillo, Manene, Malagueño y Pito.

¡ Y todo esto para aburrirnos soberanamente!

Solamente Bombita chico estuvo magistral, Machaquito muy valiente y Bienvenida alegre y trabajador. Las faenas de los otros... ¡ pa el gato!

Una vez, más señores ganaderos. Hay que tener en cuenta que el público os paga por bueno lo que Vdes. mandan que es lo más ordinario, tanto en bravura como en lámina, que tienen en la dehesa.

Después de los alternativados que nos aburrieron en las corridas formales, vamos al decir, tuvimos los novilleros Corchaito, Bombita III, Gallito chico, Pazos, Vito, Angelillo, Aguilarillo, y Machaquito de Sevilla; Gallito II estuvo bien en una y regular en otra. Corchaito demostró una incomparable valentía, desplegando la muleta ante un criminal harto ya de pisar arenas, lo que hizo por su grande coluntad de trabajar en esta, conste que hasta el 4 de Agosto, fecha de la corrida en Lisboa, nadie tenía pasado de muleta á un pájaro ya corrido y toreado muchas veces por los rejoneadores, y de los otros muchachos... ! ni nada!

Lo mejor, por lo animado, fué en cuatro corridas el tercio de los del castoreño, con catedrales de Coruche y Azambuja. Vaya unos señores picadores esos apodados Chanito, Melones y Cantaritos. ¡ Bravo valientes!

Los mejores pares de rehiletes los cogieron Maera, Patatero y su sobrino Pulguita y Malagueño, y de los portugueses, Cadete, que es todo un Blanquito, Alfredo dos Santos, Vieira, Thadeu y Xavier. De los protegidos sólamente el gran Cadete, hizo cosas muy buenas, de los nuevos es indudable que Alfredo, Thadeu, Vieira y Xavier son buenísimos garapulleros y que Thomé es un peón de brega de un valor extraordinario y que con la muleta... ya hace algo.


Y se me olvidaba hablar de los rejoneadores; pero estuvieron tan malos, que es mal empleado el tiempo que se pierde; José Bento (de Araújo) continúa valientísimo, Casimiro padre ni fú ni fá, su hijo logró aplausos en una corrida, Pereira es un desgraciado, Macedo nada nos enseñó y Covas en quince corridas...??

Los ángeles os contesten, amables lectores.

Y ahora con los amadores.

D. José Mascarenhas, superior, Julio dos Santos, Jorge Bleck y Antonio Infante, buenos y José Luiz y Gastão malos; estos son caballeros.

Eduardo Perestrello y D. Carlos Mascarenhas buenísimos, Alexandre Gama, Matheus Amaro, Falcao y Froes, buenos y todos los otros, regulares, pero mejores que muchos de los que por acá visten trajes de luces.

El simpático amateur Joao Azevedo, en la de Beneficencia, hizo la suerte tancredil ganando la mar de palmas y bravos. ¡ Es un muchacho valientísimo!

Fueron lidiados, durante la temporada, 232 toros de Infante, Oliveira, Lopez Sousa, Castello Melhor, Palha, Patricio, Miura, Roberto, Paulino, Estevao, Jordao, Nuncio, Branco, Neves y Braganza.

Cumplieron solamente ¡ unos treinta!

Las corridas mas animadas fueron la primera y décimacuarta; de las veintisiete, nueve fueron beneficios y dieciocho organizadas por la empresa Santos y Compañia, la que dió mas dinero fué la fiesta artistica de Jorge Cadete que se ganó muchos duros, muchos regalos y muchas palmas, de los promotores el mas infeliz fué el rejoneador Ricardo Pereira. ¡ Pobrecito? ¡ Que mala suerte tiene el buen viejo!

Además de los citadoa artistas entraron los picadores Chano, Pica, Monerri, Melones, Alvarez, Arriero y hermanos Carriles, las señoritas Reverte, Joseita, Finita, Lolita y Herrerita. Los rehileteros Theodoro, Manuel, Rocha, Branco, Oliveira, Luciano, Félix, Saldanha, Gonçalves, Costa y Francisco Rocha. Fueron cogidos Lagartijillo, Corchaito, Manuel dos Santos y Cadete.

Y voy á terminar, enviando desde esta capital un cariñoso saludo á los buenos aficionados españoles, especialmente á mi querido director D. Orestes LLorens y mis buenos é inolvidables amigos D. José R. Alfonso Candela y D. Manuel Acedo.

SOMBRERO ANCHO

In LA FIESTA NACIONAL, Barcelona - 20 de Fevereiro de 1908

NOTA

SOMBRERO ANCHO  é o pseudónimo de Eduardo Mirando Neves.