1 DE JUNHO DE 1895 - LISBOA: A ESPERA DOS TOUROS...

 

Hemeroteca Digital CM Lisboa

A ESPERA DOS TOUROS

(LISBOA CONTEMPORANEA)

            Chegou quasi a ser tradicional em Lisboa a espera dos touros.

            Aos sabbados havia na capital uma animação desusada, promovida por um publico especial, que adorava aquelle divertimento sui generis, synthese das grandes patuscadas dos estroinas de então.

Ir esperar os touros era o que hoje se chama, em linguagem plebéa, um pagode de estalo.

            O mundo facil das peccadoras réles, dos fadistas emeritos, dos estravagantes notaveis, dos valdevinos, dos vadios, dos borgas e de toda uma sucia de rapazes estroinas e mulheres perdidas, mettia-se, ahi pelas tres da tarde, em trens especiaes, com cocheiros lirós, de calça de belbotina, bota de polimento, jaleco com alamares de prata, chapeu  desalbado de feltro branco e cinta vermelha, e, em corrida vertiginosa, mercê de vibrantes chicotadas applicadas nos lombos de desventurados pilecas lazarentas, batia aquillo tudo para a Cruz do Taboado, primeira estação de comes e bebes, a predispor o espirito e o estomago para as grandes sensações da noite.

            Ordinariamente o menú constava de bellas postas de peixe espada frito, salada de alface, azeitonas, vinho á discrição, laranjas e queijo saloio.

            Comia-se muito, bebia-se ainda mais, as guitarras gemiam desafinados acordes, cantandores celebres psalmeavam versos errados e ordinarios de sentimentaes oitavas de fado, discutiam-se assumptos ligeiros, trocavam-se ditos obscenos, as malhas do chinquilho vibravam metallicamente na terra, erguendo nuvens de peira, dois faias riscavam n'um cumulo de pericia infame, as mulheres riam doidamente ou alardeavam a sua miserrima situação contando, em alta voz. serenas ridiculas de nojentas aventuras e avinhados galanteios, ás vezes alguns murros serviam de prato de resistencia, e não raro se ouvia o estalido secco da mola d'umqa navalha, abrindo-se n'uma algibeira, traidora e covardemente.

            Ao cahir da noite toda aquella multidão entre a qual chafurdavam alguns dos mais antigos brazões da nobreza portugueza, trocando o tu de confiança com o mais desprezivel cocheiro de praça, mettia-se nos trens, e lá iam, no meio d'uma algazarra infernal, replectos de vinho e de instinctos bestiaes, esperar o gado á porcalhota.

            A chusma augmentava com uma multidão, de cavalleiros, janotas uns, outros pelintras, hespanholas de grandes olhos negros e pés de creança, envoltas em longas mantilhas de seda branca ou chales de Tonkin, membros da élite e do sport, e alguns pandegos engraçados, montados em miseros jericos, que serviam de alvo aos motejos de tods aquella gente berradora e agitada.

            Proximo da hora anciosamente esperada, o barulho decrescia de intensidade até as conversações se travarem a meia voz, e os ouvidos apuravam-se para recolherem o bater do primeiro chocalho.

—  Lá veem elles! grtava um engraçado, ao qual respondia uma voz forte:

— Cala a bocca, bruto!

            E então, uma gargalhada enorme, colossal, sahia d'aquellas trezentas gargantas, e os rostos avinhados dos boleeiros appareciam á luz das lanternas, accendendo os nauseabundos cigarros.

            Finalmente sentia-se ao longe o tinir sonoro d'un chocalho.

            Na semi-obscuridade d'aquella noite especial, viam-se erguer nos trens os vultos das mulheres, encostando-se tremulas e receiosas aos homens meio embriagados, com os chapeus cheios de pó descahidos sobre os olhos.

            O ruido dos chocalhos augmentava, ouvia-se já distinctamente, e o silencio tornava-se profundo, a ponto de se poder distinguir o zumbido d'um mosquito.

            Á luz avermelhada dos lampeões da estrada descortinava-se ao longe uma nuvem de poeira avançando rapida, como uma onda prodigiosa em mar revolto.

            Todos se recolhiam aos trens, os cocheiros saltavam para as almofadas, os cavalleiros recuavam os cavallos, os peões subiam ás arvores, abriam-se as janellas das casas proximas, e, rapidos como um relampago, rodeados pelas chocas e pelos campinos, de focinho quasi de rojo, cheios de pó e de cansaço, soprando ruidosamente, cegos de colera por aquella corrida vertiginosa, passavam os bois.

            Em seguida toda aquella alluvião de trens e de cavallos desfilava loucamente, em carreira fanthastica e febril, no encalço do gado.

            Resoava então uma agazarra formidavel, augmentada pelo rodar dos trens; assobios d'um som agudissimo silvavam sem interrupção, durante o caminho, as mulheres batiam as palmas e riam desordenadamente; entoavam-se hymnos a Bacho e ao Amor, n'uma phraseologia de bordel puro, e o cortejo augmentava sempre de velocidade.

            Subito estalavam no caminho algumas bombas, um dos bois rompia o circulo formado pelas chocas e desapparecia ao longe, em desenfreada carreira, seguido por um campino de meias altas, sapatos largos e pampilho em punho.

            Todas as conversações se encaminhavam para as desgraças que o touro fugido iria occasionar na cidade, e ás duas horas da madrugada a chusma entrava na capital, despertando com o seu ruido e o seu delirio o somno socegado e tranquillo dos cidadãos pacificos.

            Era raro quando a festa terminava sem terem havido algumas facadas, cabeças partidas, rodas despedaçadas, ciumes, arrufos, vinganças, e mil outras mesquinhas expressões das almas rudes da maioria d'aquella multidão, que só comprehendia uma pega de cara, um estomago á prova de odre e um risco dado com arte.

            O tempo veio demonstrar, com a sua inexoravel sensatez, que as esperas dos touros eram tudo quanto de mais indigno e indecente podia ser concedido ás predilecções brutaes d'um publico sem illustração nem finura, que adorava as grandes commoções como os antigos romanos no Circo, perante as luctas sanguinarias dos homens lançados ás feras, e dos gladiadores.

Rocha Vieira, 1903 - Museu de Lisboa

            Com as esperas dos touros morreram os fadistas celebres, os fidalgos esturdios, as rameiras pimponas, os guitarristas notaveis, e toda essa troupe inutil á sociedade, que tinha passado perfeitamente sem ella, troupe humana onde o bom gosto era um boi, e a civilisação um litro de vinho.

            Ainda nas touradas em Lisboa; mas touros, na verdadeira acepção que esta palavra em tempos teve entre nós, acabaram-se — felizmente.

ALFREDO GALLIS

In A ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA, Lisboa - 1 de Junho de 1895  

6 DE ABRIL DE 1903 - LISBOA: A TOURADA DE HOMENAGEM AO REI EDUARDO VII


 

Biblioteca nacional do Brasil

A tourada

    Um dos numeros mais interessantes e pittorescos do festivo programma de recepção.

    Começou, antes da chegada de Eduardo VII, por se espalhar que não haveria tourada, porque o Rei, presidente da Associação Protectora dos Animaes, não assistiria a ella. Dahi a pouco affirmava-se o contrario, pois sabia-se que El_Rei de Portugal lhe telegraphara e que a resposta de Eduardo VII era o assentimento. Logo a corrida foi posta no programma e o governo começou por tomar quasi todos os camarotes para o corpo diplomatico, ministros, deputações do parlamento, officiaes inglezes, etc.

    D'ahi em diante era uma febre, um delirio. Se para os pedidos de bilhetes a praça fosse quatro vezes maior — e leva 12.000 pessoas — era pequena ainda.

    Venderam-se camarotes a 200$ e logares de sombra a 20$000!

Documento © Rui Araújo

    Mas vamos á corrida:

    Já constituiu para o povo uma parte interessante do espectaculo a ida e volta pela avenida da Liberdade, passando as carruagens reaes entre as alas compactas de pessoas que se descobriam respeitosas á passagem do Rei de Inglaterra, que ia fardado de coronel portuguez, á direita de D. Carlos, fardado de coronel honorario do «Oxford-fire Light Infantery» (NOTA: Oxfordshire and Buckinghamshire Light Infantry).

    A ornementação da vasta praça do Campo Pequeno era vistosa e elegante. Colchas de seda, festões de verdura, bandeiras das duas nações, pannos azues, brancos e escarlates forrando as columnas, faixas de velludo carmezim nas balaustradas dos «fauteuils», o aspecto era encantandor.

    Cheia a praça, rostos gentilissimos esmaltando o quadro, içado o pavilhão real, entram no seu camarote os dous Reis, a Rainha, o Infante e uma luzida comitiva, da qual faz parte o marquez de Soveral.

    Todos de pé, tocam-se os hymnos, estrugem as acclamações: viva o Rei de Inglaterra, hurrah, hurrah! Soam palmas, agitam-se lenços, e Eduardo VII, visivelmente commovido, faz continencias militares e curva repetidas vezes a cabeça.

    Tomam em seguida logar, ficando o Rei de Inglaterra ao centro, dando a direita á Rainha D. Maria Pia e a esquerda a El-Rei  e ao Infante.

    Então, o director das corridas manda começar.


O COMBATE

Entram na arena os charamelleiros; depois o neto com quatro pagens, realizando as cortezias do estylo.

Logo após os dous coches da Casa Real, com criados de taboa, conduzindo os seis cavalleiros José Bento (de Araújo), Fernando de Oliveira, Manuel Casimiro, Joaquim Alves, Simões Serra e Eduardo de Macedo.

Os seis apeiam-se e, em linha, fazem a venia com o joelho em terra; levantam-se, sahem pela porta dos bandarilheiros, em direcção aos corredores, de onde se dirigem ao corredor dos cavalleiros, para montarem a cavallo.

Depois a mula das farpas na fórma costumada.

Entra em seguida na arena todo o cortejo, assim composto: seis cavalleiros, oito bandarilheiros, ficando quatro de cada lado; dezeseis moços de forcado, oito por banda; pessoal do touril, charamelleiros, doze cavallos de combate, conduzidos por criados de libré; dez campinos montados, etc., etc.

Executam-se então as cortezias, que tiveram o mais bello «ensemble».

Nesse momento o quadro que apresentava a arena era do mais soberbo effeito.

Os cavalleiros, vestindo fatos de grande valor, apresentaram os ginetes ricamente ajaezados.

Findas as cortezias, seguem-se os comprimentos aos soberanos por todo o pessoal. Avançam primeiro os oito bandarilheiros, que fazem a venia de joelhos em terra; depois avançam os 16 moços de forcado, que fazem outro tanto; o pessoal do touril, etc.

Os moços de forcado vão logo occupar os seus postos, fazendo casa da guarda.

Voltam á pista os cavalleiros José Bento (de Araújo) e Fernando de Oliveira.

A Fernando e a Manuel dos Santos couberam as honras da corrida. O Rei Eduardo, que pela primeira vez assistia a uma tourada, gostou immensamente e riu com vontade de todos os episodios.

Mandou distribuir 40$ pelos forcados.

No fim da lide do setimo touro retirou-se toda a familia real, repetindo-se por essa occasião os hymnos e as acclamações, que Suas Magestades e Altezas ouviram de pé.

Dezenas de photographos tiraram croquis do soberbo espectaculo, muitos dos quaes illustrarão as paginas da revista Brasil Portugal.

In JORNAL DO BRASIL, Rio de Jwneiro - 28 de Abril de 1903

1851 - 1924 - LISBOA : A VIDA ASSAZ MOVIMENTADA DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO...

 


FOTO: DR - Rui Araújo

JOSÉ BENTO DE ARAÚJO

NASCIMENTO: 18 Setembro 1851 (Travessa da Boa-Hora, Freguesia da Ajuda, Lisboa)

FALECIMENTO: 2 de Setembro de 1924 (Rua da Sociedade Farmacêutica, Freguesia do Camões [hoje Coração de Jesus], Lisboa)

Arquivo Nacional Torre do Tombo

[TRANSCRIÇÃO DO ASSENTO DE BAPTISMO]

Aos cinco dias do mês de Outubro de mil oitocentos e cinquenta e um, baptizou solenemente e pôs os Santos Óleos o Reverendo Padre José Fortunato Gomes a Bento, que nasceu no dia dezoito do mês de Setembro próximo passado, filho de Domingos José d’Araujo e de Custódia de Jesus, recebidos, que disseram ser, na freguesia de São Pedro de Merelim, Arcebispado de Braga, e moradores nesta, na Travessa da Boa Hora. Foi Padrinho Bento Manoel Ferreira, e Madrinha Maria Joaquina, Lima de baptizado, todos moradores nesta mesma freguesia.

Padre Manoel Vaz Eugénio Gomes

MAIS INFORMAÇÃO:

https://www.paroquiaajudalisboa.com/a-igreja-paroquial/

https://www.paroquiaajudalisboa.com/a-igreja-paroquial-patrimonio/

25 DE OUTUBRO DE 1891 - PARIS: SUCESSO PARA TOUREIROS ESPANHÓIS E CAVALEIRO PORTUGUÊS NA 23.ª CORRIDA

 


Bibliothèque nationale de France

Nouvelles des Théatres

          Dimanche dernier, course très intéressante et très mouvementée aux arènes de la rue Pergolèse. C’était une des dernières de la saison. Aussi le public était-il fort nombreux. Valentín Martín, José Ruiz, José Bento de Araujo et les picadores ont, suivant leur habitude, obtenu un vif succès pleinement justifié. Dimanche prochain, 24ème course.

D’AINE.

In LES TRAVAUX OFFICIELS, Paris - 29 de Outubro de 1891

18 DE OUTUBRO DE 1891 - PARIS: BALANÇO DA 22.ª TOURADA DA TEMPORADA...

 


Bibliothèque nationale de France

Nouvelles des Théatres

            La 22ème course de taureaux, donnée dimanche aux arènes de la rue Pergolèse, était une des avant-dernières de la saison. Aussi les retardataires en ont-ils profité, et y avait-il une foule énorme. Angel Pastor, Valentín Martín, José Ruiz, José Bento de Araujo et les picadores ont été très brillants et ont exécuté avec adresse et courage des passes difficiles.

            Ils ont été applaudis à juste titre. Dimanche prochain, 23ème course.

D’AINE.

In LES TRAVAUX OFFICIELS, Paris - 22 de Outubro de 1891

18 DE OUTUBRO DE 1891 - PARIS: 22.ª TOURADA DA TEMPORADA...


 


Bibliothèque nationale de France

THÉATRES ET CONCERTS

            Aujourd’hui dimanche, vingt-deuxième course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse.

            Au programme : Angel Pastor, Valentín Martín, José Roiy (NOTA: José Ruiz) (Joseito) et leurs cuadrillas ; José Bento de Araujo, caballero en plaza, et les picadores. Comme on le voit, l’administration tient à corser de plus en plus son programme, et á donner jusqu’à la fin de la saison des courses de plus en plus brillantes.

            Il y en aura encore jusqu’au 1er ou jusqu’au 8 novembre, suivant l’état du temps.

S. HEYMANN.

In LA NOUVELLE LUNE, Paris - 18 de Outubro de 1891

12 DE JUNHO DE 1910 - LISBOA: BIENVENIDA PARTICIPA NO BENEFÍCIO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA PRAÇA DO CAMPO PEQUENO


 


Biblioteca nacional de España

LAS CORRIDAS DE AYER

EN LISBOA

            Lisboa 22. Los toros de Silva lidiados esta tarde resultaron nada más que regulares.

            Bienvenida, con la capa y la muleta fué ovacionado por sus vistosas faenas, y en banderillas, después de artísticas preparaciones, clavó varios pares al quiebro y al cuarteo.

            Hizo su début Relampaguito, que gustó á la concurrencia por su valentía y el arte de que hizo gala toreando. Fué ovacionado repetidas veces, y especialmente al cambiar con las banderillas.

            Bienvenida toreará el dia 12 de junio en el beneficio que se prepara el celebrado rejoneador (José) Bento d’Araujo.


In EL MUNDO, Madrid - 23 de Maio de 1910

27 DE AGOSTO DE 1893 - MARSELHA: CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO APLAUDIDO E PRAÇA DE TOUROS INCENDIADA...

 


Bibliothèque nationale de France

GRAVES INCIDENTS

aux Arènes de Marseille

Marseille, 28 août

Incidents graves. — Les Arènes incendiées. — Une foule furieuse. — Les arrestations.

            On lit dans le Petit Provençal :

            Les courses d’hier ont donné lieu à des incidents scandaleux. A l’heure actuelle, on peut dire qu’il ne reste plus rien des arènes du Prado : les bancs ont été brisés puis entassés en forme de bûchers ; les arbres, les chaises, une partie des barrières, tout a été arraché et incendié. Le pavillon central respecté jusqu’à 6 heures, a été démoli à son tour, puis réduit en cendres. Les pompiers ont pu le préserver en partie, mais les dégats sont énormes.

            Voici l’exposé des faits :

            Les courses ont débuté dans des conditions normales. Les premiers exercices ont même soulevé à plusieurs reprises les applaudissements enthousiastes de l’assistance, surtout avec le caballero en plaza, José Bento de Araujo, qui a fait preuve d’une dextérité, d’une souplesse, d’une grâce incomparables. Le genre de travail auquel il s’est livré, exige autant de prestesse que de coup-d’œil et de sang-froid. Le public était réellement émerveillé.

Les Courses à Mort

            Mais après (José) Bento (de Araújo), la course a perdu tout intérêt. Les taureaux fournis par M. Fayot étaient des animaux ayant certainement couru plusieurs fois ; ils n’avaient ni agilité, ni feu, ni force défensive. Peut-être aussi certains matadors et banderilleros manquaient-ils d’expérience et d’habileté ; mais, à notre avis, la faute est surtout aux animaux, qui n'étaient réellement pas présentables. Le public, s’apercevant qu’on se moquait de lui s’est fâché toute rouge.

            Gavira et Manene, les deux matadors, ont tué chacun leur premier taureau, mais les conditions des bêtes étaient si mauvaises, que la tuerie a été plutôt une boucherie. Le dernier surtout a été abattu d’une façon absolument répugnante. Les coups d’épée ont porté à faux et il a fallu frapper six fois la bête pour la tuer.

            Les spectateurs indignés ont sifflé et jeté des cailloux et projectiles variés sur la piste. Bientôt le scandale a pris des proportions sérieuses, et l’on a dû aller requérir la gendarmerie.

Les arènes en feu

            Cinq mille personnes étaient là debout, invectivant les matadors et toute la cuadrilla, accusant les organisateurs d’avoir volé le public, etc.

            Bientôt une dizaine de jeunes gens se jettent au milieu de la piste, entassent des chaises, des tronçons de barrières, des planches, etc., et mettent le feu à ce bûcher improvisé. La police veut intervenir, mais des bagarres se produisent sur la gauche ; en outre, une centaine de spectateurs sont sur la porte, arrêtant au passage le personnel de la cuadrilla, prenant au collet picadores et banderilleros. Les agents sont forcés de se précipiter de ce côté et de laisser un instant les arènes sans protection.

            Vers 6 h. 3/4, nous comptons sept bûchers allumés sur le pourtour. Le public a arraché les bancs, les arbres, tous les objets inflammables et les a réunis en tas pour y mettre le feu. Vers la droite en entrant, le foyer s’étend sur plusieurs mètres de rayon ; des gerbes de flammes s’élèvent à douze mètres au-dessus du sol.

            A gauche du toril, autre bûcher dressé avec des barrières, les sièges qu’on a arrachés au pavillon central. Le feu gagne du terrain, d’autant plus que les herbes sont très séches et s’enflamment sans peine.

            Un cri d’horreur part tout à coup des tribunes de premières, non loin de la sortie. Un inconnu a mis le feu vers la gauche et l’pn peut craindre un instant que toutes les boiseries ne deviennent la proie des flammes ; mais la police intervient et peut maîtriser cet incendie partiel.

            Dans les arènes, la chaleur est atroce et la plupart des spectateurs sont sortis. Mais un certain nombre de fanatiques continuent à alimenter les foyers en y jetant tout ce qui leur tombe sous la main.

Incendie du Pavillon Central

            Vers 7 heures du soir, des individus poussent la chose jusqu’à former un bûcher sur le plancher du pavillon central, où se tient la musique. Tout le baraquement étant construit en bois, le sinistre ne peut manquer de prendre très rapidement de l’extension.

            Mais on a téléphoné aux pompiers de Menpenti et de la rue Montgrand. Les deux postes arrivent, munis d’échelles, de pompes, etc., et commencent aussitôt l’attaque. En même temps, la police et la gendarmerie font évacuer les Arènes et mettent en état d’arrestation six forcenés qui s’entêtaient à entretenir le foyer en disant : «On nous a volés, nous en prenons pour notre argent.»

            Nous avons le regret de constater que ces individus appartiennent à la classe éclarirée et occupent, en ville, des situations honorables. Nous taisons leurs noms, par un sentiment de discrétion que nos lecteurs apprécieront.

            Vers dix heures du soir, nous avons pu nous rendre compte du désastre : Les Arènes peuvent être considérées comme détruites. Tout a été brûlé ou détruit. Sans doute les pertes matérielles ne sont pas énormes, car il ne s’agit en somme que de planches et barrières sans valeur ; mais les travaux de réfection seront considérables.

            Il est à souhaiter, en tout cas, que de pareilles scènes ne puisent se renoiveler. On n’a eu hier, aucun incident de personnes à déplorer, sauf quelques femmes qu’on a dû emporter évanouies. Mais dans ces moments de confusion, de graves incidents pourraient se produire. Il est indispensable, désormais, que les organisateurs s’assurent rigoureusement de la qualité des bêtes et n’admettent sur la piste que des taureaux pouvant fournir une course sérieuse.

In LE PETIT RÉPUBLICAIN DU MIDI, Nimes - 29 de Agosto de 1893

12 DE JUNHO DE 1910 - LISBOA: BENEFÍCIO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO COM BIENVENIDA NA PRAÇA DO CAMPO PEQUENO


 

Biblioteca nacional de España

LISBOA

12 Junio.

            La corrida verificada hoy ha sido á beneficio del rejoneador (José) Bento D’Araujo.

            Bienvenida toreó y banderilleó de manera tan magistral, que fué aplaudidísimo.

            Bienvenida toreará mañana en Villafranca de Xira, á cuya población acudirá muchísimo público de ésta, para entusiasmarse una vez más con el toreo fino del sevillano Bienvenida.

Corresponsal.

In EL ENANO, Madrid - 19 de Junho de 1910

3 DE JANEIRO DE 1912 - LISBOA: O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO É AVÔ (PORQUANTO A FILHA DO SEGUNDO CASAMENTO TEVE UM MENINO)...


 


Biblioteca nacional de España

ESTAFETA TAURINA

            El famoso rejoneador portugués D. José Bento d’Araujo, acaba de ingressar en la respetable cofradía de los abuelos, por haber venido al mundo con las credenciales propias del caso su nieto, hijo de Lidia d’Araujo y de D. Julio V. Victorino.

In EL HERALDO DE MADRID, Madrid - 3 de Janeiro de 1912

23 DE AGOSTO DE 1891 - PARIS: 14.ª CORRIDA COM TOUREIROS ESPANHÓIS E CAVALEIRO PORTUGUÊS

 



Bibliothèque nationale de France

COURRIER DES THÉATRES

            Aujourd’hui à trois heures, 14ème grande course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse.

            Au programme :

            Bernardo Hierro, Ojeda, matadores et leurs cuadrillas; le caballero en plaza José Bento de Araujo, les picadores.

Jean Baudry.

In L’ÉVÉNEMENT, Paris - 24 de Agosto de 1891

11 DE AGOSTO DE 1893 - VENDAS NOVAS: A PRAÇA DE TOUROS PARTICULAR DO REI D. CARLOS É NOTÍCIA EM MADRID


Biblioteca nacional de España

Toros aristocráticos.

            El Rey de Portugal, aficionadísimo á los toros, acaba de encargar á un arquitecto la construcción en Vendas Novas de una plaza de toros para su uso particular.

            Por lo visto, el Rey Carlos,  á semejanza de su abuelo Juan V el Magnífico, no le importa con su dignidad real bajar á picar una res desempañando las faenas de los tan renombrados (Alfredo) Tinoco y (José) Bento d’Araujo.

            Las corridas se verificarán ante público aristócrata, perteneciendo también á esta clase las cuadrillas.

            Los toros serán de las mejores ganaderías y los caballos de las mejores cuadras.

            El servicio de la plaza estará á cargo de los empleados de la real casa y las moñas serán hechas por las damas palaciegas.

In LA PUBLICIDAD, Madrid - 11 de Agosto de 1893

15 DE MAIO DE 1898 - RIO DE JANEIRO: SAGRADA "AMISTAD"...



Biblioteca nacional de España

ESTAFETA TAURINA

            En El Imparcial Taurino, de Barcelona, encontramos el siguiente relato referente al fallecimiento de los diestros Tato y Pulido.

            «Manuel Pulido, que era amigo de Alfredo Núñez, no quiso abandonar á su compañero, y á pesar de las muchas advertencias sobre el peligro que corría con el contagio, no quiso retirarse de la habitación hasta después que espiró el infeliz novillero.

            Al siguiente día, Manuel Pulido sintió los terribles síntomas de la fiebre; y al cuarto día de enfermedad también sucumbía, víctima de su amistad y compañerismo.»

            Los funerales y cuantos gastos se ocasionaron en la enfermedad y muerte de los mencionados toreros, los costeó el empresario, D. José Bento d’Araujo, famoso rejoneador.

In EL HERALDO DE MADRID, Madrid - 23 de Junho de 1898


VER ESTE POST:

https://corridasportugalespanafrance.blogspot.com/2023/04/15-de-maio-de-1898-rio-de-janeiro-morte.html

11 DE AGOSTO DE 1893 - VENDAS NOVAS: A PRAÇA DE TOUROS PARTICULAR DO REI D. CARLOS É NOTÍCIA EM MANILA



Biblioteca nacional de España

Toros aristocráticos

            El Rey de Portugal, aficionadísimo á los toros, acaba de encargar á un arquitecto la construcción en Vendas Novas de una plaza de toros para su uso particular.

            Por lo visto, el Rey Carlos,  á semejanza de su abuelo Juan V el Magnífico, no le importa con su dignidad real bajar á picar una res desempañando las faenas de los tan renombrados (Alfredo) Tinoco y (José) Bento d’Araujo.

            Las corridas se verificarán ante público aristócrata, perteneciendo también á esta clase las cuadrillas.

            Los toros serán de las mejores ganaderías y los caballos de las mejores cuadras.

            El servicio de la plaza estará á cargo de los empleados de la real casa y las moñas serán hechas por las damas palaciegas.


In LA OCEANIA ESPAÑOLA, Manila - 3 de Outubro de 1893