14 DE AGOSTO DE 1887 - CARTAXO : TOURO «RELÂMPAGO» FERE CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO

 


Biblioteca Digital de Castilla y León

Toros célebres

RELÁMPAGO.— De D. Paulino da Cunha é Silva. Lidiado en Cartaxo (Portugal) el 14 de Agosto de 1887. Hirió al rejoneador José Bento d'Araujo.

NOTA :  Os médicos pretendiam amputar-lhe uma perna, mas José Bento de Araújo recusou. 

Mais dados sobre este incidente aqui :

https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2025/02/1962-lisboa-historia-do-cavaleiro-jose.html

https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2025/02/o-cavaleiro-jose-bento-de-araujo-um.html

O cavaleiro José Bento de Araújo numa corrida em Lisboa.
Arquivo CML

In TOROS CÉLEBRES; CARRALERO, José e BORGE, Gonzalo; Santoña - Imp. de R. Meléndez, Madrid; 1908. Fonte: Biblioteca Digital de Castilla y León

12 DE MAIO DE 1904 - CAMPO PEQUENO : O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO ASSISTE À MORTE DO SEU AMIGO FERNANDO DE OLIVEIRA DURANTE A CORRIDA EM QUE PARTICIPAM




A morte do cavaleiro Fernando de Oliveira

Alguns pormenores da tragédia que enlutou a tauromaquia nacional.

            A corrida, que ficou registada na história das corridas de toiros em Portugal como uma página das mais dolorosas, realizou-se numa quinta-feira da Ascensão, que o povo denomina quinta feira da Espiga, em que se festeja a abundância dos trigais, o que significa a promessa de uma boa colheita de pão.

            Foi para essa tarde de 1904 que a empresa exploradora do Campo Pequeno anunciou a lide de dez toiros, cinco do marquês de Castelo Melhor e cinco de Vitorino Fróis, que naquele dia se estreava como ganadero.

            A cavalo haviam de toirear José Bento (de Araújo), Fernando de Oliveira, Joaquim Alves e Simões Serra e a pé os espadas Ricardo Bomba Bombita-Chico e Manuel Jimenez Chicuelo (pai), acompanhando estes matadores as quadrilhas formadas por Manuel Antolín, Enrique Alvarez Morenito, Francisco Sanchez Currinche, e Eduardo Borrego Zocato — tio e depois também apoderado de Chicuelo (filho), toireiro este que ainda vive, felizmente.

            A propósito do infausto acontecimento, o magnífico semanário Dígame publicou há tempos estas judiciosas considerações.

            «¿Ofrece peligros el arte del rejoneo? Para el caballo, sí, es la respuesta que se suele dar a esta pregunta.

            Empero, el toreo a la jineta no está exento de riesgos para el caballero, que si no expone tanto como el infante, lucha con las iniciativas del caballo difícil de dominar cuando su instincto defensivo supera a los mandos.

            Triste recuerdo dejó en la historia de la tauromaquia portuguesa la corrida efectuada en Lisboa el 12 de mayo de 1904. En aquella tarde aciaga salió del ruedo en brazos de las asistencias, mortalmente herido, uno de los más populares y admirados rejoneadores lusitanos : Fernando de Oliveira.

            El toreo a caballo, en Portugal, conservó siempre las características señoriales del medievo. Son sus intérpretes grandes señores descendientes directos de aquellos nobles que se jugabon la vida por una sonrisa de su dama, en singulares torneos y en fiestas de cañas y lanzas.

            Atuendo magnífico, riquezas en los jaeces, seda y oro, pomposas casacas de terciopelo o raso y el sombrero de tres candiles emplumados. Gallardía y donosura, reverencias, arte y arrojo... Fernando de Oliveira, con Casimiro, con (José) Bento de Araujo, condensaba entonces la más pura expresión del rejoneo.

            Nadie pudo pensar que aquel eximio artista, tan lleno de vida y tan pletórico siempre de voluntad, con su inagotable sabiduría y afición, dejara de existir momentos después de una cogida a la que, en un princípio, no se le dió la debida importancia.

            Fernando de Oliveira cayó para no levantarse más, para no volver a presentarse ante su público que tanto lo quería, que tan cariñosamente le ofrecía los más calurosos aplausos y que reconocía, en él, en fin, un artista de verdadero mérito, de indiscutibles aptitudes y conocimientos.»

«Fernando de Oliveira no seu cavalo Bacelar, num conjunto admirável de correctíssima estética»
FOTO : "Ao Estribo" - Pepe Luiz.

            É da seguinte maneira que o ilustre escritor e jornalista Norberto de Araújo, nome destacante da olisipografia, fez, com o brilho da sua pena, a descrição da tragédia :

            «Fernando de Oliveira, nessa manhã, saiu mal humorado de casa, pela banda do Arco do Cego, atrás dos seus dois cavalos de combate que o «Chico» trazia à arreata — Joaquim Alves, que já lá estava, empoado, levemente irónico, alheio àquilo tudo dos «semanários», quase fidalgo, numa casaca negra que lhe ia bem, observou :

            — Vens pensativo, compadre...

            Era de mau agoiro. Já na embolação lhe tinha dito, depois de convidar Fernando para o almoço :

            — É preciso ter o estômago cheio porque logo talvez tenhas que rebolar...

            Fernando — uns quarenta e cinco anos picados de alguns cabelos brancos, toireiro de uma cultura invulgar em toireiros, e de um trato lhano e correcto — olhou o Alves, que o encarara pensativo, e retorquiu com um sorriso.

            Enfiou a casaca vermelha, bordada a prata fosca, e com a palma enluvada acariciou a anca do Azeitona, que era novo e vinha provando bem.

            A praça estava cheia. Não era uma enchente real. Era uma linda casa. Os aficionados formigavam ainda pelos pátios e pelos corredores térreos. A Banda Marcial executava um «pase-calle» de Chueca...

            As Majestades chegaram à hora. D. Carlos, que já tinha preparado o seu iate para seguir no outro dia para o Oceano, trazia o seu belo sorriso Coburgo, que desenhava interrogações na espiral do fumo azul. Como D. Afonso, trazia o pequeno uniforme militar. A política andava calma. A questão dos tabacos mal se desenhava ainda. Preparavam-se eleições no Terreiro do Paço. Os jornais não agitavam a opinião. Apenas o Popular na antevéspera atirara um remoque duro a José de Alpoim, que estava ausente do jornalismo político, e viera à estacada, no Dia, com quarenta linhas espirituosas, levemente tocadas de desdém literário. Sua Majestade a Rainha trazia uma linda toilette, de estação, creme, com aplicações de bordado branco a ponto real, chapéu adornado de rosas brancas, e sombrinha rosa. Visitara antes, com D. Maria Francisca de Meneses e com Vasco Belmonte, as Belas-Artes, onde António Ramalho, um lindo sorriso plebeu de pintor predestinado, a recebera, ao lado do visconde de Atouguia.

            D. Luís Filipe e D. Manuel vinham à inglesa ; eram dois rapazes de 16 e 14 anos, para quem o bulício da toirada tinha encantos.

            Pelos camarotes — a aristocracia, a fidalguia, a lavoura rica, a distinção, a burguesia do tempo : os de Penafiel, de S. Lourenço, do Faial, de Galveias, de Caria, do Restelo, de Castelo Melhor, de Azarujinha, de Figueiró, de Santar, de Almedina. As famílias Gama, Sousa Coutinho, Vitorino Quintela, Viana, Maiorca, Tojal, Sousa Holstein, Rebelo da Silva, Meneses, Verride, Mesquitela... Nos fauteuils — a flor dos ganaderos.

            O conde de Sabrosa, que era governador civil — proibira o hino da Carta nas cortesias. Quando os quatro cavaleiros despontaram ouviram-se as palmas da multidão irrequieta. A banda recebeu-os... com a marcha do conde de Arcos — assim chamada porque foi com ela que abriu a última famosa corrida de Salvaterra.

            Fernando de Oliveira não deu por isso. E aquela era também para ele a última corrida.

            O gado era de Castelo Melhor e de Vitorino Fróis. Trazia fama. Os ganaderos, por cima do curro, ao sair para José Bento (de Araújo) o primeiro bicho, que era do Vitorino, abanto, negro e desconfiado — torceram o nariz. José Bento (de Araújo), toireando  alegre, cravou mal, e Teodoro e Manuel dos Santos — que estava em plena glória — só pincharam de relance.

O cavaleiro José Bento de Araújo quando era novo.
FOTO : "Ao Estribo" - Pepe Luiz

            Saiu o segundo. Era um Castelo Melhor, de cruzamento espanhol ; um toiro de pêlo castanho, torrado no quarto dianteiro, com bragas no ventre, gravito de armação, corpulento e de muito poder. Era o n.º 30 no ferro do lavrador, e chamava-se Ferrador. Fernando de Oliveira, que recebera a farpa da mão do espanhol Currinche, um bandarilheiro castelhano e medíocre, passa pelo sector 1, onde os amigos, debruçados sobre as capas, azul uma, branca outra, de Manuel dos Santos e Tomás da Rocha, o aplaudem ; sorri vagamente a Bombita Chico, depois o famoso Ricardo Bombita, que da trincheira, ao lado de Chicuelo, segue a jornada do cavalo ; saúda com mal disfarçado respeito as Majestades que olham o redondel distraidamente — e toma à esquerda o lugar para a gaiola. O Ferrador endireitou ao vulto do capote de Teodoro, e a gaiola falhou para o cavaleiro.

            A praça anseia, anda de mão em mão um folhero, Resposta à letra, assinado por aficionados admiradores de Fernando, e que o desafrontam das críticas e manifestações dos seus adversários. Na barreira da sombra há quem — gritando, bulhando — declare confiar na intrepidez e no brio do cavaleiro de Benavente.

            E que lindo vai agora o Azeitona, numa meia volta que Fernando de Olveira remata com o seu brilhantismo peculiar ! Mas o toiro é tardo e difícil. Fernando já saiu em falso duas vezes... É preciso apertar. Das barreiras, dos sectores de sombra e sombra-sol incitam-no. Há um pequeno silêncio no circo. Vai outra meia volta, e adivinha-se perigosa.

            O toiro está nos tercios, em frente do sector 6, sombra-sol, e Morenito, um espanhol de Bombita, atira-lhe o capote. O toiro coloca-se, ainda que apertado. Fernando dá então uma sacudidela ao cavalo, que larga, enquanto a voz possante do cavaleiro incita o bicho — que se volta à sorte. O cavaleiro, corajosamente, remata, mas remata consentindo, isto é, deixando o toiro entrar muito. Cravou o ferro. Há um frémito, agora... O toiro colhera o ginete pela anca e, na violência da pancada, o Azeitona tombou, desequilibrou-se, foi ao solo. Já grita a praça em peso, aos capotes. Correm os espanhóis, porque tudo fora num segundo, pouco mais que num segundo. O cavaleiro saíra pela cabeça do cavalo, e está agora debaixo da montada, aquela montada gentil e donairosa, esperança do cavaleiro para breve, e que o toiro carrega, numa fúria, numa violência.

            Por momentos está tudo de pé, nos sectores. Os capotes são inúteis ; quase é preciso puxar o bicho, que alfim deixa a presa, já quando Fernando de Oliveira, sangrando da cabeça, com as abas da casaca vermelha voltadas sobre as costas — não dava acordo de si. O cavalo, sem governo, corre desordenadamente a praça. Todos os capotes estão agora em cena. Fernando é levado para a enfermaria. Pela praça vai um frio de morte.

            Fernando de Oliveira, rodeado de médicos — o Carlos Tavares, o Artur Ravara, o Fernando de Almeida, irmão de Manuel Casimiro, o Archer da Silva, o Gonçalves Marques — agoniza na enfermaria da praça. É preciso conter a multidão. À porta da sala improvisada de operações assoma a figura discreta do conde de Tarouca. Suas Majestades, impressionadas, retiram e perguntam pelo ferido. «O ferido morre...»

            No hospital, para onde partiu a cavalo o Dr. Sanguinetti a preparar tudo, espera o agonizante o Dr. Francisco Gentil, numa nuvem de assistentes, enfermeiros, amigos do artista. Fernando vinha já morto, podia dizer-se. Minutos depois, ainda vestido o seu colete de seda branca, com flores e borboletas bordadas a matiz — coberto com um lençol — o toireiro era recolhido na sala das operações, para descansar alfim.

            Uma mulher, rodeada de gente amiga, chorava convulsivamente : Angela Pinto. (NOTA : A famosa actriz é mencionada, por exemplo, no «FADO ANTIGO», cantado, designadamente, pela grande fadista Berta Cardoso. Ver : https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2016/09/fado-e-jose-bento-de-araujo.html ) Na Praça ficara outra chorando, sem ninguém ao lado : o seu nome não cabe agora na crónica.

             O enterro realizou-se dois dias depois : foi a última parada de forças da afición.

            Sete meses depois, num lúgubre leilão da Boa-Hora, feira da ladra das recordações íntimas, dispersa a sua vida em cada saudade de uma pérola ou de um bibelot — Fernando de Oliveira acabou definitivamente.

            Dele se lembram hoje, apenas, uma roda de amigos (NOTA : Referência à Comissão que promoveu a colocação da lápide que se encontra ao fundo da entrada principal da Praça do Campo Pequeno, e em cujo acto do descerramento — 12 de Maio de 1924 — discursou o Dr. Ramada Curto.) — aqueles que andam agora empenhados em recordar o seu nome, como um dos mais brilhantes da plêiade de toireiros que deram alguma coisa, a própria vida ! para a magnificência de cor, de alegria, de beleza, de carácter — das antigas toiradas de Portugal.»

            A lira popular também se manifestou, expandindo a sua angústia pela morte de Fernando de Oliveira.

            Entre as várias produções que durante muitos anos apareceram e que inúmeras gargantas cantaram, acompanhadas à guitarra, em momentos de evocação e saudade, conta-se esta que o poeta Fernando Teles — que então era um dos poetas preferidos pela gente humilde — dedicou ao amigo e apaixonado da canção do povo, Júlio Pires :

Recordando a morte de Fernando de Oliveira


VINTE ANOS DEPOIS


Com todo o seu esplendor

o sol aquece o terreiro...

— Alheio, impávido, assiste

à morte do cavaleiro.

 

Tarde de Maio, estival,

olente, calma, doirada...

E tem começo a toirada

na praça monumental

No camarote real

há dos Braganças a flor,

e nos outros, em redor,

mulheres, — lindos tesoiros !

— Enfim : — é tarde de toiros

com todo o seu esplendor !

 

Vibram notas musicais

da Marcha de Salvaterra.

— O destino que não erra

tem coincidências fatais !

Em volteios magistrais

farpeia (José) Bento (de Araújo) o primeiro

— um toiro abanto, matreiro, —

pertença de Vitorino... (NOTA : Vitorino Fróis)

e nesse momento, a pino,

o sol aquece o terreiro.

 

Instante supremo e belo !

Entra na arena Fernando,

que, garboso, cavalgando,

cita um toiro de Castelo (NOTA : Castelo Melhor).

Trava-se cruento duelo ;

a fera, rápida, insiste,

a montada não resiste

a esse choque brutal !

— Só o sol a cena tal

alheio, impávido, assiste !

 

Ecoa no espaço um brado,

tremendo, da multidão !

Capotes rojam o chão

num anseio desesperado !

Mas todo o esforço é baldado.

Ei-lo à morte prisioneiro !

— Brotam pranto verdadeiro

olhos que a amar o fitaram,

pois duas mulher's choraram

à morte do cavaleiro !

 

Fernando Teles

12 de Maio de 1924


NOTA : Ver também : https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2025/02/12-de-maio-de-1904-lisboa-morte-do.html


In AO ESTRIBO, Pepe Luiz (NOTA : Pseudónimo de José Luis Ribeiro), Livraria Popular de Francisco Franco, Lisboa, 1946.
 

15 DE MAIO DE 1910 - CAUDETE : O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA CORRIDA DE INAUGURAÇÃO DE «UMA DAS MAIS BONITAS PRAÇAS DE TOUROS DE ESPANHA»

 


Biblioteca nacional de España

Biblioteca nacional de España

En Caudete, un pueblecito alegre y coquetón que en la provincia de Alicante mece al viento los penachos gallardos de sus palmeras altas, vive un acaudalado aficionado á toros, D. Francisco Albalat, hombre de tantos billetes en gaveta como deseoso en gastarlos, y que, llevado de su entusiasta afición á nuestra fiesta, construyó en aquel pueblo, una de las más bonitas plazas de toros que se alzan hoy en España.

            Fué esto también en 1910. ¿Quiénes habían de inaugurar el circo de este Creso taurómaco? ¡Pues lo mejor de lo mejor! Y dicho y hecho; le escribió al Marqués de Saltillo: mándeme usted seis toros escogidos, de esos de vuelta abajo. Telegrafió á «Bombita» y «Machaco»: Pidan ustedes lo que quieran, y á torear el día 15 de Mayo aquí.

            Y por si era poco, hizo venir al más famoso rejoneador lusitano, el caballero (José) Bento de Araujo, y encargó de despachar, los dos novillos que éste rejonease, al espada regional Yeclano. La linda plaza se inauguró entre el contento de los 2,000 espectadores que como sumum allí podían asistir; «Bombita» herido, fué dustituído por «Minuto», y el señor Albalat pudo decir al fin: «si buen dinero me cuesta, buenas corridas gozo.»

In EL TORERO DE LA EMOCIÓN - Rafael González (MACHAQUITO), GILLIS, Fernando (CLARIDADES) ; Renacimiento - Sociedad Anónima Editorial ; Madrid ; 1912. FONTE : Biblioteca Nacional de España - Madrid.

1913 - NIMES : «LA TAUROMACHIE MODERNE» E O TOUREIO EM PORTUGAL

 

Bibliothèque nationale de France
Biblioteca nacional de España

CORRIDA PORTUGAISE

Jeux divers. — Suertes de rejonear

Caballeros en plaza, célèbres


LA COURSE PORTUGAISE

            Au Portugal, la mise à mort des toros est interdite par les pouvoirs publics et les animaux paraissent dans l'arène, emboulés, c'est-à-dire les cornes entourées d'un tampon en cuir.

            Les toreros portugais ont donc, comme nos toréadors de Provence et du Languedoc, à s'entendre avec des adversaires roublards (c'est-à-dire qu'ayant déjà été courus maintes fois, ils connaissent toutes les ruses des lidiadors).

            Le toro est combattu, soit par des pegadores, soit par des banderilleros, soit par des caballeros en plaza.

            Les pegadores (On leur donne également le nom de moço de forcado.), que nous avons eu l'occasion de voir, étaient des nègres, veritables hercules, qui se lançaient sept ou huit à la fois sur le toro et cherchaient à le terrasser. L'un saisissait l'animal aux cornes, l'autre aux pattes, l'autre à la queue, etc... et au bout de quelques minutes d'efforts et de bousculades, parvenaient à renverser le bicho sur le sol, spectacle brutal et peu intéressant, aujourd'hui en désuétude.

            Les banderilleros ne sont pas, en général, à la hauteur de leurs collègues espagnols. Ils ne pratiquent guère que les suertes du cuarteo et de media vuelta. (Banderiller à porta gaiola, c'est placer les bâtonnets dès que le bicho sort du toril).

            Ce qui est intéressant dans la course portugaise, c'est le jeu des caballeros en plaza, habiles cavaliers qui combattent avec des chevaux, meilleurs que ceux des picadors espagnols, les toros d'Espagne ou de Portugal.

            Ailleurs qu'en Portugal, les caballeros se sont mesurés avec des toros cornes nues, tels que les diestros (José) Bento de Araujo, les Casimiro d'Almeida (père et fils), Isidore Grané, Mariano de Ledesma. Des femmes comme Mathilde Vargas de Zaheleta de Oliveira, de noblesse portugaise, et Maria Gentis, une gracieuse écuyère française, ont combattu à cheval avec succès des toros emboulés ou non.

            Certains des caballerios en plaza ont  tué à cheval des toros qui leur furent présentés. Pour cela, ils ont employé le rejon de muerte.

            En règle générale, les caballeros placent des rejones en farpas, semblables aux banderilles. Mais ces engins sont plus longs que les palos et faciles à briser par le milieu. Le caballero cloue sa farpa sur le garrot du fauve ; une partie reste sur l'animal, l'autre dans la main de l'homme.


O cavaleiro José Bento de Araújo na praça de Nimes
Bibliothèque nationale de France

            Il y a plusieurs façons de placer les rejones. Voici les principales :

            SUERTE DE FRENTE OU DE CARA (de face). — Le caballero attend, à gauche et à cinquante pas de la porte du toril, la sortie du toro. Il va à la rencontre de l'animal par une marche oblique et assez lente, et, à jurisdiccion, il cloue son rejon, éperonne vivement et passe sur le côté droit du toro. Un capeador détourne le bicho si besoin est.

            C'est la suerte que les cavaliers exécutent dès le début de la course, la plupart du temps ; et c'est pour cette raison que les Portugais l'appellent à porta gaiola.

            SUERTE A TIRA OU A ESTRIBEIRA. — Elle se différencie de la précédente, en ce sens que cette fois-ci, le caballero se dirige vers le toro arrêté, au lieu de l'attendre ou de marcher à sa rencontre.

            Mais en somme, elles consiste pour le cavalier à passer au grand galop, de la gauche à la droite du toro, en posant le rejon quand il arrive à hauteur de la tête de l'animal. Il est défendu de piquer si le toro n'humilie pas pour frapper.

            SUERTE A MEDIA-VUELTA (au demi-tour). — Avec les toros difficiles, les caballeros en plaza agissent par surprise. Ils se placent à quelques pas derrière le bicho et sur le côté droit, courent vers lui, et quand l'animal se retourne, ils clouent le rejon et s'enfuient. Le toro a exécuté un demi-tour pour faire face à l'attaque ; d'où le nom donné à la suerte.


            Les meilleurs caballeros des temps modernes, sont : Alfred Tinoco (NOTA : Alfredo Tinoco da Silva), Luis do Rego, Fernando d'Oliveira, (aujourd'hui décédés). Les Casimiro de Almeida (père et fils), Ricardo Pereira, Isidro Grané, Rapozo (NOTA : Adelino Raposo), Mariano de Ledesma, José Bento de Araujo. Ces deux derniers sont très connus en France.

            Nous avons vu José Bento (de Araújo) placer des banderilles courtes à cheval. Il se laissait poursuivre par le toro, se courbait en arrière, plaçait ses bâtonnets en tournant vivement à droite ou à gauche, et se libérait ainsi du coup de tête du fauve. Le picador espagnol Badila (NOTA : José Bayard Cortés, Badila. A história deste grande 'picador' pode ser consultada aqui : https://historia-hispanica.rah.es/biografias/6040-jose-bayard-cortes) plaçait à cheval des banderilles longues, à deux mains, mais non pas de la même manière que (José) Bento (de Araújo).

            On a cherché à diverses reprises à introduire la course intégrale espagnole en Portugal. Les différents gouvernements s'y sont opposés, malgré les désirs populaires. Tout ce qu'on a pu faire, ce sont des courses sans picadors et sans mise à mort, avec des toros neufs, emboulés, provenant des ganaderias d'Espagne ou du Portugal. Dans ces courses paraissent les matadors les plus réputés d'Espagne. On cape, onde banderille et après quelques passes de muleta, on place sur le garrot du fauve un flot de rubans (appelé simulacre), pour simuler l'estocade, et c'est tout !

In HISTOIRE DE LA TAUROMACHIE MODERNE, PLUMETA, Léonce André, Imprimerie Régionale, Nimes, 1913.

15 DE NOVEMBRO DE 1897 - MADRID : «EL TOREO PORTUGUÉS» - O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA LISTA DOS 7 MAGNÍFICOS...

 


Biblioteca Digital de Castilla y León

EL TOREO PORTUGUÉS

            De la misma manera que Francia va tomando nuestras costumbres en lo que á tauromaquia se refiere, ejecutando la lidia en la forma que se ejecuta en nuestras plazas, y con los mismos toreros españoles, relegando poco á poco al olvido las faenas de sus famosos saltadores, demasiado primitivos para distraer hoy á los aficionados, Portugal adopta la fiesta española también, pero con más retraso que el Mediodía de Francia. Todavía repugna en el vecino reino la fiesta con toros de puntas, y aunque los inteligentes periodistas taurinos de allá combaten esta sensiblería, lo cierto es que toro que salta á su coso tiene la obligación de besar antes el mueco y soportar las bolas.

            La suerte característica de los portugueses es la de rejonear, pero la ejecutan de manera distinta á la usada antiguamente en España. El rejón es de muerte y no se clava, yendo hacia el toro con los peones al estribo y citándole por derecho, sino correteando alrededor de la res, esquivándola, hasta encontrar un momento favorable para pasar tan cerca, que en el instante de humillar no haya sino meter el brazo con rapidez y quebrar el rejón por la muesca que lleva en la parte media de la vara y quedarse con el puño como trofeo. Tampoco llevan los caballeros portugueses traje á la antigua usanza española y portuguesa, sino á la Federica, con casaca de terciopelo, calzón ajustado de punto, bota de montar hasta la rodilla, sombrero de tres candiles y el pelo empolvado en vez de la peluca, que sofoca, pero que es propia de semejante indumentaria.

            Entre los modernos caballeros portugueses que más se han distinguido en la suerte del rejoneo, se pueden citar los siguientes :

            Alfredo Tinoco da Silva, nació en Lisboa en 1855, y en 1873 se presentó ante el público en la plaza del Campo de Santa Ana (NOTA : Praça de Sant'Anna). Ha sido forçado (NOTA : forcado) y banderillero y ha toreado en Madrid.


Praça de Sant'Anna - Lisboa.
Arquivo da CML

            José Bento D'Araujo, nació en Junquería (NOTA : Nasceu na Ajuda, Lisboa) en 1952 (NOTA : Nasceu no dia 18 de Setembro de 1851 e faleceu a 2 de Setembro de 1924), presentándose por primera vez á rejonear en 1873. En 1893 (NOTA : 1893 e 1894) toreó en Nimes (Francia) (NOTA : Depois de ter toreado em Paris nas temporadas de 1891 e 1892 actuou em Nimes e nas praças de Béziers, Marselha, Mont-de-Marsan, Montpellier, etc...), con mucho éxito y luego en Madrid alcanzó grandes ovaciones (NOTA : Actuou em Madrid em 1880, 1891,... e ainda em San Sebastián, Caudete, Santander, Barcelona... - ver : https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2025/02/1962-lisboa-historia-do-cavaleiro-jose.html)


A praça de touros de Nimes onde o cavaleiro José Bento de Araújo actuou nas temporadas de 1893 e 1894.
FOTO : © Rui Araújo

            Luis do Rego. Es nieto del famoso político Magalhaes y nació en Lisboa en 31 de Agosto de 1859. Rejoneó por primera vez en la plaza de Villafranca de Xira en 8 de Agosto de 1880. En 1883, y en cierta función celebrada en honor del Rey de España D. Alfonso XII, este caballero demostró su habilidad clavando rejoncillos cortos, siendo el primero que ejecutó esta suerte en tales condiciones. Ha toreado con general aplauso en Madrid y en Sevilla.

            Adelino de Senna Raposo, natural de San Pedro de Sul (NOTA : São Pedro do Sul), donde nació en 23 de Febrero de 1857. Salió á rejonear por primera vez en la plaza de Campo Pequeño en 1893 y estuvo contratado en Madrid, donde toreó en 15 de Julio del mismo año.

            Manuel Casimiro D'Almeida, nació en San Pedro de Sul (NOTA : São Pedro do Sul) en 1858 y salió á rejonear en 1879. En Madrid figuró en la corrida celebrada el 4 de Mayo de 1891.

            Fernando D'Oliveira. Vió la primera luz en Benavente el 12 de Marzo de 1859, y á los veinte años rejoneó en la plaza de Villafranca de Xira ; y

            Fernando R. Pereira, otro de los más brillantes rejoneadores portugueses, cuya biografía desconocemos, y que es uno de los que han conseguido más triunfos en la suerte en que tanto se distinguieron, además de los ya mencionados, hombres como Relvas (NOTA : ver : https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2018/12/1-de-novembro-de-1909-lisboa-praca-do.html), Sedren (NOTA : António Sedvém) y Castel-Mehor. (NOTA : Marquês de Castelo Melhor ou de Castel Melhor).


O «caballero en plaza» José Bento de Araújo na praça de touros de Nimes.
FOTO original : Biblioteca nacional de França

            Una de las particularidades más curiosas de la fiesta de de toros en Portugal es el paseo como se celebraba antãno. Salen todos los individuos que han de tomar parte en la lidia y saludan al Presidente en colectividad, haciéndolo lueho aisladamente los caballeros, volviendo grupas desde el centro del redondel y marchando en la direction del palco presidencial de dos en dos ó en fila, caracoleando después de esta cortesia y luciento sus habilidades de jinetes. El primero que entra en el redondel, antes del paseo es el cabo de forçados (NOTA : forcados), conduciendo á una mula cargada con el cajón de las farpas y rejones.

            En cuanto á las principales suertes después del rejoneo, diremos que todas se reducen á los quiebros y saltos y á sujetar á los toros. La forma de poner banderillas á porta guiola (NOTA : porta gaiola), consiste en cambiar al animal con los palos á su salida del toril ó esperarle á distancia y alegrarle en el momento en que sale, pareando después al cuarteo.

            Los banderilleros más notables de Portugal han sido :

            Vicente Roberto, José Joaquín Peixinho, Joao da Cruz Calabaça, Joao do Rio Sancho, Theodoro Gonçalves, Jorge Cadete, Rafael Peixinho y José Gonçalves Peixinho.

            El trabajo que ejecutan los pegadores ó mozos de forçado (NOTA : forcado) no es seguramente de los más lucidos, puesto que consiste únicamente en entregarse al toro sin más auxilio que la fuerza de los brazos y una musculatura hecha á prueba de coscorrones. El caporal ó director seguido de su cuadrilla se adelanta hacia la res y la cita, consintiendo todo el mérito de su acción en arrojarse sobre el testuz y asirse fuertemente de los cuernos del toro, que lo campanea brutalmente mientras llegan los demás forçados (NOTA : forcados) y derriban al bicho.

            Los forçados (NOTA : forcados) detienen también á los toros llamándoles hacia la barrera, en donde se sitúan de espaldas á los tableros, en los que apoyan los cuentos de unas horquillas de hierro con que lo reciben. Como se puede ver facilmente esto da origen á situaciones cómicas cuando el toro deshace las filas ; pero no resulta nada artísitco. Hay también otra manera de detener, y consiste en que cuando el toro va siguiendo á los bueyes que á propósito sueltan á la plaza, el caporal se arroja por detrás y se cuelga á un cuerno, mientras otro forçado (NOTA : forcado) hace lo mismo por el lado opuesto.

            Tales son, á muy grandes rasgos, los detalles del toreo portugués en que descuella principalmente la vistosa suerte del rejoneao. Merece consignarse que los toros que se lidian allí, por las muchas veces que salen á la plaza, suelen saber más que los mismos toreros, lo cual puede servir de disculpa á los lidiadores y como un motivo de censura continua á los muchos é inteligentes periodistas taurinos que existen en Portugal, ardientes enamorados de la fiesta española y que claman inútilmente contra la exhibición de toros embolados.

O cavaleiro José Bento de Araújo.
Biblioteca nacional de Portugal

In PAN Y TOROS, Madrid - 15 de Novembro de 1897

14 DE AGOSTO DE 1904 - A CORUÑA : A «GRAN TOURADA» OU O «GRANDE DESASTRE»....

 


Biblioteca Digital de Castilla y León

CORUNA

La «gran tourada» celebrada el día 14 de Agosto.

            Con un llenazo colosal, como el de la corrida anterior — y sigue no respondiendo la Coruña ¿lo entienden, señores empresarios? —y un tiempo espléndido, primaveral, se realizó la segunda parte de la sección taurina que comprendía el programa de fiestas organizado por la «Liga de amigos».

            Nunca segundas partes fueron buenas, y así resultó.

            Encargados de la fiesta estaban los rejoneadores portugueses José Bento d'Araujo y Eduardo L. Macedo (NOTA : Eduardo Lopes de Macedo), varios mozos de forçado (NOTA : forcado), el diestra español Padilla con dos banderilleros y un pobre diablo de Mondoñedo, apodado Frascuelito, que, según él, vino contratado como último banderillero y después resultó matador forzoso (¡!).


LAS CORTESÍAS

            Hechas las cortesías, apareció en el ruedo el primer novillo, sin embolar, que como los tres restantes, era de Carreros. (José Bento de) Araujo consiguió ponerle un rejón después de gran trabajo, por lo huído del bicho. (Eduardo) Macedo, nada. Tocan á banderillas y Barbi y Rolo, con la ayuda de Padilla, el cual es solo para todo, adornan al becerro con dos pares y medio y al suelo con tres.

            Como el animal estaba muy entero, Padilla se vió negro para deshacerse de él. Se tira á matar y deja un sablazo atravesado, saliendo por el vientre de la víctima la punta del estoque, en la cual flamea, ¡horror! un pedazo de interioridad ; no distingo lo que es, dicen que es un pedazo de pulmón. El diestro sale de la suerte con muy poco ídem ; es cogido, volteado y derribado, resultando con fractura de la clavícula derecha. A pesar de esto, repite y larga un golletazo, lo que ya debiera haber hecho en un principio. Pasa á la enfermería y nos quedamos con dos toreros en plaza, pues á nuestro paisano todavía no le ha visto el pelo. ¡Ah! sí, debuta ahora, limpiándole el estoque á Padilla.

            Dan libertad al segundo bicho, embolado. (José Bento de) Araujo le adorna el morrillo previo lucidísimo trabajo(Eduardo) Macedo, nada y van dos. Los mozos de forçado (NOTA : forcado) dan una pega, cuya... suerte es calificada por el público de salvaje, y con razón, porque en ella ni se ve arte, ni cosa que se asemeje. Padilla, que ha vuelto á aparecer en el ruedo, convencido de que sin él nada bueno se hará —ni con él tampoco— cede los trastos de matar á... ¿á quién creerán ustedes? Pues á... Frascuelito, cuya barbaridad autoriza el presidente, á pesar de ver que ni aun el capote sabe coger. Se dirige aquél al novillo, le larga dos telonazos, arrojando luego los bártulos y tomando el callejón cuando el toro se fijaba en él. A una distancia de unos diez metros se tira á herir, arranca entonces el becerro y Frascuelito huye, dejando clavado el estoque en un pie á Padilla. Este es retirado en brazos á la enfermería, y el de Mondoñedo suda tinta, hasta que al fin no sé qué hizo, que el bicho se acostó , no sin que antes éste le quitara de una coz la coleta al diestro, aunque parezca bien raro este acertado castigo.

            Antes de salir el tercer bicho nos dan un largo descanso, sin duda para prepararnos á otras emociones, lo cual origina la bronca número no sé cuántos. Al fin surge otro embolado, buen mozo y bravo. (José Bento de) Araujo se luce(Eduardo) Macedo se estrena ; era tiempo. Los pegadores repiten su artística misión y Frascuelito es detenido por no querer matar el cornúpeto. Se procede á retirar á éste al corral y la operación dura media hora, en medio de una bronca formidable ; el novillo da un tremendo trastazo á uno de los encargados de retirarlo, y por fin se dirige al corral al divisar un poco de hierba que le agitan desde el toril. El espectáculo, como se ve, tuvo la mar de gracia.

            Como el presidente se había retirado y aún faltaba el último toro, arreció la bronca de un modo espantoso, hasta que al cabo reaparece aquél y ordena la salida del citado bicho, que viene sin embolar y bien armado. (José Bento de) Araujo(Eduardo) Macedo brillan por su ausencia. Solo los dos banderilleros españoles, capean á la fiera é intentan parearla, amenizado esto último por un griterio imponente, y al llegar aquí, se desarolla en epílogo de esta sensacional tauromacada.

            Cuando ya nadie pensaba en Frascuelito, aparece éste conducido del brazo... ¿por quién supondrán ustedes? pues por el proprio gobernador de la provincia y un inspector, quienes á viva fuerza querían lanzar al ruedo á aquel pobre infeliz para que se suicidase en las astas del toro.

            Entonces el público, dificilmente contenido por los más sensatos, protesta indignado contra la bárbara é inhumana conducta de aquella autoridad, y á no haberse largado ésta inmediatamente, Dios sabe lo que hubiera ocurrido esta tarde en la plaza coruñesa. El bicho se retira al corral y el público desfila sintiendo la nostalgia de la corrida anterior.


            Como se ve, la tourada fué un desastre incalificable, una tomadura de pelo, por no decir otra cosa. ¿Quién tuvo la culpa? La «Liga» por organizar un festejo que ni encaja en nuestras costumbres, ni estaba preparado en debida forma.

            Unicamente es perdonable por su buena intención de introducir novedades en el programa, y el público comprendiéndolo así, no le creó el serio conflicto que le originaría á un empresario cualquiera. ¿Qué se consiguió con esto? Desacreditar la plaza y escamar al público. ¡Por Dios, que no vuelvan á repetirse semejantes espectáculos indignos de nuestra plaza, porque lo que hoy no sucedió por respetos á la «Liga», sucederá mañana con fatales consecuencias.

            Y para terminar, diré dos palabras á nuestro gobernador actual. ¿Con qué derecho este señor obligaba, personal y forzosamente, á Frascuelito, á que matase el cuarto toro, hollando así la autoridad de la presidencia, encomendada á un concejal y rebajando la propia?

            Sepa usted, Sr. Aparicio, que cuando un diestro no quiere cumplir su compromiso, la presidencia está en el caso de multarlo ó deternerlo ; pero nunca, nunca, obligarlo en persona y á la fuerza, cual usted lo hizo, aunque inútilmente, abusando de su cargo.

            ¡Tiene usted el suficiente valor para arrastrar á un pobre al suicidio — como así lo representaba pretender que Frascuelito matase aquel toro sin picar ni banderillear — y en cambio no le tiene para meter en cintura á la gente maleante que infecta la Coruña, para prohibir el juego, para impedir la trata de blancas!

            Ya que no salvaba el conflicto, no viniere usted á empeorarlo con su capichoso y punible proceder.

            Pero, señor,¡qué desgraciada es nuestra capital con los gobernadores que le imponen de Madrid! Desde hace una porción de años solo uno ha tenido digno de ella : D. Felipe Romero Dorrallo. Los demás unas nulidades completas, gobernadorilmente hablando, que han venido á este puerto de mar no sé a qué.

EUGENIO ALONSO. (NOTA : Este jornalista trabalhou anteriormente para EL RUEDO de Madrid, por exemplo)

(INST. DE AVRILLÓN)

In SOL Y SOMBRA, Madrid - 10 de Novembro de 1904