9 DE OUTUBRO DE 1898 – RIO DE JANEIRO: UMA CORRIDA PARA ESQUECER OU QUASE...


 

Biblioteca nacional do Brasil

A tourada de hontem

É uma cidade sem divertimentos esta do Rio de Janeiro; cidade triste, monotona, onde o povo aos domingos, não tem para onde ir, a não ser ser o Corcovado ou o Sylvestre, a Copacabana ou a Tijuca. D’ahi, dessa falta de distrações, a obsessão da politica. Todos discutem os mysterios da governação. É um emprego de ociosos. E machina-se, até o mal nessas horas de inactividade.

Por isso nos alegramos quando vemos cheia a praça das Laranjeiras para o espectaculo exotico de uma tourada. Em quanto se está ali, já não digo vendo arte (para concordar com João Matheus) mas para rir a bandeiras despregadas á vista de peripecias innumeras, riscos burlados, accidentes chistosos, e para applaudir sortes bem executados com destreza e pericia, o povo não se preoccupa com a politica nem machina maleficios. Divertimentos taes são uma verdadeira valvula de segurança... social.

Encheu-se a praça hontem, não litteralmente, mas satisfatoriamente para os cofres da Empreza. A’s 4 horas, quadrilha a postos, começou o espectaculo.


O 1º touro deixou José Bento (de Araújo) muito contrariado. O audaz cavalleiro affrontou-o sempre sem exito. Calabaça quiz despertar a attenção da féra com um par de garrochas; conseguiu apenas despertar a attenção do publico para a sua maladresse. Imaginem que metteu-lhe um dos ferros na testa... Depois quiz tiral-o. O touro deixava, ora se deixava! Tanto que deixou Morenito tirar-lh’o depois.

Rocha, El Saltador, metteu um par de bandarilhas no animal que continuou a fugir do cavallo. José Bento (de Araújo) desistiu e retirou-se da arena. O touro levou ainda alguns pares de bandarilhas de Rocha e Calabaça, sendo por ultimo pegado friamente pelo José Cabeça.

O 2º afugentou Calabaça que se postara em frente á gaiola; depois revelou-se parado e d’ahi por diante andavam Morenito, Calabaça e Xavier á procura de uma occasião para empregar os feros que empunhavam: o touro só arrancava quando os via pelas costas. Xavier, emfim, collocou bem um par. E nisso se ficou.

O 3º espantou da frente do curro El Brandão, que logo fez um cambio airoso mettendo-lhe um par de bandarilhas. Rocha foi colhido junto á trincheira pela féra que tinha muito pé. Xavier enfeitou-a muito bem com um par de lindos ferros. Cruz teve dois pares felizes. O touro era vivo e foi bem lidado. Quando ao signal dos forcados, tentaram pegar-lho á unha, rolou gente pela praça que foi um desespero. O touro não foi bem aproveitado.

Para Adelino Raposo saiu o veterano 58. Cumpriu. Levou cinco ferros largos postos a preceito, e mais um curto de quebrar. Terminada a lide, o cavalleiro appareceu na arena, e recebeu muitos applausos e flores.

Seguiram-se os garraios para as niñas. Muito tombo, muita gargalhada. Se as toureiras avançavam, fugiam os garrotes, se ellas fugiam elles avançavam. Um pagode! exclamavam os que estão se niñando para a arte das niñas, e o que querem é desopilar-se, rindo á custa de alguem.

El Pechuga teve uma faena menos brilhante do que no domingo anterior. O touro era perfeito e deu occasião, á saida, para Xavier executar o salto da vara. Os applausos que a sorte arrebatou tenta Rocha a imitar o collega; e apanhando a vara, saltou também. Não fosse elle El Saltador...

El Pechuga, depois de quatro ferros, fez a muleta e a mórte com pouco enthusiasmo.

Para Adelino Raposo saiu o 7º touro esplendido, arracando firmemente sobre o cavalleiro que o enfeitou, a seguir, com quatro ferros largos e um curto, cada qual mais excelente.

A troup Pai Paulino fechou a tourada, quando com a tarde cahia a temperatura. Muita cambalhota, muita pirueta e uma pega decidida levada a effeito pelo Zé Cabeça depois de varias tentativas do velhor preto armazem de marradas.

A’s 6 horas desciam pela rua das Laranjeiras, em carros de todos os feitios, em bonds e a pé, os tres mil espectadores da tourada.

Tres mil pessoas que passaram duas horas sem pensar nas agruras da vida.

In O PAIZ, Rio de Janeiro – 10 de Outubro de 1898

4 DE SETEMBRO DE 1898 – RIO DE JANEIRO: UMA TOURADA COM ARTISTAS ESPANHÓIS E PORTUGUESES AMEAÇADA PELA CHUVA...


 

Biblioteca nacional do Brasil

Tauromachia

Permitta o tempo... (Nós bem desejamos chuva, mas podia se passar sem ella durante o dia de hoje). Permitta o tempo que hoje regorgite a praça das Laranjeiras, repleta de admiradores para applaudir os bravos toureiros.


Tinoco, José Bento (de Araújo), Raposo lá estarão a postos; e com elles o Pechuga, disposto a maravilhar os aficionados, e com o Pechuga toda a guapa infanteria.

Permitta o tempo que a tourada se realize.

In O PAIZ, Rio de Janeiro – 4 de Setembro de 1898

25 DE SETEMBRO DE 1898 - RIO DE JANEIRO: UMA TARDE ATRIBULADA NA PRAÇA DAS LARANJEIRAS COM NIÑAS TOUREIRAS, PALHAÇOS E MAIS ARTISTAS DA PENÍNSULA IBÉRICA...


 

Biblioteca nacional do Brasil

A tourada de hontem

Emfim, o tempo abriu um espaço para a tourada; hontem apresentou-se um domingo, bello, primaveril, e a população elegante da cidade do Rio de Janeiro condensou-se na elegante praça das Laranjeiras.

D’ahi uma enchente real, uma praça replecta como nunca; para se ter idéa da concurrencia, bastará dizer-se que houve contendas e disputas para a obtenção de logares.

Ha o maldito costume de amontoaer-se gente na proximiddade das entradas, de sorte que fica um aperto enorme noss pontos que servem de passagem; e é um trabalho que demanda intrepidez como a de Serpa Pinto atravessando Africa, o esforço de alcançar na praça das Laranjeiras, um ponto dos mais afastados, onde se póde encontrar assento e commodidade.

A policia não se occupa com isso que é objecto de ordem publica; convidar os que chegam a não se deterem perto da porta...

Diante de uma enchente assim, o que esteve em maré de vasante foi a musica. Que pobreza! Os emprezarios da praça foram roubados. Meia duzia de figuras! Era uma charanga... não era a banda da brigada policial.

Eram 3 horas e 45 minutos quando se apresentou a quadrilha na praça. Formaram las niñas a direita, e os infantes a esquerda. Cortezias irreprehensiveis.

A’s 4 horas sahia o 1º touro para Alfredo Tinoco. Torrado, muito matreiro, conhecendo cavallo e cavalleiro, ah! fez suar o dennotado Tinoco para lhe metter... dois ferros.

Mas, assim como na adversidade se conhecem os amigos, assim com os touros velhacos se conhecem os bons toureiros. Alfedo Tinoco, arrancou sortes da féra sabida, e tratou-a com galhardia.

O 2º touro para Calabaça e Rocha, um touro preto, que ensarilhava terrivelmente offereceu a um e outro dos bandarilheiros occasião para fazerem figura. El Pechuga passou-o de capa, e tirou uma navarra limpinha. Dado o signal de forcados, Cabeça atirou-se á cabeça do bicho e fez-lhe uma péga sem brilhantismo.

O 3º foi para Morenito, Xavier e Cruz, que se houveram galhardamente na lide.

Adelino de Almeida Raposo lidou a 4ª féra, um touro negro, alentado.

Raposo viu-se doido para enfeital-o. Eram tantos os capotes a distrair o animal, que, quando o cavalleiro o conseguia em posição de ser affrontado, via logo a posição desmanchada pelos movimentos dos peões a que o touro dava grande attenção. Muitos vcapotes na praça. Afinal, metteu-lhe um ferro á meia volta, sem grande brilho; outro á meia volta, superior; os malditos capotes comprometteram varias sortes, e um ferro largo á estrilheira, e mais um curto, esplendido, á meia volta remataram a faena.

Após um intervallo em que os carpinteiros da praça collocaram os refugios destinados ás señoritas que não saltam trincheiras, reappareceram as ditas, que até então haviam ficado encobertas.

O tempo não nos permitte dizer aqui, já, alguma coisa a respeito do trabalho que exhibiu a quadrilha feminina. O intelligente cá de casa dirá aos povos amanhã como se houveram las niñas diante dos garraios que lhes soltaram. Nós, diante das niñas, ficamos apenas... admirados.

Deixemos as toreras guapas em seus calções multi-côres. Boas niñas, a outrem o vosso elogio.

Xavier esperou diante do curro o 7º touro, effectuando com extrema destreza e felicidade o salto da vara larga. El Pechuga, em seguida, bandarilhou-o com valor. Era um touro que ensarilhava, e um pouco parado, negando-se ás sortes e arrancando mal quando citado. Ainda assim, porém El Pechuga tratou-o com maestria.

Depois houve uma péga tão fraca como a primeira.


O 8º touro, negro, de muito pé, foi para José Bento (de Araújo). Pareceu-nos o melhor da tarde, José Bento (de Araújo) farpeou-o com ousadia; perdeu o 1º ferro, mas em uma meia volta farpeou-o bem, e logo terminou á garupa uma sorte bem iniciada á estribeira. Mais um á  meia volta, e dois curtos muito bem postos, sendo o cavallo colhido por ultimo, ainda que bem guiado para escapar-se.

O ultimo touro foi para a troupe pai Paulino. A pandega do costume. Apenas pai Antonio foi ligeiramente contundido na cabeça, mas voltou á lide com o mesmo denodo. A tourada findou com uma extraordinaria péga, effectuada de costas, pelo intrepido Zé Cabeça.

Foi uma péga quasi que acccidental, porque elle fugia ao touro, mas foi uma péga soberba, rara que deve ter feito... inveja a pai Paulino, o velho armazem de marradas.

A’s 5 3, 4 despejava-se a praça. A rua des Laranjeiras ficou por mais de meia hora apinhada de bonds, carros, cavalleiros e milhares de homens, zsenhoras e crianças que regressavam do esplendido divertimento.

In O PAIZ, Rio de Janeiro – 26 de Setembro de 1898

NOTA: A presença das 3 señoritas toureiras espanholas e das 2 francesas no Brasil não passou despercebida. 

Ver, por exemplo, estes posts sobre o mesmo assunto:

https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2023/09/26-de-outubro-de-1898-rio-de-janeiro-as.html

https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2023/09/27-de-outubro-de-1898-rio-de-janeiro.html

25 DE SETEMBRO DE 1898 – RIO DE JANEIRO: UMA TOURADA SEM CHUVA?


 

Biblioteca nacional do Brasil

Tauromachia

Ora, hoje parece que temos, emfim, tourada.

Por simples coherencia, não maldizemos da chuva, que tanto desejavamos ha 20 dias passados; mas, francamente, ella bem podia abrir umas treguasinhas por 24 horas, sómente para náo se perder mais um domingo de bella tourada.

In O PAIZ, Rio de Janeiro – 25 de Setembro de 1898

18 DE SETEMBRO DE 1898 – RIO DE JANEIRO: CHEGADA DAS CINCO SEÑORITAS TOUREIRAS QUE VÃO DAR QUE FALAR...


 

Biblioteca nacional do Brasil

Tauromachia

Vieram-nos hontem trazer os seus graciosos cumprimentos as señoritas Braulia Pascual, Isabel Geno, Angela Clemente, Antonia Salinos e Josefa Goni, as toureiras recentemente chegadas da Europa, onde, na Hespanha e em Portugal, produziram verdadeiro successo nas diversas cidades em que se exhibiram.

Contratadas para a praça de touros que se acha actualmente funccionando nas Laranjeiras, pelo director da cuadrila, o cavalheiro Juan Romero, devem se estreiar, se o tempo o permittir, no proximo domingo.

E se o tempo o permittir não faltaremos á magnifica tourada que se prepara.

Contamos vel-as victoriosas. Com tão gentis bandarilheiras e matadoras, não ha touro que se não deixe matar e bandarilhar.

In O PAIZ, Rio de Janeiro – 15 de Setembro de 1898

NOTA: A presença das 3 señoritas toureiras espanholas e das 2 francesas no Brasil não passou despercebida. 

Ver, por exemplo, estes posts sobre o mesmo assunto:

https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2023/09/26-de-outubro-de-1898-rio-de-janeiro-as.html

https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2023/09/27-de-outubro-de-1898-rio-de-janeiro.html

19 DE DEZEMBRO DE 1897 – RIO DE JANEIRO: DESPEDIDA DOS CAVALEIROS ALFREDO TINOCO E JOSÉ BENTO DE ARAÚJO


 

Biblioteca nacional do Brasil


Tauromachia

Chamamos a attenção dos leitores para o programma da grande tourada de domingo, a ultima da temporada, que publicamos na secção competente.

Se se pudesse alargar a praça das Laranjeiras para conter a multidão que vai ficar sem logar...

In O PAIZ, Rio de Janeiro – 18 de Dezembro de 1897

16 DE AGOSTO DE 1896 – RIO DE JANEIRO: “TOURADA MAGNÍFICA” COM DOIS CAVALEIROS PORTUGUESES


 

Biblioteca nacional do Brasil


A tourada de hontem

A’s vezes n’uma praça de touros o publico é victima de uma burla inesperada. A companhia tauromachica mostra os melhores desejos de bem servir, mas o gado furta-se a toda a sorte, e não ha meio de se ter uma tourada em regra. Hontem foi o inverso, tourada magnifica e o amphytheatro com immensos espaços vasios.

Concorreram de certo para isso a festa da Gloria, que nunca deixa de ser um grande attractivo, e a circumstancia de se manter aberta a maioria dos estabelecimentos commerciaes de nossa praça. Foram logrados, portanto, os que lá não foram.

Hoje, naturalmente, dia desoccupado, outra será a concurrencia.


A’s 3 ½ horas da tarde, o intelligente da praça mandou dar o signal para apresentação dos toureiros, entrando na arena a cuadrilha e os dois cavalleiros José Bento de Araujo e Alfredo Tinoco da Silva em soberbos corceis, ricamente ajaezados.

Feitas as solemnes continencias enthusiasticamente correspondidas pelo publico, Tinoco apresentou-se noutro cavallo e disposto a farpear o 1º touro que logo saiu.

Era um bom animal preto, ligeiro dos que a companhia trouxe de Portugal, escolhido entre os do creador Paulino da Cunha e Silva. Fez boa figura de bravo, e proporcionou a Tinoco sores felicissimas. Uma pega de cara terminou a lide a que o bicho se sujeitou e o publico ficou satisfeito.

O 2º touro veiu zangado; mas a sua colera não era provocada pela presença de Carlos Gonçalves e Luiz Homem. Elle tinha outros motivos que não revellou; e, justiceiro, não quiz exercer vinganças em quem não era culpado. D’ahi a falta de sortes. Quando lhe pegaaram á unha, não resistiu, submetteu-se e até deitou-se inoffensivo.

O 3º do creador Palha Blanco, de Portugal, foi lidado pelo espada Colon, que mostrou ainda uma vez a sua destreza e habilidade para citar a féra e fazer-lhe surpresas.

No intervalo que se seguiu foi largamente vendido um pequeno «orgão da arte tauromachica» Sol e Sombra, folha bem redigida e bem impressa de que já haviamos recebido um exemplar. Traz o retrato de José Bento (de Araújo) e algumas coisas de espirito.

O 4º touro, nacional, foi bandarilhado por Gonçalves da Silva, e deu que fazer. Cabeça alta e irrequieta, armação enorme, gargalhadas infinitas, até na péga, em que os moços de forcado andaram aos trambulhões.

O 5º, do Laranjal, tambem foi habilmente lidado por Luiz Homem e Manoel Brabo.


O 6º foi o grande touro do dia. Apresentou-se para farpeal-o o perfeitissimo cavalleiro José Bento (de Araújo), e o seu porte e a sua destreza arrancaram applausos justos de toda a assistencia. O touro arremettia sempre¸e o cavallo sempre sahia na tangente depois que uma farpa se firmava no cachaço do animal indomavel.

Durante essa corrida, levantaram-se os animos, e José Bento (de Araújo), com os seus feitos de perfeição, galhardia, perigo e firmeza de sella, foi alvo da mais estrepitosa ovação.

O publico saiu satisfeito, e reputou a corrida de hontem melhor do que as duas primeiras. A de hoje melhor será ainda, pois ha um animal para ser lidado por Tinoco e José Bento, juntos.

--- ---

O policiamento da praça não offereceu hontem os motivos de critica dos demais dias, deixando de espalhar o povo que se agglomerava nos pontos de entrada. Tambem, não havia agglomeração.

--- ---

O intelligente da praça foi soffrivelmente invectivado por alguns afficionados intransigentes, que não ficaram satisfeitos com certos pormenores. Se formos a achar-lhe algum defeito, será o de permittir que logo nos primeiros segundos se cubra um touro de farpas, obrigando a fazer recolhel-o com brevidade que podia deixar de ser tamanha.

Outra coisa de que não abusa esta companha é dos accidentes artisticos que muito animam a corrida e muito divertem o publico. Isso de vir o boi, farpeal-o, pegar-lhe á unha e recolhel-o, é muito rudimentar, e póde ser sufficiente ne Hespanha, onde tudo se passa ao vivo; mas n’uma corrida de touros embolados, o matiz funambulesco não é demais. Domingo passado não houve a sorte da mega? Hontem não houve a ligeira sorte da vara? Pois mais alguma coisa desse genero é bastante para acccidentar uma corrida.

--- ---

Uma coisa foi hontem notada com estranhesa: a ninguem foi permittido subir aos camarotes para cumprimentar familias que lá estavam. E’ esquisito isso. A gente é obrigada a ser insociavel n’uma praça de touros?

A excelente companhia deve se felicitar por ter reunido este anno dentro daquelle cercado pouco airoso uma sociedade muito selecta de cavalheiros e damas, que nunca haviam dado á praça a honra da sua presença; mas deve-lhes facultar os cumprimentos naturalissimos em uma assembleia de pessoas educadas.

Mas, á parte esses senões, restabeleçamos, concluindo, a nota do bello divertimento de hontem.

In O PAIZ, Rio de Janeiro – 16 de Agosto de 1896

15 DE AGOSTO DE 1880 – MADRID: TRAGÉDIA NA PRAÇA DE TOUROS


 

Biblioteca nacional de España

Ecos de Madrid

La corrida de novillos

Con un lleno casi completo, la tarde en un principio amenazando lluvia, y despues serena y despejada, se celebró la  corrida de novillos, segun los carteles, que teníamos anunciada.

Ocupaba la presidencia el teniente de alcalde Sr. Darribas y Dorrego, inteligente, al decir de varios, en aquellos asuntos que no se rozan con el arte taurino, el cual para él, para el Sr. Dorrego, es desconocido.

Dos toros embolados, que fueron picados, banderilleados y rejoneados, que se retiraron al corral, fué el principio de la fiesta.

Una cuadrilla de toreros, de invierno, á cuyo frente iban Gabriel Lopez (Mateito) y Tomás Parrondo (Manchao), hizo el paseo y se preparó á recibir el primer becerro, que pertenecia á la vacada de D. Donato Palomino, de Chozas de la Sierra.

Era el bicho de libras y poder, voluntarioso, hondo, retinto albardao, bragado y de buena cornamenta.

Lucia divisa amarilla, distintivo de la ganadería referida.

Los picadores castigaron á la fiera, que mató cuatro caballos y derribó cinco veces á los piqueros, resultando herido Ortega, levemente, en la cabeza.

En este primer tercio de lidia, y cuando le estaban los peones pasando de capa, el banderillero Nicolas Fuertes (el Pollo) sufrió una cogida.


Hé aquí el facultativo del doctor D. Antonio Alcaide Peña:

«El banderillero Nicolas Fuertes (el Pollo) ha sufrido, durante la lidia del primeer toro de puntas, una cogida, resultando con una herida penentrante de peecho, situada en la parte anterior y lateral izquierda del mismo, con cestrozo del centro cardiaco, á consecuencia de la que ha fallecido, sin dar tiempo más que á recibir la Extremauncion.»

El estupor que en el momento de dicho desgraciado incidente se produjo en el público pueden comprenderlo nuestros lectores.

Despues de retirado el infeliz Fuertes á la enfermería, la corrida continuó, con tales predisposiciones de ánimo en toreros y espectadores, que aquéllos no pudieron banderillearle bien ni mal, y Mateito, pasando ceñido, valiente y sereno, dió dos medias estocadas muy buenas, y hubiera concluido con la vida del cornúpeto, si la intempestiva órden del Sr. Darribao no hubiese mandado que le llevasen al corrral.

Tambien el referido becerro saltó la valla seis  veces; intentó hacerlo tambien por la contrabarrera, y dió en uno de los saltos una pisada á Vicente Carbonell (el Morenito), que le abrió una herida que le causó un toro há poco tiempo.


El caballero rejoneador Sr. (José Bento de) Araujo estuvo muy bien en todas las suertes, siendo muy aplaudido, y recibiendo en premio de su habilidoso trabajo muchos aplausos y una petaca de plata sobredorada.

Los dos toros que rejoneó el Sr. (José Bento de) Araujo, fueron muertos por Raimundo Diaz (Valladolid), bastante bien.

En el toro de puntas que se lidió despues, los banderilleros de Tomás Parrondo (el Manchao) estuvieron algo torpes, y éste, preocupaado con la fatal suerte de su compañero (el Pollo), aunque sereno en el pasar, hiriendo se mostró algo intranquilo, teniendo que mandar el presidente que el toro fuese echado al corral.

De los dos toros embolados no hablamos, porque es la barbaridad de las barbaridades.

P.

In GACETA UNIVERSAL, Madrid – 16 de Agosto de 1880

15 DE AGOSTO DE 1880 – MADRID: O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO DE NOVO NA PRAÇA DA CAPITAL DE ESPANHA ANTES DE ACTUAR EM SANTANDER


 

Biblioteca nacional de España

SECCION DE ESPECTACULOS

El rejoneador portugués (José) Bento d’Araujo tomará parte en la corrida de novillos quee ha de verificarse en la Plaza de Madrid mañana domingo. — También se presentará en la plaza de toros de Santander dentro de pocos días.


In LA DISCUSIÓN, Madrid - 14 de Agosto de 1880

8 DE AGOSTO DE 1880 – MADRID: ANÚNCIO DA ESTREIA DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO


 

Biblioteca nacional de España


In LA CORRESPONDENCIA DE ESPAÑA, Madrid – 8 de Agosto de 1880

4 DE JULHO DE 1909 – NÎMES: CORRIDA DE GALA EM PERSPECTIVA E MEMÓRIA DOS GRANDES CAVALEIROS PORTUGUESES


 
Bibliothèque nationale de France


La Corrida de gala du 4 Juillet.

Les aficionados, si nombreux dans notre Midi, savent tous que le toréo à cheval exécuté par les cavaliers est la plus brillante et la plus audacieuse façon de combattre le toro à cheval. Elle exige un courage remarquable, beaucoup d’adresse et une science de cavalier de premier ordre.


Nous avons déjà vu, il y a quelque quinze ans, un rejoneador portugais (José) Bento de Araujo, casser des javelines sur des toros emboulés; mais pour la première fois, dans la plaza de Nimes, les deux meilleurs cavaliers en place portugais, Manuel Casimiro d’Almeida et son fils José Casimiro, attaqueront avec leurs chevaux dressés, deux toros de Arribas, toros de pointe, c’est-à-dire abordés cornes nues.

La suerte de rejonear, si brillante par elle-même, y gagnera en intérêt palpitant, car on ne saura lequel admirer le plus, de la science des cavaliers ou du parfait dressage de leurs chevaux d’un prix très élevé.


In LA CHRONIQUE MONDAINE, LITTÉRAIRE ET ARTISTIQUE, Nîmes – 19 de Junho de 1909

8 E 15 DE AGOSTO DE 1880 – MADRID: O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO PARTE O PÉ ESQUERDO E NA SEMANA SEGUINTE VOLTA A TOUREAR NA MESMA PRAÇA MADRILENA

 


El aplaudido caballero rejoneador portugués D. José Bento d’Araujo se encuentra completamente mejorado de la fractura que sufrió en el pié izquierdo á consecuencia de la caída que tuvo, causada por el segundo toro que rejoneaba en la novillada del domingo pasado. En la que se celebrará el domingo, volverá á lidiar dos toros, ejecutando con ellos suertes completamente desconocidas para este público.

In DIARIO OFICIAL DE AVISOS DE MADRID, 14 de Agosto de 1880

13 DE AGOSTO DE 1893 – NÎMES: UMA TOURADA COM GRANDES TOUREIROS DE ESPANHA, UMA JOVEM E PROMISSORA CAVALEIRA DE FRANÇA MAIS UM CAVALEIRO VETERANO DE PORTUGAL


 

Bibliothèque nationale de France

CHRONIQUE

Arènes de Nimes. — Dimanche, 13 août, à 3 heures ½ précises, gran corrida espanola de 6 toros de cartel provenant de la ganaderia de madame la comtesse de Patilla. Devise: bleue ciel, blanche et rouge, combattus par les matadors de cartelo Jose Sanchez del Campo (a) Cara-Ancha et Antonio Fuentes et par le caballero en plaza José Bento de Araujo et la caballera en plaza Mlle Maria Gentis.

Composition des cuadrillas.

1er matador: Jose Sanchez del Campo (a) Cara-Ancha.

Picadores: Jose Trigo, Francisco Parente (a) El Artillero.

Banderilleros: Pedro Sanchez del Campo, Manuel Loca, Jose Martinez (a) Corito.

2ème matador: Antonio Fuentes.

Picadores: Jose Carriles, Jose Fernandez (a) El Largo.

Banderilleros: Jose Sevillano, Manuel Diaz, Geronimo Gomez (a) Currinchi.

Puntillero: Geronimo Gomez (a) Currinchi.

Les deux premiers seront emboulés pour le travail des chevaux et désemboulés pour le travail des banderilleros et matadors.

Les 4 derniers toros sortiront cornes nues et seront travaillés à l’espagnole, 2 par Cara-Ancha et 2 par Fuentees.

Noms et couleurs des toros.

Nºs      17        Sacto, negro entrepelado, bragado, salpicado por detras.

            74        Carcelero, colorado, albardado, bragado.

            91        Montenegro, negro bragado, salpicado por detras.

            86        Azuceno, cardeno claro, bragado.

            26        Confitero, colorado, salpicado en blanco, bragado.

              2        Carnicero, cardeno claro, bragado.

Orchestre des Touristes du Gard et des Enfants de Nimes.

Prix des places: Premières numérotées, 20 fr.; secondes numérotées, 10 fr.; toril, 5 fr.: amphithéatre, 3 fr.

Ouverture des portes à midi.

Avis essentiel. — En cas de mauvais temps avant la course, la direction ne remboursera pas les billets pris à l’avance. Ces billets devront être conservés pour la course semblable qui suivra celle renvoyée. Aucune réclamation ne sera admise; l’argent ne sera pas reçu aux portes et on ne délivrera aucune contremarque de sortie.


In LE PETIT MIDI, Nîmes – 13 de Agosto de 1893

20 DE OUTUBRO DE 1887 – MADRID: DOIS CAVALEIROS PORTUGUESES NA PRAÇA MADRILENA


 

Biblioteca nacional de España


GACETILLA

El día 20 del presente mes dará una corrida de diez toros la Sociedad “El Gran Pensamiento”, destinando los productos al socorro de los socios enfermos y sostenimiento de sus cátedras.


Se lidiarán seis toros por Lagartijo, Frascuelo y Mazzantini, con sus respectivas cuadrillas; dos más serán lidiados á la usanza de Pepe-Hillo, vistiendo las cuadrillas trajes de aquella época; los otros serán rejoneados á la portugueza por los cavalheiros en praça os señores D. José Bento d’Araujo e o D. Luis Rego, los cuales traen riquísimos caballos lujosamente enjaezados.

 El despejo que preparan será un acontecimiento notable, á juzgar por los preparativos que se están haciendo.

La Diputación provincial ha concedido los uniformes de la guardia amarilla y algunos otros efectos.

In EL ESTANDARTE, Madrid – 4 de Outubro de 1887