3 DE SETEMBRO DE 1924 – LISBOA: A TRAPALHADA JORNALÍSTICA SOBRE A MORTE DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO


 

O cavaleiro José Bento de Araújo, meu tetravô
FOTO: © Rui Araújo

Arre-Diabo! Regouguei. Lamentei-me. Os jornalistas safardanas de outrora eram iguais aos de hoje. Era fartar vilanagem. E raramente prestavam o flanco. Fechavam-se em copas, não fosse o Diabo tecê-las... 

O vespertino lisboeta «A CAPITAL» publicou na quinta-feira, 3 de Setembro de 1924, a notícia do funeral do cavaleiro José Bento de Araújo.

OS QUE MORREM

José Bento de Araujo

«Pelas 16 horas, realizou-se o funeral do conhecido cavaleiro tauromaquico José Bento de Araujo.

O prestito funebre saiu da igreja do Coração de Jesus para o cemiterio dos Prazeres. No acompanhamento viam-se muitos artistas e aficcionados da arte de Montes.

Sobre o ataude foram depostos grande numero de coroas e ramos de flores naturais.

Fizeram-se representar no funeral as Associações dos Toureiros, Proprietarios de Trens de Aluguer, Empresa do Campo Pequeno, etc.

No cemiterio foram organizados varios turnos.»


Hemeroteca Digital de Lisboa

Nunca fiando, fui (quase um século depois dos factos e da notícia) confirmar a informação ao cemitério dos Prazeres. Ia o Maio fora.

O cavaleiro José Bento de Araújo, ao contrário do que narrou o jornal «A CAPITAL», não está nem nunca esteve ali enterrado. 

Os registos manuscritos do ano de 1924, disponíveis no Cemitério dos Prazeres, não deixam margem para dúvidas.

Estaquei à porta da Secretaria, mesmo à esquerda do portão principal do cemitério, decidido a perceber.

— Aqui é que ele não está! — proferiu o voluntarioso funcionário municipal que se acercara do balcão.

— E... E...

Ele não me deixou terminar a frase.

— Pelo nome da igreja de onde abalou o funeral e pela morada da casa dele, é capaz de ter ido para o Cemitério do Alto de São João... — arriscou o homem, mercê da sua experiência.

Prestei-lhe ouvidos. 

É certo que o cavaleiro José Bento de Araújo residia na rua da Sociedade Farmacêutica e que o corpo esteve exposto na Igreja do Coração de Jesus. Estes dois locais ficam mais perto do cemitério do Alto de São João, na zona oriental de Lisboa.

A IGREJA DO SANTÍSSIMO CORAÇÃO DE JESUS

A igreja paroquial do Santíssimo Coração de Jesus era uma das mais modestas da capital. Ficava no local onde está, hoje, implantado o Instituto Cervantes, perto da UAL. Era um edifício do risco do arquitecto Manuel Caetano de Sousa, que datava de 1780. 

«A freguesia eclesiástica, desanexada das de S. José, Pena e S. Sebastião, foi criada em Fevereiro de 1770, sob a denominação de Santa Joana, instalando-se no convento de Santa Joana, do qual passou, em 1780, para a igreja do Hospício dos Religiosos de Nossa Senhora do Carmo do Rio de Janeiro, na esquina da rua de Santa Marta para a rua do Loureiro, passando então a freguesia a chamar-se simplesmente do Coração de Jesus.»


Foto cedida graciosamente pela Igreja Paroquial do Sagrado  Coração de Jesus

«Entretanto ia-se construindo o templo próprio paroquial, em terreno cedido por Cristóvão de Sousa da Silva d'Alte, correndo as despesas pela Irmandade do Santíssimo da qual fazia parte o 12º Conde de Redondo, D. Francisco de Sousa Coutinho. A transferência da freguesia para a sua igreja do Coração de Jesus realizou-se em 30 de Maio de 1790. Entre 1877 e 1880 a igreja recebeu grandes obras de restauro, estando o culto então suspenso. Está projectado um novo templo nas imediações, mais vasto e de melhor arquitectura» - (Fonte: CML).

Uma nova igreja com a mesma invocação, denominada hoje «Igreja Paroquial do Sagrado Coração de Jesus», foi edificada na rua de Santa Marta nos anos 60 do século passado.


A nova igreja foi construída a escassas centenas de metros da antiga
FOTO: Rui Araújo

A igreja (construída noutro espaço) foi  inaugurada no dia 19 de Junho de 1970. Hoje, conta com duas missas diárias. O nome foi, entretanto, alterado em 2021 por questões meramente burocráticas (registo nas Finanças).

 «O complexo paroquial é composto por 3 corpos articulados por um pátio central, que estabelece uma ligação pedonal com a Rua de Sta. Marta. O corpo principal destina-se à igreja, enquanto que os outros acolhem serviços de apoio social e educativos. A igreja, organizada por pisos, apresenta no topo o espaço principal, por baixo deste a cripta e o cartório e na base o salão paroquial e a capela mortuária. O espaço da igreja, uma ampla nave trapezoidal de altura considerável, com o santuário iluminado por claraboia elevada, surge envolvido por uma galeria superior formando balcão. Uma capela saliente junto à entrada, destinada ao batistério, é dedicada atualmente ao Coração de Jesus.

 A igreja, com uma excelente acústica, possui um orgão de fabrico inglês, colocado sobre a tribuna lateral onde se situa o coro.»  — indica a CML no seu sítio internet.


A única estátua da nova igreja
FOTO: Rui Araújo

Ainda não eram as 10 da manhã quando o amável sacristão da paróquia, Paulo Lopes, me levou para uma sala atrás do átrio. Foi buscar os «Assentos de Obitos» da «Freguezia do Coração de Jesus» relativos aos «anos de 1924 a 1925». Ausentou-se menos de um minuto e volveu com um livro aberto nas mãos.

— Página 36. Está tudo aqui...

Assim, nem o Diabo nos agarrava...
FOTO: Rui Araújo

Os meus olhos correram o assento 160 de uma ponta à outra. Lentamente. Era mesmo aquilo que eu procurava: «Bento Jose d'Araujo ou Jose Bento d'Araujo».

FOTO: Rui Araújo

«Bento Jose d'Araujo ou Jose Bento d'Araujo». Li e reli aquelas linhas porventura com algum pudor, envergonhado com a devassa da morte alheia.

A Igreja cuidava das leis dos homens, das leis divinas e dos registos civis.
FOTO: Rui Araújo

Em dois de Setembro de mil novecentos vinte e quatro, ás dezassete horas, na rua Sociedade Farmaceutica, onze (NOTA: O número correcto é 6, 6ª e 6B), res do chão, desta freguesia do Santissimo Coração de Jesus, de Lisboa, falleceu um individuo do sexo masculino = Bento Jose d'Araujo que tambem usava o nome de Jose Bento d'Araujo = de setenta e dois anos, industrial, natural da freguesia d'Ajuda, desta capital, morador na referida residencia, casado em segundas nupcias com Dona Carolina Infantes Fonseca Araujo e filho legitimo de Domingos Jose de Araujo e Dona Custodia de Jesus. (???) E foi sepultado no cemitério publico oriental desta cidade (NOTA: Cemitério do Alto de São João), em jazigo. E ignoro os demais esclarecimentos. Do que lavrei este, que assigno.

O Coadjutor - Joao Nunes Monteiro

A CASA DE JOSÉ BENTO DE ARAÚJO

O cavaleiro tauromáquico residia no número 6 da rua da Sociedade Farmacêutica  (a escassos metros de uma entrada lateral do Hospital dos Capuchos).





IMAGENS: Google Earth

José Bento de Araújo era o proprietário de um edifício que ainda hoje ostenta na frontaria as suas iniciais  (J.B.A.), uma carranca (cabeça de cavalo) e um grande painel de azulejos (com José Bento de Araújo, montado num alazão na praça do Campo Pequeno, em Lisboa) no centro.

O CEMITÉRIO DO ALTO DE SÃO JOÃO

 «Em 1833, a crescente mortalidade da população lisboeta, causada por um surto epidémico de cólera, levou à criação do Cemitério do Alto de São João para suprir as necessidades da zona oriental da cidade, na altura situado “fora de portas”, zona rural de grandes quintas. Aqui podemos conhecer um pouco da nossa história desde o século XIX até aos nossos dias.

O reboliço ou o alvoroço do (outro) mundo não chega aqui nem por sombras...
FOTO: Rui Araújo

O edificado arquitectónico é tanto de autoria desconhecida como de arquitectos ou canteiros conceituados. Temos, por exemplo, na entrada do lado esquerdo o Jazigo dos Beneméritos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, do arquitecto Adães Bermudes e, à direita, o Jazigo dos Viscondes de Valmor, mecenas das artes e criador do Prémio de Arquitectura com o seu nome, do arquitecto Álvaro Machado, ladeado por quatro estátuas dos escultores Costa Mota, Fernandes Sá, Tomás Costa e Moreira Rato (sobrinho) que representam respectivamente a Arquitectura, a Escultura, a Gravura e a Pintura.

A mesma solidão de sempre e para sempre - não se enxerga vivalma
FOTO: Rui Araújo

Os heróis da implantação da República são também objecto de homenagem, nomeadamente, Cândido dos Reis, Miguel Bombarda, Elias Garcia, António José de Almeida, Machado Santos, Heliodoro Salgado, Borges Grainha, entre outros.

A eternidade é capaz de ser demasiado longa...
FOTO: Rui Araújo

De realçar o jazigo de homenagem aos Beneméritos da Cidade e os dois talhões privativos, um destinado aos Bombeiros Voluntários, o outro aos Combatentes, bem como a cripta dos Combatentes, a cargo da Liga dos Combatentes.

Cá se fazem e lá se pagam?
FOTO: Rui Araújo

Entre jazigos e sepulturas onde repousam figuras de destaque nas mais variadas áreas, das letras às artes, da ciência à política, lado a lado com cidadãos anónimos, encontramos os túmulos de figuras femininas que se destacaram na vida social e política como republicanas e activistas, percursoras de movimentos pacifistas e femininos, nomeadamente, Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Angelina Vidal e Maria Veleda.

Arrenegar e Demónio e, por vezes, os vivos, também...
FOTO: Rui Araújo

Em 1925, foi aqui construído o primeiro forno crematório do país desativado onze anos depois, por motivos políticos e retomado o seu funcionamento em 1985.

A entrada principal do cemitério do Alto de São João
FOTO: Rui Araújo

José Saramago, Prémio Nobel da Literatura, falecido em 18 de Junho de 2010, foi uma das figuras públicas aqui cremada, bem como Álvaro Cunhal, político antifascista e ministro nos primeiros quatro governos provisórios, falecido em 13 de Junho de 2005, cujas cinzas foram depositadas, num dos cendrários existentes: Oriente, Jardim da Saudade e Jardim da Memória, este último inaugurado em Abril de 2013.»

O RESTO DA HISTÓRIA

Fui, portanto, ao cemitério do Alto de São João à procura do meu tetravô cavaleiro. Eram 2 da tarde. Àquela hora não se enxergava vivalma. Apesar de tudo (dos mortos e do sofrimento dos que cá ficaram) aquela terra era perfeitamente desinfeliz para mim...


O alvoroço de existências passadas ou tão simplesmente o caos imaginado
FOTO: Rui Araújo

 Benzi-me, acocorado como quem não quer a coisa, diante de uma campa sem vultos ou sombras negras. Era preciso arrenegar o demónio. Sempre. Era como lutar. Crenças e gestos que o hábito tecia...

Na Secretaria, fui atendido por um funcionário amável que me cedeu o livro dos «Registos dos Enterramentos» da CML relativo ao período «4 de Abril a 19 de Dezembro de 1924».

Li a prosa lavrada em letra redonda.

3 DE SETEMBRO DE 1924

Número de ordem: 4445

Número do boletim ou guia: 288 da paróquia de Camões.

Os registos dos que partiram há uma eternidade...
FOTO: Rui Araújo

«Bento José de Araujo, ou José Bento de Araujo, filho de Domingos José de Araujo e de Custodia de Jesus, natural de Lisboa, com 72 anos de idade,  casado, comerciante, residente na Rua Sociedade Farmacêutica, 18 r/c, faleceu no dia 2 de Setembro de 1924 às 17 h.»

Causa da morte: «doença cronica».

Caixão de chumbo.

«Dia e hora do enterramento: 3 de 9 – 17 h», tendo sido sepultado no jazigo 3362.

O jazigo 3362 do cemitério do Alto de São João
FOTO: Rui Araújo
.
Um carimbo azul (e caligrafia de cor vermelha) indica que foi «retirado para a vala (comum) em 1988/02/01».

«Retirado para a vala» em 1988
FOTO: Rui Araújo

Fui no encalço do afável funcionário.

— É possível saber a quem pertencia o jazigo 3362? — indaguei com voz gutural.

O homem abanou a cabeça a dizer-me que não.

— As primeiras folhas do processo desse jazigo desapareceram. Só há informação a partir de 1930 e muitos...

Deixá-lo. 

Mesmo assim, apesar do sentimento de impotência, fui ver o jazigo 3362. 

Duas senhoras muito bem postas entraram comigo na carrinha do cemitério. Fui o primeiro a apear-me. O dedicado motorista municipal, o Senhor Rui (que trabalha aqui há uma eternidade), propôs ir buscar-me depois, mas recusei. Gosto de cemitérios e de caminhar...

O jazigo 3362 (o maior na imagem) tem a inscrição «MANUEL DOMINGUES ROSA E FAMILIA».
FOTO: Rui Araújo

Acerquei-me do jazigo 3362. Na ruela desolada nenhum ruído se percebia. Mas o mais estranho ali ainda era a paz que irradiava daquelas pedras assombrosas. Feitas as contas, nem o Diabo conseguia agarrar-nos por aquelas bandas...

Não vá a desgraça mais longe: feitas as contas nada resiste ao tempo e tudo acaba em ficção
FOTO: Rui Araújo

Um pouco mais tarde, noutro lugar e já na presença de outras gentes, mergulhei nas fotos do «REGISTO GERAL DOS ENTERRAMENTOS".

Um registo decisivo para o apuramento da verdade dos factos
FOTO: Rui Araújo

Afinal em 5 de Dezembro de 1924 (NOTA: pouco mais de dois meses após o funeral!) o cavaleiro José Bento de Araújo foi «trasladado para o jazigo 1283». Era esse o destino definitivo!


De acordo com a página 43 do documento relativo ao jazigo 1283, sito na Rua N.º3 lado esquerdo, o proprietário inicial foi Joaquim Antonio d’Almeida Carvalho. Foi antes de 1871, pois em 28 de Fevereiro desse ano foram aí depositados os caixões de chumbo de D. Margarida Pinto dos Reis Carvalho e de D. Maria Henriqueta.


O primeiro dono do jazigo 1283: Joaquim Antonio d'Almeida Carvalho
FOTO: Rui Araújo

Os números (o jazigo 1283 mede, por exemplo 1,27 m por 2,25m), as datas e os nomes dos ocupantes sucedem-se: 28 de Fevereiro de 1871, 10 de Junho de 1872, 21 de Agosto de 1876, 19 de Outubro de 1924, 11 de Novembro de 1924 e 5 de Dezembro de 1924, a primeira referência factual ao cavaleiro José Bento de Araújo.

A concessão caducou em 1990
FOTO: Rui Araújo


«Em 5 de Dezembro de 1924 foram depositados os restos mortais de Bento José d'Araujo ou José Bento de Araujo, que estavam no jazigo nº 3362 em caixão de chumbo, chapa nº 24 497, prescrito em 5 de Dezembro de 1926.»

A morte é a morte...
FOTO: Rui Araújo

Acabei por apurar alguns factos sobre a morte do valente e alegre cavaleiro José Bento de Araújo. Alguns…


O jazigo 1283 está abandonado há décadas
FOTO: Rui Araújo

Só me falta descobrir quem era Joaquim Antonio d’Almeida Carvalho, o amigo generoso que acolheu os restos mortais do meu tetravô sem perdas nem lucros. Eu quase apostava que a solução do enigma começa pela segunda letra do alfabeto. B como Brasil...


Um dia o jazigo 1283 irá a leilão. Um dia...
FOTO: Rui Araújo

Tentarei também saber mais coisas sobre as mulheres que marcaram a sua vida. Temas para as minhas próximas crónicas sobre José Bento de Araújo.

À margem do inferno terreno para alguns corre outro mundo...
FOTO: Rui Araújo

NOTA FINAL

O meu bem-haja aos anónimos que me ajudaram: os homens e as mulheres dos cemitérios dos Prazeres e do Alto de São João, do Arquivo Fotográfico da CML, e o sacristão da igreja do Coração de Jesus. Pelo menos esses…


11 DE OUTUBRO DE 1891 - PARIS: ESPANHÓIS E PORTUGUESES NA 21ª TOURADA DA TEMPORADA


 
Bibliothèque nationale de France

FOYERS ET COULISSES

Aujourd'hui à 2 heures 1/2, 21ème grande course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse. 

Au programme: Angel Pastor, Valentin Martiin et leurs cuadrillas; José Bento de Araujo, caballero en plaza, et les picadores.

Pédrille.

In LE PETIT JOURNAL, Paris – 11 de Outubro de 1891

23 DE SETEMBRO DE 1906 - RIO DE JANEIRO: JOSÉ BENTO DE ARAÚJO CONTRATA O CAVALEIRO SIMÕES SERRA ANTES DA INAUGURAÇÃO DA TEMPORADA

 

Tauromachia

Para dar todo o brilhantismo as proximas touradas que se realisarão no redondel do Campo de Marte, a empreza José Bento de Araujo contratou mais o cavalleiro Simões Serra, que tantos admiradores conta nesta capital.

In JORNAL DA BRASIL, Rio de Janeiro - 14 de Setembro de 1906

NOTA: Programa da inauguração da temporada:

— A cuadrilla a estréar é composta dos artistas espanhóis e portugueses:

Cavalleiros: José Bento de Araujo e Antonio Nobre Infante.

Espadas: Antonio Segura, Segurito e Trini Perez, Machaquito.

Bandarilheiros: Alexandre Vieira, Alfredo Santos, Manuel Pinheiro, Luiz Canario e Manuel Lola.

Serão lidados seis valentes bichos portugueses, oriundos das acreditadas ganaderias de D. Caetano de Bragança e Estevam de Oliveira

20 DE SETEMBRO DE 1891 – PARIS: A 18ª TOURADA DA TEMPORADA

 

Bibliothèque nationale de France

FOYERS ET COULISSES

Dimanche prochain à trois heures, dix-huitième grande course de taureaux aux Arènes de la rue Pergolèse. Au programme : Valentin Martin, le Mateїto et leurs cuadrillas ; José Bento de Araujo, caballero en plaza, et les picadores.

In LE PETIT JOURNAL, Paris – 18 de Setembro de 1891

1898 - LISBOA: «LA ZARZUELA», A CIÚMEIRA AMOROSA E O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO

 


Biblioteca nacional de España

A TRAGEDIA ENGRAÇADA

Que no significa, como pueden entender oídos castellanos, «La tragedia engrasada» ó con pringue, sino «La tragedia graciosa».

Es la manera de hablar de los portugueses.

En un anuncio del teatro Real, de Lisboa (NOTA: Real Coliseu de Lisboa), se dice de la zarzuela de Javier de Burgos y Chueca titulada Cádiz.

«Zarzuela militar de grande espectáculo.»

Como pudieran anunciar «San Franco de Sena, zarzuela teológica.»

Pues bien; ignoro quién haya sido el protagonista en la tragedia engraçada, pero leo que la víctima escogida debió de ser María Montes.


MARÍA MONTES
A Comedia Portuguesa - 1889

¡Desgraciada María!

¡Ella tan dulce y tierna «todavía,»

ser la causa inocente

del trágico furor de un pretendiente!

¡ Ella, que no es capaz, salvo la parte,

ni de hacer tanto así fuera del arte!


Pues bien; la hermosa María Montes, nuestra contemporánea tiple y buena moza, ha conseguido un triunfo en el teatro Real de Lisboa.

Fué el caso que un personaje inmensamente rico que había pasado algunos años en Africa, no se dice si con taparrabos, se sintió enamorado de María.

Y el hombre se declaró, sin duda, después de obsequiar varias veces con ramos de flores y suspiros de vapor.

Y aun no se sabe si la cantaría, como el personaje de El último figurín:

«En Mozambique

cambié de trajes

y fuí cacique

de mil salvajes.»

Pero la artista no admitió las galanterías y rechazó os dos pies de portugués.

Proyecto este una venganza ruidosa.

«Patear» en escena á María Montes.

Compró el desdeñado y exafricano amante cierto número de billetes para repartirlos, como lo efectuó, entre varios vendedores de periódicos y cocheros y otras corporaciones igualmente aristocráticas, para que patearan á la barbiana, aunque tiple, María Montes.

Llegó la noche elegida para la venganza.

Cantaba nuestra compatriota en El plato del día, según unos autores, Certamen nacional, según otros.

El amante furioso entró en la sala cuando empezaba la representación de una de las citadas obras calderonianas.

Le acompañaban algunos amigos.

Los pateadores estaban en sus puestos, aguardando ó toque do corno para arrancarse.

Por fin sonó.

Os doscientos pes de conjurado empezaron á marcar el trote corto.

El público, que no creía que la artista había dado pie al galán ni al coro de caballerías, protestó ruidosamente y tocó las palmas á María Montes.

Apagados los fuegos de los pateadores, continuó la representación.

Pero cuando volvió á presentarse en escena y á cantar María Montes, se repitió la «escandalera.»

Conoció el público el juego y ahogó los gritos y las coces, digámoslo así, salvando las partes, de los conjurados.

El jefe tuvo que salir del teatro, arrostrando las manifestaciones de la concurrencia.

La artista consiguió una de esas ovaciones que forman época en los fastos teatrales.

Temióse por la vida de la Montes en los primeros momentos.

Parece que habían mediado cartas amorosas y versos del amante á la «diva.»

Se habla de un poema que con el título de A Maricada, dedicó el enamorado cavalleiro á nuestra compatriota.

JOSÉ PEREIRA PALHA BLANCO (ganadeiro)
Câmara Municipal de Mafra

Nadie sabe adónde puede llegar una pasión, aunque sea en la lengua de Palha Branca, Camoens y (José) Bento de Araujo. - E. DE PALACIO.

In EL IMPARCIAL, Madrid - 22 de Agosto de 1889

31 DE OUTUBRO DE 1893 - NÎMES : RETRATO DA TEMPORADA DE 1893

 
Bibliothèque nationale de France

Arènes de Nimes. — Résumé de la saison tauromachique de 1893. — Le 30 avril. — Première course avec Pepe-Hillo, matador, (José) Bento de Araujo, cavalier en plaza, les pégadores nègres, 6 taureaux de Banuelos.

Le 7 mai. — 2me course avec Pepe-Hillo, matador, 2 picadores, (José) Bento de Araujo, cavalier en place, 6 taureaux de Maximo Hernan.

Le 11 mai. — Jour de l'Ascension, fête acrobatique par Austenck Wilton.

Le 14 mai. — Course française avec les quadrilles Monier, de Marseille, Racine et Marthe Sabatier, taureaux de la manade Viret.

Le 21 mai. — Course libre, direction Barrandon.

Le 28 mai. — Course de mise à mort, 2 taureaux avec (José) Bento de Araujo, Pepete et El Ecijano, matadors, et 6 taureaux de Aléas. Pepete blessé à Calavera de la Reina (NOTA: Talavera de la Reina) n'a pu venir et a été remplacé par Tortero.

Le 4 juin. — Adrada et don quadrille, travaillant les taureaux de Banuelos et Hernan des 30 avril et 31 mai.

Le 11 juin. — Sous location des arènes à Barrandon qui donne une course libre.

Le 18 juin. — Adrada et son quadrille, taureaux de Hernan et Banuelos. La course n'eut pas lieu; Adrada voulant faire chanter, les chaises des arènes furent brûlées.

Le 25 juin. — Espartero et Quinito, (José) Bento de Araujo, 6 taureaux de Concha y Sierra. Espartero blessé à Barcelone le 13 ne put venir et se fit remplacer Centeno, trois taureaux mis à mort.

Le 2 juillet. — Course française, quadrilles Fabre et Laurent Guyot, taureaux de la manade Viret.

Le 9 juillet. — Bonarillo et Fabrilo, Maria Gentis, caballera en plaza, (José) Bento de Araujo, 6 taureaux de Enrique Salamanca dont 4 furent mis à mort; Fabrilo blessé à Jinaroz, se fit remplacer par El Gallo.

Le 16 juillet. — Course libre.

Le 23 juillet. — Cirque Casuani.

Le 30 juillet. — Cirque Casuani.

Le 6 août. — Course libre.

Le 13 août. — Cara Ancha et Fuentes, Maria gentis, caballera en plaza, (José) Bento de Araujo, 6 toros de Patilla, dont 4 furent estoqués.

Le 20 août. — Novillada, Manene et Gavira; adieux de (José) Bento (de Araújo) qui couru le toro cornes nues; 4 taureaux courus et 2 toros mis à mort: 1 Banuelos, 1 Hernan.

Le 27 août. — Course mimique par Barandon.

Le 3 septembre. — Course mimique.

Le 10 septembre. — Espartero et Quinito, 6 taureaux de Concha y Sierra, estoqués. Espartero blessé à Puerta de Santa Maria, se fait remplacer par Centeno.

Le 17 septembre. — Course mimique par Barandon.

Le 24 septembre. — Repos.

Le 1er octobre. — El Gallo, Fabrilo, Jarana, et 8 toros de Flores, 6 seulement furent travaillés et estoqués.

Le 8 octobre. — Course par Lombros, quadrille fin de siècle.

Le 15 octobre. — Course novillada, Colon y Rojas, Maria Gentis, caballera en plaza.

Le 22 octobre. — Espartero et Lagartijillo, et 7 toros, 6 toros du Duc de Veragua estoqués; Maria Gentis, caballera en plaza, travaillant le 7e toro, un Flores.

In LE JOURNAL DU MIDI, Nimes - 31 de Outubro de 1893

1938 – NÎMES: REGRESSO AO PASSADO - A PROPÓSITO DA INAUGURAÇÃO DA TEMPORADA


 

Bibliothèque nationale de France 

CORRIDA DE NIMES

Après Dax, Bordeaux, Arles, etc., Nimes donne aujourd’hui sa première Gran Corrida de la saison.

Elle la donne un mois à peine après la mort d’Antonio Fuentes, l’un des toreros qui fut le plus fêté en France, dont le nom longtemps répété reste encore dans notre mémoire à tous, et qui reçut la première alternative donnée en France.

Cette alternative fut-elle considérée comme valable, nous ne le pensons pas ; car, à cette époque, il y a 45 ans de cela, toutes les plazas ne conféraient pas le droit d’alterner et de longues discussions surgissaient lorsqu’un matador était sacré dans certaines plazas. Tout au plus y en avait-il quatre ou cinq qui faisaient autorité obligatoirement et on ne pouvait toréer à Madrid, sans y recevoir à nouveau le sacre de matador.

C’était alors en France non pas le premier souffle de l’aficion à la course espagnole et encore moins aux courses, puisque celles-ci s’y déroulaient depuis bien longtemps ; mais un vent plus violent qui allait bientôt envahir toutes les cités méridionales importantes et y implanter d’une façon continue et régulière la corrida espagnole qui n’était alors qu’un spectacle de grand gala et plutôt rare.

La capéa sous toutes ses formes avait préparé le terrain des courses formelles espacées avaient familiarisé les foules avec le dernier tiers et l’un des directeurs audacieux prenait pied dans le Midi, entouré d’hommes éclairés comme Infante et un subalterne Méric pour donner plus de vie espagnole aux courses que l’on aimait tant. 

Tout d’abord on organisa des spectacles espagnols avec deux toros en corrida intégrale, les autres étaient courus de cape et recevaient le simulacre ou étaient travaillés par le caballero José) Bento de Araujo ou Madame Maria Gentis.

De semaine en semaine, au fur et à mesure que se déroulait la temporada, le nombre de toros combattus en lidia formelle augmentait, de deux on allait à trois, quatre, cinq et six pour la troisième année arriver à la corrida intégrale de six toros. Les autres villes suivirent Nimes dans cette voie et si nous rappelons ce passé, c’est parce que Nimes qui fut à l’origine la semeuse de l’aficion en France n’a pas été cette saison la première à ouvrir la saison.

Elle arrive donc toujours attirante par son cadre magnifique et merveilleux, bien fait pour présenter un aussi grandiose spectacle avec au cartel : Lalanda, La Serna et Rafaelillo.

De ces trois matadors La Serna est celui vers lequel tous les regards aficionados sont tournés. À l’heure où j’écris ces lignes je ne sais ce que ce torero aura fait à Arles; mais ceux qui l’ont vu toréer savent qu’il peut beaucoup et qu’il sait enlever une ovation et faire éclater l’enthousiasme. C’est donc avec de grandes espérances qu’ils se dirigent vers la plaza. Il en est de même pour Rafaelillo qui peut énormément et sait, avec la cape et la muleta, forcer les applaudissements à retentir nourris et continus.

Quant à Lalanda, qui est comme le furent tous les maitres poussés dans ses retranchements par les purs qui toujours demandent le maximum à celui qui peut tout, nous attendons avec calme son travail, sachant qu’il saura toujours donner par ses connaissances une impression sérieuse de ce qu’est la science taurine.

Il fut un temps où la démarcation était plus nette entre le torero et le matador, c’était justement à l’époque dont nous parlons plus haut et quelques années après. On savait non pas exactement ce que ferait  un torero, car les toros changent beaucoup d’intentions et l’on doit en tenir compte ; on cataloguait un Fuentes parmi les toreros brillants, un Espartero et Reverte parmi les émouvants, un Mazzantini parmi les imposants et les matadors et un Guerrita hors classe pour sa science, ce qui lui permettait une sécurité et un brio continus.

Aujourd’hui il faut qu’un torero réunisse toutes les qualités et comme certaines ne s’acquièrent qu’avec le temps, il arrive que l’on ne peut plus prévoir, autant que cela se peut, ce que fera tel ou tel torero. Mais le cartel présenté ce jour offre avec Lalanda, La Serna et Rafaelillo, une presque certitude de voir du travail, car le premier possède la science de sa profession et les deux autres sont remplis du désir de plaire, très travailleurs et se classent parmi les meilleurs de notre époque.

L. MARTIN F.


In LE TORERO, Nimes – 5 de Junho de 1938

ABRIL DE 1906 – BRASIL: TOUREIROS ESPANHÓIS E PORTUGUESES REGRESSAM À EUROPA

 
Biblioteca nacional de España

Desde Lisboa

— De regreso del Río de Gameiro (NOTA: Janeiro) son esperados por estos días los caballeros José Bento de Araujo, Simoes Serra, Morgado de Covas y Victor Marques, y los banderilleros Joao de Eliveira (NOTA: Oliveira), Alexandre Vieira, Eduardo Cercó (Punteret) y Antonio Burgos (Malagueño).

In EL TOREO, Madrid – 19 de Abril de 1906

26 DE JULHO DE 1891 – PARIS: O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO É UM GENTLEMAN…


 

Bibliothèque nationale de France

FOYERS ET COULISSES

Demain dimanche, à trois heures, dixième corrida aux arènes de la rue Pergolèse avec Mlle Maria Gentis, José Bento de Araujo, Valentin Martin, le Mateїto, les picadores et les Landais.

Quelques détails sur Mlle Gentis.

Mlle Gentis, dont les débuts comme écuyère de haute école remontent à trois ans, a été successivement à l’Hippodrome et au Nouveau-Cirque.

Au commencement de cette saison, l’idée hardie lui vint de tenter le combat au javelot contre le taureau. L’originalité de cette innovation séduisit la direction des arènes, et Mlle Gentis commença à répéter au mois d’avril.

Le caballero José Bento de Araujo, quoique engagé pour deux représentations seulement, se mit, avec la meilleure grâce du monde, à la disposition de la direction pour aider Mlle Gentis de ses conseils et de son expérience. Devant cette attitude, la direction s’est attaché l’habile cavalier en place pour toute la saison.

Le cheval que monte Mlle Gentis est un étalon très difficile qui n’est à Paris que depuis deux mois. C’est donc après quelques essais sommaires que la jeune femme est parvenue, grâce à l’habileté qu’on lui connait, à l’accoutumer à ces exercices tout spéciaux. Les résultats qu’elle a obtenus sont surprenants et justifient  pleinement le succès consacré par tous les afficionados.

In LE PETIT JOURNAL, Paris – 25 de Julho de 1891

8 DE AGOSTO DE 1880 - MADRID: O TOURO «PAREJITO» MATA UM CAVALO DE JOSÉ BENTO DE ARAÚJO

 


Biblioteca nacional de España

CORRIDAS.

RESÚMEN de las corridas verificadas en Madrid desde el 19 de Julio de 1880 hasta el 4 de Noviembre del mismo año.

Nota. la diferencia de dos toros que se nota entre los lidiados y los muertos consiste en que el 26 de Setiembre fueron al corral Azulejo de Muruve y Vivorillo de Nuñez de Prado por no poderlos matar Gonzalo Mora.

Además de las mencionadas corridas se han celebrado ocho de novillos en los dias 25 de Julio, 1.º, 8, 15, 22, 23, y 29 de Agosto y 2 de Setiembre, lidiándose 28 toros de puntas y seis embolados procedentes de las ganaderías de los Sres. Gomez, Fierro, Hernan, Fernandez, Yague, Palomino, Hernandez, Garin, Sanchez y Santos, vecinos el primero, tercero y decimo de Colmenar, el segundo y sétimo de Madrid, el cuarto de Trujillo, el quinto de Sevilla, el sexto de Chozas y el octavo y noveno de Salamanca. De los expresados cornúpetos volvieron al corral Marqués (Gomez) el 25 de Julio, Morito (Yague) el 8 de Agosto y Valenciano y Lechuguino (Palomino) el 15 de Agosto: el promero á petición del público por tener la res mogonas las armas; el segundo por no poderle matar Lagartija, y los últimos por órden presidencial siendo matadores Mateito y Manchado. El referido toro Valenciano mató al banderillero el Pollo y contusionó al picador Ortega. Madalena de Yague rompió á un mono sábio una costilla, el 8 de Agosto y en igual fecha un cornúpeto embolado de la misma procedencia llamado Parejito derribó y mató el caballo al rejoneador portugués (José) Bento D'Araujo.

In EL BOLETÍN DE LOTERÍAS Y DE TOROS, Madrid - 8 de Novembro de 1880

24 DE JULHO DE 1892 – PARIS: UMA “BELA E BOA TOURADA”


 


Bibliothèque nationale de France

COURRIER DES THÉATRES

Beaucoup de monde hier, dimanche, à la neuvième grande course de taureaux aux Arènes de la rue Pergolèse.

Marius Monier et son quadrille provençal ont été particulièrement acclamés.

Mlle Maria Gentis et José Bento de Araujo ont eu leur part de succès et d’applaudissements.

Le public a eu la surprise de l’attaque de deux taureaux, dans la même course, par le quadrille provençal.

Marius Monnier s’y est surpassé dans plusieurs corps à corps avec le taureau.

En résumé, belle et bonne journée.

In LE PETIT PARISIEN, Paris – 25 de Julho de 1892

25 DE JUNHO DE 1893 - NÎMES: CONVERSA SOBRE TOUREIROS E TOUROS

 

Bibliothèque nationale de France

QUINITO-CENTENO

Causerie en une foule d'intéressés

LA PRESSE POUR. — Eh bien, espèces de petits canards hebdomadaires qui tomberez avec les feuilles mortes, nous vous attendons au compte-rendu. Qu'allez-vous dire de la course Quinito.

LE PICADOR. — Hosannah!

LA BANDERILLE. — El corrida del dia 25 Junio ès estada mouy bonito! Espatanta! Bouena, Bouena!

LE FURET NIMOIS. — Vous dites?

EL TORERO. — Toros boyantes. — Paseo écornifistibulanto, un paou charlatanté. — Caballos mortos: Macache? — Entrada: bono galetto. Quinito (aprés la corrida) bueno al senoritas.

LE FURET NIMOIS. — Ah, oui, les senoritas (voyez aux Parlons d'Elles!) — Et la Mise à Mort que dit-elle?

LA MISE À MORT. — Je dis que M. Fayot est enfin entré dans son programme. La course du 25 juin eût dû être donnée en mai.

M. FAYOT. — Enfin, messieurs, vous vous déclarez satisfaits.

TOUS EN CHŒUR. — Vive Fayot!

LA MISE À MORT. — Avec tout çà, maintenant que ça commençait à devenir joli, on m'expulse, comme un simple récollet.

LA PRESSE POUR. — Vous serez plus à l'aise dehors.

UN BRULEUR DE CHAISES. — Je m'abonne à la Mise à Mort.

UN ABONNÉ. — Et vous Furet que dites-vous de la course?

LE FURET. — Je dis ce que j'ai toujours dit: ce sont les bons taureaux qui font les bonnes courses. Mais il est rare d'offrir une course comme celle du 25 juin où pas un taureau n'a raté.

UN ARENERO. — Et le carosse. C'était-il gentil, çà.

UN SÉNATEUR. — Hum!!

GAVROCHE. — Quoi? Hum! Hum!

LE SENATEUR. — Eh bien, je préfère (José) Bento (de Araújo) à cheval qu'en carrosse.

UN MONSIEUR SERIEUX. — Ne nous avait-on pas promis une caballero en plaza?

UNE MONDAINE. — Mademoiselle Gentis?

LE FURET. — Voici: Mlle Maria Gentis qui assistait en simple spectatrice à la course du 25 juin est une mignonne écuyère de haute école qui a fait ses débuts au cirque de Paris. Elle était à l'hippodrome en 1889 pendant toute l'exposition. Carnot et le Shah de Perse l'ont applaudie.

Mais ses chevaux qui n'ont pas été montés depuis deux mois ont besoin d'être travaillés. 

Elle ne pourra donc paraître dans la course du 9 juillet.

UN ABONNE DE L'AMPHITHEATRE ALLANT AU TORIL. — Est-elle aussi forte que (José) Bento d'Araujo.

LE CABALLERO DE SAINT-REMY. — Tè vè: vous savez bien qu'à impossible nul n'est tenu. Mais elle plaira.

LE TORERO. — Ce Furet est épatant. Dans ses comptes-rendus de course, il parle de tout excepté de la course.

LE FURET. — Vous savez bien que nous n'y entendons rien, nous confondons les al quiebro avec les media vuelta!

LE TORERO. — Achetez la brochure de Mosca: Toros et Toreros. Vous pourrez faire votre instruction taur.... ine, éine, ique, ou omachique.

MONNIER. — Est-ce que dans cette brochure on apprend à mater les toros.

TORTERO. — Çà ne s'apprend pas, Monsieur, ça nous vient de naissance!

UN RAZETIER. — Vioou! Bourrel!

A ce moment passe un guitariste ambulant qui sur l'air de la sérénade espagnole de Laurvald, chante le couplet ci-dessous, en s'adressant à M. Fayot

Un tas de gens dévorés par les nieïros,

Ils t'ont brûlé deux milliers de cadieïros,

T'épate pas

Ah! caramba

Ce n'est pas toi qui paie les pots cassa

Ah! Ah!

In LE PETIT FURET, Nimes - 1 a 8 de Julho de 1893

15 DE SETEMBRO DE 1892 - PARIS: OS ESPECTÁCULOS DA SEMANA

 
Bibliothèque nationale de France

A voir encore: les AMBASSADEURS et leur revue d'été: Thamaraboum; l'ALCAZAR D'ETÉ, les ARÈNES DU BOIS DE BOULOGNE, avec Jose Bento de Araujo, picador endurci; le MUSÉE GRÉVIN (la catastrophe de Saint-Gervais, Cronstadt, etc.); le CIRQUE D'ETÉ (les Porcherons); le JARDIN D'ACCLIMATATION (concerts du dimanche et du jeudi, 3 heures).

In LE NOUVEL ECHO, Paris - 15 de Setembro de 1892