29 DE SETEMBRO DE 1907 – MONTPELLIER : O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO RELEMBRADO 15 ANOS DEPOIS DA SUA PASSAGEM PELO SUL DA FRANÇA…

 


Bibliothèque nationale de France

Caballeros en Plaza

Nous avons énuméré dans notre dernier article les cinq suertes que comprenait le travail du caballero en plaza. Nous allons en donner l’explication à nos lecteurs.

            Pour la première suerte, le caballero doit se placer à une distance convenable, face à la porte du toril, pour que le toro s’aperçoive de sa présence dès sa sortie et que son attaque soit franche.

            Alors, le caballero parcourt la distance qui les sépare en ligne droite jusqu’à ce qu’il atteigne la barrière, fait tourner son cheval sur le côté droit et cloue sa javelina ou son rejon dans le garrot du fauve en évitant le coup de cornes.

            Pour la deuxième suerte, — celle-ci se produit rarement il est vrai — le caballero doit être accompagné de deux peones (toreros à pied), un à chaque étrier. Celui de droite doit tenir dans la main gauche la muleta et celui de gauche la cape dans la main droite.

            Le premier a pour mission de masquer la vue du toro avec la muleta et de le rejeter ainsi vers le caballero, face à l’étrier droit. Le caballero profite de ce moment pour poser son rejon, et sans perdre un instant sort par la droite du toro. Si ce dernier poussait le caballero, le peon de la gauche place la cape pour l’arrêter et, de cette façon, le caballero échappe à la cogida (blessure).

            Pour la troisième suerte, le caballero se place perpendiculairement aux barrières et près d’elles. Le toro doit occuper approximativement le même terrain.

            Le caballero passe devant la tête du toro et entre en juridiction pour que l’animal l’attaque.

            Si le toro court sur lui, le caballero franchit en ligne droite l’espace nécessaire pour qu’il puisse planter son rejon.

            Cette dernière suerte était exécutée par le caballero en plaza (José) Bento de Araujo dans les Arènes de Nimes en août 1892. Les aficionados de l’époque se rappelleront sans doute le succès que le sympathique caballero y obtint.

            Seulement, à cette époque-là, le caballero ne tuait pas au rejon de muerte le toro. Il ne faisait que planter gracieusement sa javeline au toro quand celui-ci voulait bien répondre à l’appel qui leui était fait.

            Cette année-ci, nos lecteurs pourront voir tuer au rejon de muerte à cheval un toro. Il se peut cependant que le résultat n’en soit pas prompt et qu’on soit contraint de recourir au matador de novillos du soin de mettre à mort le toro.

            Cela se produit fréquemment, il faut ajouter.

            Dans les courses royales espagnoles, on accorde généralement au caballero en plaza jusqu’à sept rejons de muerte. Ce n’est qu’à cette dernière extrémité, et devant son résultat négatif, que le président fait appel au concours du matador de novillos.

Verdad.

In LA VIE MONTPELLIERAINE, Montpellier – 29 de Setembro de 1907

3 DE JULHO DE 1898 - RIO DE JANEIRO: ÚLTIMA CORRIDA DA ÉPOCA E BENEFÍCIO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO

 


Biblioteca nacional do Brasil

TAUROMACHIA

Decididamente eu sou muito caipora ! Que má idéa tive em me casar ! Já lá vão quatro annos que abandonei a minha vida de bohemio, com o fim de saborear a tão decantada santa paz do lar, e, afinal de contas, posso lhes garantir que ainda não tive, sem exagero, oito dias consecutivos de felicidade completa no meu ménage.

            Minha mulher, coitadinha, é uma verdadeira santa, meiga, de bom genio e sempre condescendente. Tem todos os predicados indispensaveis para tornar feliz um homem, mas — há sempre um mas — existe um obstaculo terrivel ao meu xxx e conseguintemente á minha felicidade. A nota discordante no teclado rouco da minha existencia é, D. Fagundes Carneiro, minha mui illustre sogra, illustre por muitas razões, mas uma creatura insuportavel por muitas mais.

            Em minha casa eu só sou ouvido e chamado quando se precisa de dinheiro. No mais, ella é que põe e dispõe, não como minha hospeda que é, mas sim como se fosse donda da casa. Determina as horas da comida, toma e despede criados a seu bom grado, e emquanto a jantar e almoço é uma desgraça ! Só comemos do que ella gosta, uns quitutes impossiveis, que ella lá inventa, e que me têm dado cabo do estomago. Enfim, só estou para ver quando chega o dia em que se zanga comigo — o que acontece quasi todos os dias — e me põe fóra da minha propria casa.

            Ninguem pára com D. Fagundes. Descompõe os criados por dá cá aquella palha, está constantemente procurando discussões sobre tudo quanto há ; mas o seu pratinho do meio é fallar da vida alheia, e fazer intrigas.

            Eu sou mesmo muito caipóra !

            Ora, vejam o que me aconteceu hontem.

            Quando, á tarde, cheguei á casa, encontrei a boa da minha sogra de, pé no patamar da escada, com os braços levantados e empunhando na mão direita um jornal e na esquerda um livro — Apontamentos sobre a arte de tourear !

            — O senhor já sabe que temos amanhã a festa artistica do José Bento de Araujo ?

            — Amanhã !

            — Sim senhor, amanhã. Aposto que não leu os jornaes da tarde ? Pois era melhor que os lesse em vez de via a namorar nos bonds, como o senhor faz. Assim que acabar de jantar quero que me vá comprar um camarote, e amanhã, já o previno, tem que nos acompanhar as touradas.

            — Mas,  D. Fagundes, a senhora bem sabe que tenho que ir para o camarote da imprensa fazer a chronica para A Noticia.

            — Qual chronica nem meia chronica ! O senhor amanhã vem para o nosso camarote, e, fique sabendo que, quem vai fazer a critica da corrida sou eu. Já estive lendo os apontamentos sobre a arte de tourear, e o senhor vai vêr o que é uma chronica.

            — A senhora quer fazer a chronica para o jornal ?!

            — Quero, sim senhor. Porque esses espantos, imagina talvez que não serei capaz ? Por peor que escreva, sempre há de ser melhor que as bobagens que o senhor lá escreve.

            — Mas é preciso auctorisação da redacção.

            — Não quero saber d’isso. O senhor lá se arrange com ella, na certeza que, e tome bem conta no que lhe digo, o que eu escrever há de ser publicado.

            Ora, aqui têm os leitores a razão por que fui obrigado a fallar-lhes hoje na minha sogra. Lá a deixei, agora em casa, ás voltas com os apontamentos sobre a arte de tourear, e na firme resolução de fazer amanhã a chronica sobre a festa artistica do José Bento (de Araújo) !

            Já viram uma infelicidade igual ? Não, eu sou mesmo muito caipora !

            Antes de sahir para comprar o tal camarote, ouvi muito barulho na sala de jantar. Espiei pela fechadura e… oh céos ! D. Fagundes fazia estudos tauromachicos preparatorios para a sua chronica ! Imaginem os leitores que mandou tirar mesa e cadeiras da sala, e improvisou ahi o seu redondel. Obrigou o copeiro e a criada a virem secundal-a no seu estudo de sortes, esta como capa e aquelle como féra ; e assim fui deparar com ella, escarranchada n’uma cadeira de pallinha, que seus rechonxudos quadris escondiam por completo, deixando apenas apparecer as quatro perninchas douradas.

            Levantando o corpo, levava comsigo a cadeira e assim corria pela casa nas pontinhas dos pés, em grande algazarra. Ora fingia fugir do touro (o meu pobre criado), dando-lhe tremendas bengaladas, ora consultava o livrinho e gritava : esta foi á meia volta — e traz, lá ia outra bengalada. Mas felizmente a corrida não durou muito tempo. O cavallo tinha pouco pé. Partiram-se-lhe as perninhas douradas, e minha illustre sogra estalou-se por sobre o copeiro, agarrando-se na quéda ás saias da criada, que rebolou, por sua vez, sobre uma linda jarra do Japão, que se fez em fanicos !

            Eu não vi mais nada. Puz o chapéo, fugi como um doido, e tomei o primeiro bond, por signal que era um cara dura. Comprei-lhe o camarote e amanhã lá vamos para a praça das Laranjeiras.

            Não me posso fazer uma idéa do que a minha sogra lhes irá contar. Ella disse-me que no tempo de seu fallecido Carneiro — que Deus haja — dedicou-se muito á litteratura. Emfim, veremos. O que peço aos meus leitores é que tenham paciencia, e queiram indulgentemente digerir, só por esta vez, a chronica de D. Fagundes. A avaliar pelos preparos, deve ficar cousa supimpa. Já mandou comprar 5 lapis Faber, 3 cadernos de papel e uma borracha !

            Adeus, pois, meus bons leitores, e ao passar o lapis a minha sogra, torna a implorar indulgencia quem é mesmo muito caipora. — Salero.

——— 

            Tivemos hontem um dia londrino. Bem nublado, atmosphera carregada e ameaçando chuva.

            A grande festa do dia era a tourada em beneficio de despedida do arrojado cavalleiro José Bento de Araujo.

            Esperava-se uma enchente na praça das Laranjeiras, e assim foi. Ás 3 ½ horas a praça estava repleta de amigos e admiradores do sympatico toureiro, e todos esperavam impacientes o toque do clarim, que, dando entrada á quadrilha, dava ao mesmo tempo começo á tourada. Emquanto esse momento não chegava, a musica tocava um maxixe. Achamos impropria tal musica n’uma praça de touros. Salvo quando trabalha Pae paulino com a sua afamada troupe (que tambem não admittimos n’um redondel), afora isso, pensamos que deveriam escolher musica mais apropriada. Por exemplo, musica hespanhola.

            É um absurdo querer abrazileirar touradas, e com isso só conseguem tirar-lhe toda a côr local e graça. Parece isto uma insignificancia, mas não é. Tira toda a graça a uma tourada ouvir-se o maxixe, e parece-me que a maioria do publico pensa commigo. Agora que José Bento (de Araújo) vai á Europa, é boa occasião de nos trazer de lá um bom repertorio.

            Como parece que vamos começar vida nova é preciso fazer á empreza a seguinte observação : Não é justo que quem compra um bilhete de camarote com cinco entradas e vae para as touradas com quatro pessoas, chegue lá e encontre um camarotesinho onde mesmo tres pessoas já não estão á vontade. Na praça das Laranjeiras há camarotes grandes, medios e pequenos, é pois muito racional e indispensavel que as entradas e preços estejam em relação com o tamanho dos camarotes. Um camarote de touros parece-me que não é nenhum bond onde uns vão sentados e outros de pingente. O mais curioso é que nos camarotes de cinco entradas só há quatro cadeiras !

            Tocou o clarim. Pouco mais são de 3 ½, (Alfredo) Tinoco e José Bento (de Araújo) fazem os seus cumprimentos do estylo e começam as cortezias. Os cavallos são os mesmos de domingo passado ; José Bento (de Araújo) vem de verde e amarello e (Alfredo) Tinoco de amarello preto e verde, montando, como sempre, com elegancia e mestria ; observámos ainda d’esta vez as defesas, ao ladear, do cavallo que José Bento (de Araújo) montava, no emtanto estava mais obediente que domingo passado.

            Findas as cortezias, e ao novo toque do clarim, appareceu-nos o 1º touro, preto, de pé e de boa estampa. Coube a (Alfredo) Tinoco, que, perdendo a sorte de gaiola, por ter o bicho sahido sobre a direita, não esperou, talvez por contar demasiado com a velocidade do cavallo, deixando-se colher contra a trincheira. A entrada foi má e o resultado não podia ser bom, houve terreno mal medido. Pareceu-nos que este bicho, talvez por estar fraco, passou logo a querenciar-se.

            (Alfredo) Tinoco conseguio rematar com energia mais quatro ferros á estribeira e meia volta. Em seguida Rocha, com a capa, trabalhou bem fazendo quatro veronicas e um bom galleo. Foi pena que o Mattos mandasse tocar a cabrestos, pois tinhamos um bom trasteio, que poderia ter sido rematado com uma péga.

            O 2º touro, preto, bem conformado, de e muito bem engatilhado, foi bandarilhado por Calabaça, Felix e Rocha, que trabalharam com vontade, enfeitando o bicho com cinco pares e meio, á meia volta sobre o curto e quarteando ao relance. Rocha trabalhou bem com o capote, rematando, porém, muito mal o seu trabalho, largando a capa nas hastes da féra. Foi pena.

            O cabo dos forcados fez uma valente péga a sopé, encornando sobre a direita e aguentando-se bem nos derrotes da féra ; o bicho estava bem aplumado.

Foi para José Bento (de Araújo) o 3º touro. Não o descrevo pois é o celebre caraça. Desta vez porem o caraça não cumprio como costuma, o que difficultou o trabalho. A sorte de gaiola, offerecida á imprensa, falhou por não ter a rez arrancado para o cavallo. Logo em seguida cravou José Bento (de Araújo) um bom ferro à estribeira o que lhe valeu uma merecida ovação.

Quando tocaram a cabrestos estava a féra enfeitada com quatro farpas tendo José Bento (de Araújo) sido colhido no quarto ferro.

O publico protestou contra o toque, mas o Sr. intelligente fez muitissimo bem, pois o caraça estava francamente no estado aplomado, e nós não estamos em Madrid.

Depois de vinte minutos de intervallo, durante os quaes nos mimosearam de novo com maxixes, veiu o 4º touro para ser bandarilhado por Rodrigues, Cruz e Morenito, que fez um bom quito na sorte de gaiola.

O bicho era de , grande, preto e bem engatilhado. Os artistas portaram-se bem e a féra foi enfeitada com 7 pares de bandarilhas razoavelmente rematadas, sendo tres á meia volta, duas á trazcuerno e duas á quiebro.

O trabalho de trastear foi pouco bom ; o publico applaudio Cruz e Morenito, que se alvoraram em saltarellos, fazendo papel de clown.

Mandado recolher o bicho, o publico queria péga e protestou. A féra estava francamente com querenças, e no terceiro estado (aplomado), e devia mesmo ser recolhida.


Ao toque do clarim, sahio da gaiola o 5º touro, torrado, pequeno mas mostrando bravura, com muito pé, e francamente no primeiro estado (levantado). Foi para José Bento (de Araújo), que trabalhou bem, cravando tres farpas á meia volta e estribeira e mais 2 pares curtos. Depois do primeiro ferro curto, gritaram lá do sol : oh Zé, boa viagem, e vá lá uma á saude da rapaziada !

            E José Bento (de Araújo), que sabe agradar a todos, assim fez. Cravou o ultimo ferro curto com mestria, e muito bem rematado ; e como o dictado diz : «vox populi vox dei» o nosso querido José Bento (de Araújo) há de fazer boa viagem.

            Foi para a afamada troupe Pae Paulino (sem olho !) que destinaram o 6º touro.

            O publico divertiu-se com as palhaçadas e sortes que fizeram, e a gargalhada virou em palmas e bravos a uma boa péga de cara a sopé com que remataram o seu trabalho.


            Toca o clarim, e vem o 7º e ultimo bicho para José Bento (de Araújo). É torrado, de muito pé, mal engatilhado. Conhece a praça e a recarga  de que se serve. Mas José Bento (de Araújo), que tambem o connhece, d’aqui e da Europa, defendeu-se, e enfetou (NOTA : enfeitou?) bem o bicho, que entou para o touril ao mesmo tempo que todos se levantavam. Tinha terminado a corrida.

            Foi a melhor tourada da época, e se não foi optima foi razoavel.

D.  Fagundes Carneiro.

In A NOTICIA, Rio de Janeiro – 4 – 5 de Julho de 1898

2 DE OUTUBRO DE 1892 – PARIS : MAIS UMA TOURADA COM GRANDES ARTISTAS

 


Bibliothèque nationale de France

Nouvelles des Théâtres

            Les arènes de la rue Pergolèse continuent à attirer la foule, les jeudis et dimanches, en matinée. C’est, d’ailleurs, justice, car le programme toujours varié, est aussi des plus émouvants. La rentrée de Mlle Maria Gentis a été marquée par un succès éclatant. Remigio Toutos (NOTA : o « novillero» Remigio Frutos era conhecido por ALGETEÑO, dado ter nascido em Algete - 19 de Julho de 1881) et sa cuadrilla, Marius Monnier, le caballero en plaza José Bento d’Araujo et les picadores ont également rivalisé de courage et d’habileté et ont été salués par d’unanimes et mérités applaudissements.

            Aujourd’hui, jeudi, 29ème course.

            Dimanche, programme nouveau pour la 30ème course.

D’AINE.

In LES TRAVAUX OFFICIELS, Paris – 6 de Outubro de 1892

28 DE JUNHO DE 1891 – PARIS : BRILHANTE ESTREIA DO ESPANHOL GABRIEL LÓPEZ Y PORTAL (MATEÍTO) E CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO MUITO APLAUDIDO

 



Bibliothèque nationale de France

BULLETIN THÉATRAL

Plus de dix mille personnes au moins assistaient dimanche à sixième course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse. Le Mateїto (NOTA : Gabriel López y Portal, MATEÍTO) et sa cuadrilla, qui paraissaient pour la première fois à Paris, ont du premier coup remporté un brillant succès. Ils ont partagé les honneurs de la journée avec les picadores, le Pouly d’Aigues-mortes et sa cuadrilla qui font merveille dans les courses provençales. Le caballero en plaza José Bento de Araujo a été également très applaudi, ainsi qu’un amateur français qui a piqué un taureau à la mexicaine.

DE NISMES

In PARIS-JOURNAL, Paris – 1 de Julho de 1891

NOTA : A biografia de Gabriel López y Portal (MATEÍTO) pode ser consultada aqui :

https://historiadeltorero.com/toreros/g/gabriel-lopez-y-portal-mateito/

2 DE AGOSTO DE 1891 – PARIS : ESTREIA DO CONCEITUADO MATADOR ESPANHOL JUAN GÓMEZ DE LESACA

 
Bibliothèque nationale de France

THÉATRES ET CONCERTS

            Aujourd’hui dimanche, course de taureaux aux arènes du Bois de Boulogne.

            Au programme : Mlle Gentis et José Bento de Araujo ; Valentin Martin ; débuts de (Juan Gómez de) Lesaca et sa cuadrilla ; les picadores.

S : HEYMANN.

In LA NOUVELLE LUNE, Paris – 2 de Agosto de 1891

NOTA

Juan Gómez de Lesaca

VER:

https://hemerotecadigital.bne.es/hd/pdf?oid=0002625129

PORTUGAL - TOUREIO A CAVALO — CAVALEIROS DE OUTROS TEMPOS... (no blogue PARTEBILHAS)

 


O cavaleiro José Bento de Araújo (1851-1924)
FOTO : Família Araújo

TOUREIO A CAVALO E AS CORTESIAS

    Portugal é o último reduto do toureio clássico a cavalo e muitos foram os cavaleiros portugueses que ao longo dos séculos, com extraordinário valor, enfrentaram toiros. Famílias, de dinastias toureiras, marcaram na nossa tauromaquia nomes que ficarão sempre ligados à tauromaquia portuguesa: Casimiros, Barahonas, Mascarenhas, Veigas, Núncios, Salgueiros, Telles, etc.

    Um dos primeiros cavaleiros a profissionalizar-se terá sido José Casimiro Monteiro – cerca do ano de 1875 – mas é no final do séc. XIX que o moderno toureio a cavalo começa a notabilizar-se com Alfredo Tinoco da Silva, Alfredo Marreca, José Bento d’Araujo, Victorino Froes, Fernando Oliveira, etc.

    A maior exigência desses tempos era que os cavaleiros se apresentassem aprumados nas selas, dominadores dos cavalos, mandando mais com as pernas do que com as rédeas. O perfeito conhecimento da equitação era condicionante para quem desejava tourear a cavalo e os aficionados apreciavam muito as cortesias para verificarem como os cavaleiros desempenhavam os “quartos”, ladeavam e recuavam.

    Em algumas corridas de 1948 e também em 1951 e 1952 na Praça de Santarém durante as cortesias os cavaleiros não realizaram os “quartos”, o que não agradou ao público e motivou enormes protestos na Praça e motivos dos críticos nas suas crónicas nos jornais.

    Porque em Portugal as cortesias devem ser à portuguesa!

Manuel Peralta Godinho e Cunha


FONTE: 

https://godinhoecunha.blogs.sapo.pt/tag/corrida+de+toiros

Texto cedido pelo excelente blogue PARTEBILHAS.

Agradeço a Manuel Peralta Godinho e Cunha a partilha deste texto por ele publicado em 15.11.17.

12 DE JULHO DE 1891 – PARIS : 8.ª TOURADA DA TEMPORADA COM CAVALEIRA FRANCESA E CAVALEIRO PORTUGUÊS

 


Bibliothèque nationale de France

THÉATRES ET CONCERTS

Aujourd’hui dimanche, à 3 h. ½, huitième course de taureaux, aux Arènes de la rue Pergolèse.

            Au programme : Mlle Maria Gentis et José Bento de Araujo ; Valentin Martin ; le Mateїto (NOTA : Mateíto) et leurs cuadrillas ; les picadores ; le quadrille landais de Candau.

S. HEYMANN.

In LA NOUVELLE LUNE, Paris – 12 de Julho de 1891

18 DE OUTUBRO DE 1891 - PARIS : A 22.ª CORRIDA DA TEMPORADA COM TOUREIROS ESPANHÓIS E CAVALEIRO PORTUGUÊS...


 

Bibliothèque nationale de France

COURRIER DES THÉATRES

            Demain, dimanche, à deux heures et demie, 22ème grande course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse.

            Au programme :

            Angel Pastor, Valentin Martin, José Ruiz (Joseito) et les deux cuadrillas ; José Bento de Araujo, caballero en plaza et les picadores.

FRACASSE.

In LE NATIONAL, Paris – 18 de Outubro de 1891

18 DE AGOSTO DE 1892 – PARIS : MAIS UMA CORRIDA NA PRAÇA DO BOIS DE BOULOGNE

 


Bibliothèque nationale de France

LES SPECTACLES

Arènes du Bois de Boulogne : Demain jeudi à 3 heures, 17ème grande course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse.

            Au programme :

            Mlle Maria Gentis, caballera en plaza ; José Bento de Araujo, caballero en palza ; courses espagnoles avec José Alvarez, matador ; banderillos (NOTA : banderilleros) et picadores ; courses provençales avec le quadrille « Fin de siècle » Lombroso.

In PARIS-JOURNAL, Paris – 18 de Agosto de 1892

26 DE JULHO DE 1891 – PARIS : 10.ª TOURADA DA TEMPORADA…

 


Bibliothèque nationale de France

COURRIER DES THÉATRES

            Après-demain dimanche, à trois heures, 10ème corrida à la Gran Plaza : Mlle Maria Gentis et José Bento de Araujo ; Valentin Martin, le Mateїto (NOTA : Mateíto), les picadores et les Landais.

FRACASSE.




In LE NATIONAL, Paris – 25 de Julho de 1891

11 DE OUTUBRO DE 1891 – PARIS : 21.ª TOURADA DA TEMPORADA

 


Bibliothèque nationale de France

COURRIER DES THÉATRES

            Dimanche prochain à 2 h. ½, 21ème grande course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse.

            Au programme :

            Angel Pastor, Valentin Martin et leurs cuadrillas ; José Bento de Araujo, caballero en plaza et les picadores.

FRACASSE.

In LE NATIONAL, Paris – 9 de Outubro de 1891

21 DE MAIO DE 1911 – LISBOA : OS VELHOS CAVALEIROS MORGADO DE COVAS E JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA TOURADA COM O JOVEM TOUREIRO MEXICANO RODOLFO GAONA


 

Hemeroteca municipal de Lisboa

TAUROMACHIA

Gaona em Lisboa

            Apresenta-se ámanhã ao publico de Lisboa o celebre mexicano Rodolfo Gaona, que, sendo um dos mais modernos, conseguiu alcançar o mais proeminente posto entre os seus collegas do visinho reino. Gaona vem acompanhado de dois bellos bandarilheiros, tambem mexicanos, que são «Vegerita» e «Trallero».

RODOLFO GAONA
Mediateca - Instituto Nacional de Antropología e Historia de México

            Pela primeira vez, veremos o antigo e estimado cavalleiro José Bento de Araujo, o qual alternará com o seu collega Morgado de Covas.

            Bandarilheiros são os nossos Theodoro, Cadete, Rocha e Carlos Gonçalves.

            Os bilhetes estão á venda na Praça dos Restauradores, 81.


In A VANGUARDA, Lisboa – 20 de Maio de 1911

15 E 16 DE AGOSTO DE 1891 – PARIS: 12.ª e 13.ª «GRANDES TOURADAS» NA PRAÇA DO BOIS DE BOULOGNE

 


Bibliothèque nationale de France

COURRIER DES THÉATRES

            Samedi 15 et dimanche 16 août, 12ème et 13ème grandes courses de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse.

            Au programme :

            Valentin Martin, Lesaca et leurs quadrilles ; José Bento de Araujo, cavalier en place ; les picadores, le Pouly de Beaucaire et son quadrille, et l’amateur français piquant à la Mexicaine.

            Le directeur des arènes est parti hier pour Londres, d’où il ramenera des «numéros» nouveaux qui seront intercalés dans la pantomine de MM. Gugenheim et Le Faure.

FRACASSE.

In LE NATIONAL, Paris – 13 de Agosto de 1891

28 DE MARÇO DE 1909 - LISBOA : PRIMEIRA CORRIDA DA TEMPORADA COM MUITA CHUVA E POUCO BRILHO (SÓ O ESPADA MADRILENO SALERÍ TRABALHOU BEM)...

 


Biblioteca nacional de España

Desde Lisboa


CAMPO PEQUEÑO

Inauguración de la temporada de 1909.

            La nueva empresa de nuestro circo, Baptista y Lacerda, anunció que inauguraría la temporada el día de San José (NOTA : 19 de Março), com el espada cordobés Manolete ; pero el tiempo, siempre lluvioso, no lo permitió hasta el día 28, que, aunque no bueno, la efectuó com los mismos elementos y el espada madrileño Juan Sal (Salerí).

            Pero, decididamente, el tiempo no está para estos divertimientos, que necesitan sol y moscas, y como el día apareció com mala cara, resultó que la primera corrida de la temporada no tuviera aquel entusiasmo que acostumbra tener tan viril espectáculo.

            La concurrencia era diminuta, pues estábamos como en familia, y de ahí no es de extrañar que el espectáculo resultara monotono y triste, y si no hubiera sido por el trabajo primoroso del espada madrileño, que fué el que nos animó, lo restante, tanto los caballeros como los banderilleros, poca brillantez dieron á la función.

            Los toros lidiados, que pertenecían á la ganadería de Emilio Infante, estaban bien presentados de carnes, pero la mayoría dieron poco de sí, á excepción del octavo y noveno, que cumplieron, y el segundo, cuarto y quinto, que fueron regulares.

            Los rejoneadores José Bento (de Araújo) y Manuel Casimiro, dieron poco lucimiento á su trabajo, á no ser alguna outra farpa bien colocada, que la concurrencia aplaudió para calentar las manos, porque la tarde estaba fría.

            De la infantería portuguesa, sólo hubo alguna que outra banderilla, puestas por Teodoro y Cadete, y un soberano par á la gayola, puesto por Antonio Trujillo (Malagueño), que fué aplaudido debidamente.

            Alfredo dos Santos, uno de los nuevos, pero com mucha afición y valentía, dió un cambio de rodillas bueno. Al entrar á banderillear el tercero, fué volteado sin consecuencias.

            Consignado esto, pasemos á ocuparnos del espada madrileño Salerí, que fué el que animó la función.

            Salerí es un torero fino, sereno y elegante. Banderilleó el quinto y noveno toros, dejando superiores pares, principalmente uno al cambio, que ni Fuentes lo colocaría mejor, oyendo una gran ovación.

            Com el trapo rojo hizo faenas primorosas, cargando la suerte, ciñéndose, todo ello ejecutado com elegancia y arte, arrancando aplausos justificados de la concurrencia.

            Lanceó bien de capa alargando los brazos bien, ayudó á los portugueses com eficacia, por lo cual se ganó la mar de aplausos. En una palabra : Salerí tuvo una buena tarde en Lisboa, y tengo la seguridad que vendrá más veces este año á torear á Campo Pequeño.

            La corrida fué bien dirigida por el concienzudo aficionado Sr. Jayme Henriques, y asistió á todo el espectáculo el hermano del Rey, Sr. D. Alfonso, que aplaudió mucho las faenas del espada madrileño.

            Este es, en resumén, lo que fué la primera corrida de la temporada, que fué también amenizada com alguna lluvia, que obligó á los espectadores á que tuvieran que abrir los paraguas algunas veces.

MANUEL J. GÓMEZ.

In EL TOREO, Madrid – 13 de Abril de 1909