14 DE JULHO DE 1893 - NIMES : UMA TOURADA COM O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NO DIA DA FESTA NACIONAL DA FRANÇA...

 


Bibliothèque nationale de France

GARD

Aux arènes. — La municipalité, intelligemment secondée par M. Fayot, prépare, pour le 14 juillet, une belle représentation gratuite aux arènes. Le Pouly de Beaucaire combattra à la française, mais avec des picadors, six taureaux espagnols ayant déjà couru. L'élégant cavalier en plaza (José) Bento de Araujo, offre à la ville son concours gracieux pour combattre deux taureaux. One ne saurait trop féliciter M. (José) Bento de Araujo, qui est non seulement un excellent cavalier, mais aussi un très galant homme, de cette marque nouvelle de sympathie qu'il donne à notre si démocratique population.


In LA RÉPUBLIQUE DU MIDI, Montpellier - 7 de Julho de 1893

25 DE AGOSTO DE 1896 - RIO DE JANEIRO : UMA HOMENAGEM AOS CAVALEIROS ALFREDO TINOCO DA SILVA E JOSÉ BENTO DE ARAÚJO

 


Biblioteca nacional do Brasil

 TOURADAS

        Com o presente numero do D. QUIXOTE offerecemos aos nossos assignantes um supplemento consagrado ao divertimento da epocha no Rio de Janeiro — as touradas.

        Alfredo Tinoco (da Silva) e José Bento (de Araújo) são dous artistas extraordinarios, que trouxeram ao Brazil uma cuadrilla escolhida e touros dignos d’esse nome (ha muitos que o não são), offerecendo ao nosso publico espectaculos como no genero elle jamais havia presenciado.

Biblioteca nacional do Brasil

        O enthusiasmo com que tem sido concorridos e applaudidos os divertimentos da praça do antigo matadouro, corresponde plenamente aos esforços que fizeram José Bento (de Araújo) e Alfredo Tinoco (da Silva) para trazer ao Rio de Janeiro uma troupe completa e mostrar a este bom publico o que é uma verdadeira tourada — cousa essa que apenas podiamos imaginar quando viamos as pallhaçadas que nos serviam n'aquella mesma praça sob o pomposo nome de corridas de touros.

Aos dous elegantes cavalleiros e emeritos artistas enviamos as nossas saudações, e cremos que publicando os seus retratos e offerecendo-os em supplemento aos nossos assignantes, damos a estes um mimo que será devidamente apreciado.

In DON QUIXOTE, Rio de Janeiro - Anno 2 - N.º 70 -25 de Agosto 1896

20 DE AGOSTO DE 1893 - NIMES : UMA CORRIDA COM TOUREIROS DE ESPANHA E CAVALEIRO DE PORTUGAL

 

Bibliothèque nationale de France

ECHOS DE LA RÉGION

Arènes de Nimes. — La Corrida du 20 août. — M. Fayot veut décidément populariser les belles courses espagnoles. C'est ainsi qu'il donne dimanche prochain dans les arènes de Nimes un novillada avec les deux célèbres matadors de novillos, Gavirra (NOTA : O nome correcto do toureiro sevilhano é Francisco Piñero - Gavira, 1873 - 1898) et Manene, qui viendront prochainement matadors de cartel.

Francisco Piñero Gavira
FOTO : Biblioteca nacional de España

            Gavirra (NOTA : Gavira) courait dernièrement à Barcelone avec Guerrita, Jarana et El Gallo.

            Manene est le frère de Fuentès (NOTA : Fuentes), que nous avons admiré dimanche dernier.

            Dans cette course paraîtra, pour la dernière fois, (José) Bento de Araujo qui travaillera un toro cornes nues, exposant ainsi un cheval d'une valeur inappréciable.

            Les cuadrilles seront composées comme suit :

            Première cuadrilla. — Francisco Pineira (A) Gavirra (NOTA : Francisco Piñero (a) Gavira), matador ; Juan Rivera (Cueras), Germino Oregon (Geramo), José Lismero (El Carpintero), banderillos.

            Deuxième cuadrilla. — Eusebio Funtès (NOTA : Eusebio Fuentes) (a) Manene ; Joaquin Benasalvas (Barberillo) ; Justo Sánchez (Juirini) ; Dario Moutero (El Serio), banderilleros.

            Picadores. — Julie Vicente (NOTA : Julio Vicente y Toledo, natural de Saragoça - 1861 - 1914) (Cerrajas) ; Joaquin Sanchez (NOTA : Joaquín Sánchez) (El Formalito) ; Manuel Sanchel (El Rubio).

            Le premier taureau sera travaillé cornes emboulées par (José) Bento de Araujo et la cuadrilla, le deuxième et troisième, cornes nues par les picadores et la cuadrilla ; le quatrième, cornes nues par (José) Bento (de Araújo) et la cuadrilla ; le cinquième, sera maté par Gavirra (NOTA : Gavira) ; le sixième par Manene.

            Le prix des places est fixé comme suit : secondes, 5 fr. ; toril, 2 fr. 50 ; amphithéatre, 1 fr. 50.

            A ce prix, les Arènes seront bondées dimanche prochain.

In LA RÉPUBLIQUE DU MIDI, Montpellier - 18 de Agosto de 1893

4 DE MARÇO DE 1897 – RIO DE JANEIRO : OS CAVALEIROS ALFREDO TINOCO DA SILVA E JOSÉ BENTO DE ARAÚJO ADQUIREM A PRAÇA DE TOUROS CARIOCA

 


Biblioteca nacional de España

ESTAFETA TAURINA

         —    Los distinguidos caballeros portugueses don José Bento de Araujo y D. Alfredo Tinoco da Silva han comprado en 21.000 duros (moneda brasileña) la plaza de toros de Río de Janeiro.

        Para el negocio han comprado 30 reses de las más acreditadas ganaderías lusitanas, y contratando por diez funciones al matador de novillos español Sebastián Silvan, Chispa, quien há firmado escritura para ganar 12.000 pesetas, viajes, fonda e demás gastos.

In HERALDO DE MADRID, Madrid – 4 de Março de 1897

23 DE SETEMBRO DE 1917 – ALGÉS : A TOURADA DAS MODISTAS, CAIXEIROS, GUARDA-LIVROS E MARÇANOS



 

NOTAS TAURINAS

Algés

            Dedicada aos caixeiros, modistas e aprendizes, realisa-se no proximo domingo 23, em Algés, uma grande corrida, apresentando-se a lidar as bravas rezes um garboso grupo de amadores formado por caixeiros, guarda-livros, marçanos e até alguns patrões. Esta grande corrida é das poucas que tem conseguido enthusiasmar o publico, principalmente a classe commercial.

            Por especial obsequio tomam parte o cavalleiro Francisco Bento de Araujo e um valente grupo de forcados composta de conductores de gado e empregados do Matadouro.

            Os marçanos teem logares reservados nas galerias por 100 réis.

Hemeroteca Digital da CML

In O DIA, Lisboa - 19 de Setembro de 1917

13 DE AGOSTO DE 1899 - BELÉM DO PARÁ : MAIS UMA TOURADA DA EMPRESA ALFREDO TINOCO – JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NO COLYSEU PARAENSE (BAPTISTA CAMPOS)

 



Biblioteca nacional do Brasil


In REPUBLICA, Belém do Pará – 13 de Agosto de 1899

5 DE JULHO DE 1903 – LISBOA : BENEFÍCIO DE JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA PRAÇA DO CAMPO PEQUENO COM MAIS CAVALEIROS DE PORTUGAL E TOUREIROS DE ESPANHA

 


Biblioteca nacional de España

CORREO taurino

            — El próximo domingo se dará una corrida en la plaza del Campo Pequeño, de Lisboa, á beneficio de José Bento de Araujo, en la que tomarán parte, además de este artista, los caballeros en plaza Fernando de Oliveira, Joaquín Alves y Eduardo de Macedo.

            Como espadas actuarán en esta corrida los matadores de toros Algabeño y Morenito de Algeciras.

In EL NACIONAL, Madrid – 2 de Julho de 1903

CAMPO PEQUENO – LISBOA : A HISTÓRIA DAS «CORRIDAS DE GALA À ANTIGA PORTUGUESA» NA MAIOR PRAÇA DE TOUROS DO PAÍS

 


FOTO: Empresa da Praça de Toiros do Campo Pequeno - Lisboa

As Grandes Galas

A realização de corridas de toiros, designadamente as denominadas "de Gala à Antiga Portuguesa" inseriu-se, com frequência, nos programas de comemorações de datas festivas da nossa história, ou foram integradas nos programas sociais das visitas de chefes de Estado a Portugal. Em várias ocasiões, os coches do Museu Nacional rolaram na arena de Lisboa, participando nas reconstituições históricas das célebres corridas reais do século XVIII, recordando o fausto da corte de D. João V.

O reinado de D. Carlos (1889-1908), durante o qual ocorreu a inauguração da Praça de Toiros do Campo Pequeno, foi marcado por uma intensa actividade diplomática, materializada entre outras realizações, por visitas oficiais do monarca português a países europeus e a consequente retribuição dessas visitas, por parte de reis e Presidente da República.

A tradição de obsequiar com uma corrida de toiros, "de Gala à Antiga Portuguesa" os Chefes de Estado que visitam o nosso país vem, infelizmente, perdendo peso nos respectivos programas oficiais, sobretudo após o golpe militar de 25 de Abril de 1974.

Ao comemorar-se o quarto centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia, o Real Clube Tauromáquico Português organizou uma faustosa Corrida de Gala no Campo Pequeno, que constitui uma das manifestações de júbilo popular com que os portugueses recordaram o feito de Vasco da Gama.

Deslumbrante, segundo testemunhos da época, foi a corrida realizada a 6 de Abril de 1903, por ocasião da visita de Eduardo VII de Inglaterra. Em praça estiveram os cavaleiros José Bento de Araújo, Fernando de Oliveira, Manuel Casimiro, Joaquim Alves, Simões Serra e Eduardo Macedo, bem como os bandarilheiros Jorge Cadete, José Martins, Telles Branco, Manuel dos Santos e Tomás da Rocha e, ainda, dois grupos de forcados.

Em fausto e brilho igualaram-se as corridas realizadas a 11 de Dezembro de 1903, de homenagem a Afonso XIII, de Espanha, e as de 26 de Maio e de 28 de Outubro de 1905, em honra do Imperador Guilherme II da Alemanha e do presidente Loubet, de França, respectivamente.

Apenas 12 dias tardaram os aficionados lisboetas em comemorar taurinamente a implantação da República, tendo para o efeito organizado, a 17 de Outubro de 1910, uma corrida em que participaram os cavaleiros Eduardo Macedo e Morgado de Covas e o matador espanhol Agustín Garcia "Malla". Seis dias depois, realizava-se no mesmo cenário uma corrida em benefício dos familiares das vítimas dos acontecimentos do dia 5 de Outubro. Nela participaram os cavaleiros João Marcelino, José Bento de Araújo, Manuel Casimiro, Adelino Raposo, Eduardo Macedo, José Casimiro e Morgado de Covas, que lidaram um curro de Emílio Infante da Câmara.

Sidónio Pais, um dos Presidentes da República que maiores multidões arrastou, teve também uma corrida em sua homenagem, a 12 de Maio de 1918, na qual, com toiros de João Coimbra, se apresentaram os cavaleiros Morgado de Covas, Adolfo Machado, Rufino da Costa, Francisco Bento (de Araújo) e Ricardo Teixeira. Cerca de dois anos depois, a 16 de Maio de 1920, no mesmo dia (e à mesma hora?) que José Gomez Ortega "Gallito" morria em Talavera de la Reina, nos cornos de "Bailador", realizava-se no Campo Pequeno uma corrida de homenagem do Presidente da República, António José de Almeida.

A última das grandes corridas em honra de um Chefe de Estado terá sido a realizada a 15 de Maio de 1973, quando o Presidente da República Federativa do Brasil, Emílio Médici, visitou oficialmente o nosso país. Recordemos o cartaz: cavaleiros Manuel Conde, José Mestre Baptista, Alfredo Conde, Luís Miguel da Veiga, Fernando Andrade Salgueiro e Frederico Cunha, os forcados de Santarém e de Montemor e toiros de Emílio Infante da Câmara.

Várias entidades, sobretudo associações de beneficência, organizaram aqui espectáculos que constituíram extraordinários lances de filantropia e generosidade humana, que chegaram à dádiva mais sublime ? a da vida ? como noutro passo se relatará. São marcos dessa generosidade as corridas organizadas pela Assistência Nacional aos Tuberculosos, pela Liga dos Antigos Combatentes e pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, a primeira no princípio do século XX, a segunda e a terceira nos anos sessenta e setenta. Todas elas convergiam numa característica comum: a dádiva desinteressada de artistas e ganaderos.

Na segunda metade do século destacam-se ainda as corridas organizadas pela Casa da Imprensa, em que alternavam as máximas figuras do momento, em Portugal, Espanha e México, as da Casa do Pessoal da RTP e a corrida da Rádio, da responsabilidade do Programa "Sol e Toiros" da RDP. Além de inesquecíveis êxitos sob o ponto de vista social, algumas destas corridas proporcionaram resultados cuja ressonância ultrapassou gerações. Quem poderá esquecer as grandes faenas de João Branco Núncio, as competições entre os cavaleiros José Mestre Baptista, Luís Miguel da Veiga, José João Zoio e os rojoneadores espanhóis Álvaro Domecq (filho) e Manuel Vidrié, ou a explosão de entusiasmo provocada pelo cavaleiro João Moura, entre 1976 e 1986? E as faenas de matadores como Diamantino Vizeu, Manuel dos Santos, Francisco Mendes, José Júlio e Amadeu dos Anjos, ou dos espanhóis António Chenel "Antoñete", Juan Garcia "Mondeño", Paco Camino, Diego Puerta ou Pedro Moya "El Niño de la Capea"? (este na Corrida da Imprensa de 1983). E tantos e tantos momentos protagonizados por forcados, que terão salvo da monotonia e do fracasso outras tantas corridas?, como foi o caso do grupo dos Amadores de Montemos, capitaneados por Joaquim José Capoulas, na corrida da Liga Contra o Cancro, em 1965, ao pegarem de cernelha cinco toiros de Manuel e Mário Vinhas!

Registe-se ainda outra curiosidade: em 20 de Abril de 1919, sob a gerência do empresário Segurado e a exemplo do que por vezes também se praticava em Espanha, foi a arena da monumental lisboeta dividida em duas, lidando-se toiros, simultaneamente, em ambas metades.

FOTO: Empresa da Praça de Toiros do Campo Pequeno - Lisboa

In CAMPO PEQUENO - Sítio oficial da Praça de Toiros

https://campopequeno.com/tauromaquia/historia/as-grandes-galas

CAMPO PEQUENO – LISBOA : A HISTÓRIA DA MAIOR PRAÇA DE TOUROS DO PAÍS

 


1903 : O cavaleiro José Bento de Araújo participou na  tourada de homenagem a "S.M. el Rey Don Alfonso XIII", que teve lugar na praça do Campo Pequeno.
FOTO: Arquivo da CML

A Praça de Toiros

         Segundo documentos que faziam parte da Biblioteca Real do Paço de Mafra, datam de 1741 as primeiras referências à realização de corridas de toiros no Largo do Campo Pequeno, ou Alvalade o Pequeno. Aí foi construída uma praça de madeira, de reduzida capacidade para espectadores. Desde então existiram praças de toiros em alguns pontos da cidade, designadamente Xabregas, Junqueira, Salitre e Campo de Santana.


        A actual praça de toiros do Campo Pequeno sucedeu à que existiu no Campo de Santana, inaugurada a 3 de Julho de 1831 e encerrada em 1888, na sequência de uma vistoria que interditou o edifício, por questões de segurança relacionadas com o mau estado de conservação.


1882 - Praça de Touros do Campo de Sant'Anna (por ocasião da visita dos Reis de Espanha a Portugal).
Biblioteca nacional de Portugal

        A 19 de Fevereiro de 1889, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou uma proposta para conceder à Casa Pia, instituição que ainda hoje detém a exclusividade da organização de corridas de toiros em Lisboa, um terreno para a construção de uma nova praça de toiros, no Campo Pequeno.


        Por dificuldades económicas, a Casa Pia concedeu a uma empresa privada o direito de construção do recinto e o da sua exploração por 90 anos, findos os quais o edifício lhe deveria ser entregue, livre de quaisquer ónus ou encargos. Para o efeito constituiu-se a Empreza Tauromachica Lisbonense, cujos accionistas fundadores foram: Albino José Batista, Alfredo Ascensão Machado, António Anastácio Gomes, António Cardoso de Oliveira Júnior & Irmão, António J. Dias da Silva, Domingos Esteves de Oliveira Gouveia, Duarte Pinto da Silva, Frederico Ressano Garcia, Guilherme Bizarro da Silva, José Rodrigues Pires, Luís Ernesto Reynaud, Manuel Gouveia Júnior, Manuel J. Alves Dinis, Manuel Luís Fernandes, Raimundo Silva Leal e Tomás Garcia Puga. Mais tarde entraram também para a ETL Eduardo Perry Vidal e José Batista Pinhão.


        O custo da praça orçou em 161 200$000 réis, pagos pelos referidos accionistas, que ficaram com o direito de propriedade e da organização de corridas pelo período referido, na condição de pagarem à Casa Pia uma renda anual de 3500$000 réis.


18 de Agosto de 1892 - 18 de Agosto de 1992 - Um século que retrata a própria história do toureio em Portugal


        Gerações de aficionados foram testemunhas nas bancadas da praça de Toiros do Campo Pequeno, de uma parte substancial da história do toureio em Portugal. Durante o primeiro século de existência, a Praça de Toiros do Campo Pequeno foi igualmente palco de acontecimentos políticos e sociais que fazem parte da própria história recente de Portugal.


        Triunfos, galas, sustos e mesmo tragédias, sucederam-se neste cenário, desde que, em 18 de Agosto de 1892, o primeiro toiro de Emílio Infante da Câmara saiu à arena. A sua lide coube ao cavaleiro Alfredo Tinoco o qual, a par do seu alternante dessa tarde, Fernando de Oliveira, disputava o primeiro lugar no naipe dos mais importantes ginetes do século XIX. Para a história, recorda-se o cartaz inaugural: Cavaleiros Alfredo Tinoco e Fernando de Oliveira. Bandarilheiros: Vicente Roberto, Roberto da Fonseca, José Peixinho, João Calabaça, João Roberto e os seus colegas espanhóis Felipe Aragón "Minuto" e "Pescadero".


        A fazer fé num testemunho da época, in "Vocabulário Taurino", do escritor António Rodovalho Duro "Zé Jaleco" " a lide não foi nesta função das mais animadas, porque os toiros de Emílio Infante eram de respeito e os artistas, para terem com eles a devida consideração, não se atreveram a incomodá-los com as férreas carícias".


Praça de Touros do Campo Pequeno.
FOTO: Arquivo da CML


In CAMPO PEQUENO - Sítio oficial da Praça de Toiros

https://campopequeno.com/tauromaquia/historia/a-praca-de-toiros

22 DE NOVEMBRO DE 1910 – LUANDA : PARTIDA DE FRANCISCO BENTO DE ARAÚJO (FILHO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO) PARA ÁFRICA

 


Biblioteca nacional de España

NOTICIAS

— Loando. (NOTA : Luanda) — El día 22 de Noviembre marcharon para esta población el rejoneador Francisco Bento de Araujo, el novillero José Quiroz (Carpinterito) y el banderillero y empresario Leopoldo Alves (NOTA : Foram contratados para 20 corridas em Angola).

In EL TOREO, Madrid – 5 de Dezembro de 1910

10 DE AGOSTO DE 1893 – NIMES : MAIS UMA GRAN CORRIDA COM «TOROS DE MUERTE»…


 

Bibliothèque nationale de France

Toros de Muerte

            Nîmes. — Aujourd’hui a eu lieu, aux arènes, la quatrième gran corrida de toros de Muerte. Cette solennité tauromachique avait attiré plus de 20,000 spectateurs dans cet amphithéatre.

            Les six toros ont été combattus par le matador de cartel Cara-Ancha, le matador Fuentes, et leurs quadrilles.

            Les quatre derniers taureaux ont été tués, deux par Cara-Ancha, deux par Fuentes. Cara-Ancha a envoyé ad patres son premier par un pinchazo et une estocade. Fuentes a tué son premier avec une estocade profonde, son second par trois coups d’épée.

            En résumé, la course a été des plus brillantes.

O bandarilheiro José Moyano Fernández (EL RUBIO) actuou também em Lisboa e no Porto.
FONTE : EL NAZARENO
https://www.periodicoelnazareno.es/

            Les toréros excellents, notamment Mayano (NOTA : o nome correcto do bandarilheiro sevilhano é José Moyano Fernández - EL RUBIO), qui a banderillé deux toros d’une façon supérieure ; les matadors vaillants, les caballeros en plaza, (José) Bento de Araujo et Maria Gentil (NOTA : Apelidos correctos : Maria Gentis ou Maria Genty), très applaudis. Huit chevaux ont été tués.

In LE JOURNAL, Paris – 14 de Agosto de 1893

9 DE JUNHO DE 1918 – ALGÉS : FRANCISCO BENTO DE ARAÚJO (FILHO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO) «ANDOU REGULARMENTE» NUMA CORRIDA «BURLESCA»…

 


Hemeroteca Digital da CML

TAUROMACHIA

Praça de Algés

            Os amadores das touradas burlescas decerto ficaram satisfeitos com a corrida realisada hontem n’esta praça, pois a lide esteve animada, mormente durante a ferra das maravilhas, que deu origem a varios episodios mais ou menos comicos, do que resultou publico rir bastante.

            Na lide, como de costume, tomaram parte varios amadores os quaes, se não mostraram grandes aptidões para o toureio, em compensação evidenciaram arrojo.

            Muito apreciados, alcançando um successo de gargalhada, os intervallos comicos a cargo do popular Antonio Preto, e muito desunidos os forcados cujo trabalho teve a collaboração de varios espectadores que executaram algumas peças.

            O cavalleiro Francisco Bento d’Araujo andou regularmente nos touros que farpeou, tendo principalmente no 1.º, algumas sortes á tira e á meia volta bem executados que lhe valeram muitas palmas.

            No trabalho de bandarilhas, apenas se destacou o amador Joaquim do Carmo na colocação de um par a quarteio. — S. C.

In DIARIO NACIONAL, Lisboa – 10 de Junho de 1918

20 DE JULHO DE 1891 – PARIS : A JOVEM MARIA GENTIS (OU MARIA GENTY) COMEÇA A PARTICIPAR EM TOURADAS (COM O APOIO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO)


 


Bibliothèque nationale de France

THÉATRES

            On sait avec quel enthousiasme ont été accueillis les débuts de Mlle Gentis.

            Voici quelques détails sur la vaillante cavalière en plaza, qui fait en ce moment courir tout Paris. Mlle Gentis, dont les débuts comme écuyère de haute école remontent à trois ans, a été successivement à l’Hippodrome et au Nouveau-Cirque. Au commencement de cette saison, l’idée hardie lui vint de tenter le combat au javelot contre le taureau.

Bibliothèque nationale de France

            L’originalité de cette innovation séduisit la direction des Arènes (NOTA : Mr Payot), et Mlle Gentis commença à répéter au mois d’avril. Le caballero José Bento de Araujo, quoique engagé pour deux représentations seulement, se mit, avec la meilleure grâce du monde, à la disposition de la direction pour aider Mlle Gentis de ses précieux conseils et de son expérience. Devant cette attitude courtoise et désintéressée, la direction s’est attaché l’habile cavalier en place pour toute la saison.

            Le cheval que monte Mlle Gentis est un étalon très difficile, qui n’est à Paris que depuis deux mois. C’est donc après quelques essais sommaires que la charmante jeune femme est parvenue, grâce à l’habileté qu’on lui connaît, à l’accoutumer à ces exercices tout spéciaux. Les résultats qu’elle a obtenus sont surprenants et justifient pleinement le succès consacré par tous les afficionados.

Jennius.


In LA LIBERTÉ, Paris – 25 de Julho de 1891

1891 - PARIS : A JOVEM MARIA GENTY (OU MARIA GENTIS) NO MUNDO DAS TOURADAS COM OS CAVALEIROS PORTUGUESES...

 
© Bibliothèque nationale de France

Affiche des Arènes du Bois de Boulogne

Imprimerie Émile Lévy (Paris), 1891

Lithographie en couleur, 130 x 96 cm

      À l’aube de l’Exposition universelle de 1889, le comité d’organisation et le conseil de Paris s’entendent pour ériger des monuments plus ou moins durables, comme la Tour Eiffel, et programment des événements destinés aux nombreux visiteurs internationaux, comme des courses de taureaux. En 1857, déjà, l’Hippodrome de Passy avait organisé des ferrades, courses de jeunes taureaux ou de vachettes sans effusion de sang, renouvelées en janvier 1887 à l’Hippodrome de l’Alma pour lever des fonds au bénéfice des « Inondés du Midi ». Les afficionados et les toreros protestent chaque fois contre l’interdiction de « pique » et de mettre à mort le taureau.

       Ainsi, ils espèrent que la règle sera modifiée lorsque, en 1889, sont construites, en bois, les Arènes du Champ-de-Mars, d’une jauge de 14 000 spectateurs. Ouvertes le 27 juin 1889, elles présentent des courses – corridas – espagnoles et des courses françaises, prétextes à valoriser les exercices de sauts avec perche et sans perche au-dessus de « vaches » landaises notamment. La mise à mort du taureau fait l’objet d’un simulacre avec l’envol d’une colombe. Mais très vite, aux dires de la presse de l'époque, les toreros espagnols et provençaux passent outre l’interdiction d’effusions de sang, renforçant de ce fait le débat sur l’issue d’un combat de taureaux. Fermées à la fin de l’été, les Arènes du Champ-de-Mars seront remplacées par la Gran Plaza de Toros, bâtie à l’automne au Bois de Boulogne par un aéropage d’éleveurs espagnols menés par le Duc de Veraga. Inaugurées avec faste le 9 octobre 1889, les arènes présentent des cuadrillas provençales et espagnoles à pied dans leurs costumes traditionnels, et des cavaleirosportugais en tenue du XVIIIe siècle. Sous un dôme de fer et de verre immortalisé par l’artiste peintre française Berthe Morisot en 1893, les courses se poursuivent chaque année avec mise à mort du taureau. En juillet 1891, la presse annonce un évènement Maria Gentis – ou Genty –, une écuyère de haute-école formée par le maître écuyer Auguste Raux, connue du public du Cirque d’Hiver et du Nouveau Cirque, combattra le taureau en caballera en plaza, la version portugaise du rejoneadorespagnol. Le caractère exceptionnel de son intervention est double : peu de femmes remplissent cet emploi, et qui plus est, c’est en amazone qu’elle monte à cheval armée d’un javelot, pour attaquer un taureau aux cornes « emboulées » pour ne pas blesser son cheval. Revêtue d’un costume d’amazone de l’époque Loui XV, Maria Gentis apparaît ainsi entre 1891 et 1894 comme cavalière en plaza auprès de son mentor portugais, José Bento de Araújo, dans des courses organisées à Paris et dans des ferias régionales comme celles de Nîmes ou de Bayonne, montée sur son cheval Orloff. 

        C’est auréolée de ses nouveaux succès qu’elle poursuit ses exercices de haute école sur les pistes des grands cirques.

In Bibliothèque nationale de France (BnF, département des Estampes et de la photographie, ENT DN-1) (LEVY,Emile/1)-GRAND ROUL )

1 DE JULHO DE 1898 – RIO DE JANEIRO : O CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO ABALA…

 
Biblioteca nacional do Brasil

TAUROMACHIA

            Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe.

            Assim diz o dictado, e assim é. Esta nossa vida é um verdadeiro vae-vem continuo de illusões e desillusões, tristezas e alegrias.

            Em compensação a essas alegrias, que não duram, temos as nossas tristezas, que felizmente tambem acabam. E tanto assim é que tenho hoje duas boas noticias a dar aos amadores de touradas e assiduos frequentadores da bella praça das Laranjeiras.

            A primeira boa noticia é a seguinte: José Bento (de Araújo), o sympathico e arrojado cavalleiro, parte brevemente para a Europa.

            Mas, meu Deus ! Decerto exclamarão os meus caros leitores. Vamos ficar muito peior de que já estavamos. Se o Club Tauromachico Federal já tanto se resentia da falta de bons toureiros, como poderemos regosijar-nos com a partida de José Bento (de Araújo), um dos poucos artistas de valor que possuimos !? Pois é verdade.


            José Bento (de Araújo) parte e os leitores d’estas chronicas tauromachicas devem alegrar-se, e muito, ao saber qual o motivo da sua partida. Eil-o :

            José Bento (de Araújo) parte, mas volta breve : vai tão sómente com o fim de contratar bons artistas e comprar touros, mas touros bons de casta e puros. Se por um lado vamos ficar privados do sympathico artista por algumas semanas, teremos como recompensa a esta ausencia a certeza de que dentro em breve vamos gozar no redondel das Laranjeiras verdadeiras touradas com uma quadrilha de artistas, escolhida entre toureiros de primeira ordem, e com boas féras.

            Assim, pois, acabará aquella pasmaceira, a que tristes temos assistido todos os domingos, e, com enchentes á cunha, será ella substituida por delirante enthusiasmo.

            Entre os artistas que José Bento (de Araújo) espera contratar figura o celebre espada Faico.

            É um bom artista. Vimol-o trabalhar por differentes vezes em Madrid e Sevilha, e podemos garantir que deve agradar muito aqui. Em Madrid é elle tido hoje como um dos primeiros espadas hespanhoes.

            Emquanto aos touros, dizem-nos que serão apartados por José Bento (de Araújo) em pessoa, e tirados das manadas dos melhores ganaderos de Portugal. Isto equivale a dizer que teremos boas féras.

            Levantemos, pois, todos um hurrah a José Bento (de Araújo), que não se poupa a sacrificios quando se trata de bem servir o publikco. Boa viagem, e que volte breve a encontrar n’esse mesmo publico, por quem se sacrifica e que tanto estima, justa recompensa a esses sacrificios.

Minuto.

In A NOTICIA, Rio de Janeiro – 1 – 2 de Julho de 1898