1895 - PRAÇA DE ALGÉS: SUCESSO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA 3.ª TOURADA DA ÉPOCA



CHRONICA DAS CORRIDAS

TOUROS EM ALGÉS

3.ª corrida da epocha de 1895

ESPADA - Joaquim Navarro (Quinito).
SOBRESALIENTE - Francisco Carrillo.
TOUROS - Do ex.mo sr. Emilio Infante da Camara.

Alguns attractivos, taes como, a feira de Sacavem e a festa no hyppodromo, desviaram um pouco a concorrencia da praça de Algés.

Sejamos francos: se um dia formos emprezarios a primeira cousa que fazemos é offerecer a praça para as senhoras promoverem corridas. Podem contar comnosco e com a nossa praça.

Ha um desastre, ha um naufragio, ha um pretexto para as madamas espalharem o flato, o que se lembram é d'uma corrida de touros, por ser o espectaculo mais productivo e mais nacional. Muito bem.

Digam-me as minhas ricas almas caritativas da bolsa alheia, quando é que se lembrarão de não promoverem festas em dias de corridas de touros?

Emprezarios palermas, vêde as vossas casas desertas, e deixae vos seduzir pelas maviosas palavrinhas das candidas creaturas que só em vós pensam quando necessitam d'uma corridinha de touros. Vão-lhes ao bolso, e quando se lhes offerece a occasião, elles ahi estão bajojos, panocas, tansos, e presos pelo beicinho, como ursos de feira, a roncarem atraz do domador porco immundo. Idiotas.

Deixemos a divagação e vamos aos toureiros e ás feras.

A corrida agradou a uns e desagradou a outros como sempre. Cá a rapaziada, que rabisca no jornaleco, vae dizer o que se passou, e sente não dizer tudo, porque para isso não lhe chegava o jornal e muito menos a massa que tinha que gastar no cartorio de qualquer escrivão amigo.

Vamos ao espada.

Quinito

Trabalhador em alguns touros, desconfiado n'outros, porque já sabe como ellas mordem, e se as suas faenas não foram luzidissimas deve-se a uma serie infinita de defeitos, que as rezes apresentam.

Na lide á hespanhola esteve trabalhador no 2.º touro e apathico no 1.º, que era de respeito, de poder e com aquella velhacaria natural nos touros corridos e de saber.

Teve quites bonitos e de effeito no 2.º touro, e só lhe notámos que demorou a lide para proveito seu, visto que no 2.º touro podia luzir-se, o que conseguiu, embora isso não nos agradasse; mas como agradou ao publico, cala-te bôcca, socega penna, e vamos adiante.

Com bandarilhas não gostámos. Não houve motivo para não entrar mais um pouco no terreno da sorte, consentindo, para poder aproveitar com segurança el hachazo e collocar bem os ferros.

Não o fez, não consentia, defendia-se com os touros, e mal chegava os ferros.

Quando el toro cargaba la suerte, deixava los palillos e sahia por pies. Não gostámos.

Com a muleta teve uma faena superior e com intelligencia n'um dos touros.

Foi colhido sem consequencias, e não mostrou desejos de esquivar-se á brega.

Com touros claros é possivel e crivel que tenha uma tarde de glorias.

Muito descuidado na direcção da praça, consentindo um perfeito herradero, e muito demorado na mudança do primeiro tercio.

A serie de encontros do cavallo com o touro deve-se ao mau serviços dos peões e da pouca energia do matador. Causou respeito e medo o 1.º touro para a lide á hespanhola, e d'ahi a descuidada direcção.

Sobresaliente novillero Carrillo

Teve um dos melhores touros da corrida, que foram poucos; mas a ignorancia, manifestamente declarada, inhibe-nos de o apreciar.

Com as bandarilhas fez o que pôde e o que soube.

Com a muleta fez o que soube e o que pôde, ou seja grão com arroz, ou arroz com grão. Adeusinho, e fica-te por lá; não te esqueças.

Cavalleiros

Tinoco.

Anda com mala pata.

Emquanto não se benzer com um corno, e não fizer o mesmo que o celebre algarvio fez ao Tejo, quando este lhe enguliu o cahique, ha-de dar motivo aos despeitados para lhe morderem nas canellas. Ha cães por todos os lados, ha por ahi cada bull-dog que está a precisar de balinha de marmello.

Quando Tinoco saía da praça ...
que puxavam o trem que o conduzia ...
e foi ...
por causa de ... palavras!
... Assim .... Já vês que ...
... era impossivel ...
... ter ...
... ha-de ser breve ...
... percebes Tinoco?

José Bento (de Araújo)

Foi um heroe, um cavalleiro consummado, um artista valente e correcto. O seu 1.º touro foi brilhantemente farpeado com arte, denodo e frescura.

Bravo, Zé Bento (de Araújo)!

Fiquem sabendo, meninos, joias, queridinhos, ricos filhos, que este jornal, ainda que mal escripto e por consequencia sem auctoridade, é orgão do cavalleiro Zé Bentinho. Querem mais franqueza? Só falta uma coisa para a declaração ser completa: Guerrita dá-me dinheiro, veste-me, calça-me, sustenta-me e paga-me a entrada para o applaudir.

Já vêem que um pendego, como eu, não está lá com meias medidas, é pago e repago, por consequencia ha-de dizer bem e tocar las palmas.

Arre, malandros! digo eu.

Picadores

Com as puyas com que trabalham é melhor a auctoridade prohibir essa lide.

Francamente, estamos n'um paiz de peigas!

Então o ferro da bandarilha, que é mais comprido, admitte-se, e não se tolera a puya de tentar? Como querem que um picador agarre bem o morrillo se as puyas não penetram? Que grandes penetras são estes senhores que se horrorisam com que um touro seja picado e retire a causa, e não se apoquentam por vêr na cachaceira 10 ou 12 ferros de 21 centimetros, que durante horas de conservam espetados no bichinho?

Então a puya é mais mortificante que as bandarilhas?

Ó meninos, fechem as praças de touros, porque, realmente, nós somos muito haumanos, e não queremos estar a vêr fazer mal aos animaes!

Vamos para o Inferno e não temos esperanças de bebermos alguma coisinha no Entroncamento, assim como quem diz no Purgatorio.

Malvados! Selvagens! Ai credo!

Bandarilheiros

Rodas, Moyano, Theodoro, Cadete e Saldanha bem no que fizeram.

Os restantes, Sevilhanos. Pipos e Pipas á altura da fama que gosam. Olé los niños valientes.

Pegadores

Duas pegas boas e rijas.

Director da corrida

Um perfeito presidente da camara dos deputados.

Quem toma o expediente que Jayme tomou, na questão do orçamento, perdão, na questão do capote, se era Theodoro ou Quinito que deveria tourear, prova que tem recursos presidenciaes. E a grande questão +e que, a campainha tocou, e os elitos do sol e da sombra metteram a viola no sacco e a coisa passou sem protestos.

Arre diabo, com essa energia ainda a gente ha de ver coisas boas; ao menos valha-nos o Jayme.

(Já me esquecia dizer que o Jayme tambem me dá dinheiro).

Em me dando para dizer bem, é isto que veem. O que vale é que este jornal é lido só pelos seus redactores, porque se muita gente o lêsse sempre desconfiariam alguma coisa. Emfim, por emquanto vamos assim, até chegar o dia... de balanço final.

Monos sabios

Appareceu um com bigode. Que grande reinação!

Serviço da praça

Pessimo, horrivel e sem ordem. O unico que comprehende bem o seu logar é o Pae Paulino.

Reparem para a carinha d'elle, quando abre a porta aos cavalleiros.

Homens dos pasteis

Uns mariolões de bonet branco a incommodarem toda a gente.

Homens da cerveja

O prato de resistencia para os espectadores. Fabricas de gargalhadas e grandes consumidores de papel pardo.

Touros

Saibam quantos lerem esta resenha que no anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de 1895, no dia 13 do mez de junho, n'esta cidade á beira-mar plantada, perante mim se correram 12 touros, que tiveram a seguinte classificação: o 2.º, 5.º e 9.º bons, ainda que chegavam ao ultimo tercio com má intenção, o 8.º regular, o 3.º um animal de muito poder, valentia e velhacaria e o 11.º de menos poder que este ultimo, mas com as mesmas qualidades do 3.º. Os restantes podem ir todos para a raiz da grande choupa que os ha-de matar, que não fazem cá falta nenhuma.

Por ser facto notorio e provado com as testemunhas presentes, todos maiores, casados, solteiros, viuvos, moradores n'esta cidade de Santo Antonio Milagroso, que as corridas de touros são todas a mesma coisa, a questão é mudar lhe o nome ao lavrador; attesto ser verdade o que as respectivas victimas me disseram, que, além de boas pessoas, estão sempre em risco de terem as costellas partidas por causa dos matutos com que lidam.

Assim fica lavrado nas minhas notas, adeus, ó menino como pachastes, até domingo se Deuz quizer.

Logar do signal publico, um sello de 800 réis ao tabellião, que já estou farto de reconhecer tunantes, e eu mais não digo.

ROMÃO GOMES

In A TOURADA - REVISTA TAURINA, Lisboa - 3 de Junho de 1895

28 DE NOVEMBRO DE 1897 - RIO DE JANEIRO: CORRIDA INAUGURAL NA NOVA PRAÇA DE TOUROS DAS LARANJEIRAS

 

Biblioteca nacional do Brasil


Tauromachia

Foi, como previamos, um successo memoravel a corrida inaugural da nova praça das Laranjeiras.

Cerca de seis mil pessoas encheram-n'a litteralmente, e seguramente mil voltaram da porta por falta de logares.

E aquella enorme multidão que se agglomerava no elegante edificio assistiu a uma tourada como bem poucas se têm realizado nesta capital.

Foram lidados seis touros portuguezes, cinco delles verdadeiramente bravios e que proporcionaram aos artistas sortes magnificas e ruidosamente applaudidas.

O primeiro foi destinado ao intrepido cavalleiro Alfredo Tinoco e deu sortes muito boas.

O Calabaça e Morenito lidaram o segundo touro, enfeitando-o a valer. Passado á capa por El Gordito com grande percicia, que mereceu francos applausos dos afficionados, foi a féra pegada de cara pelo Jacaré, que se portou como um heróe.

A José Bento (de Araújo) coube o terceiro touro, que se mostrou muito cordeiro, dando occasião a que o applaudido e habilissimo cavalleiro apenas lhe applicasse tres ferros.

O quarto foi lidado a sós por El Gordito, que arrancou applausos irreprimiveis da multidão com o seu bello trabalho.

Pontes, Cruz e Manoel Biade trabalharam o quinto touro, ou antes trabalharam-n'o sómente os dois primeiros artistas, que se portaram com a costumada correcção. O outro, o Sr. Biade, que fazia a sua estréa, uma estréa verdadeiramente infeliz. O publico, sempre impiedoso, vaiou-o obrigando o intelligente a mandar recolher a féra, que causava um teror invencivel ao estréante.

A corrida teve a chave de ouro. O ultimo touro, destinado a José Bento (de Araújo) e Alfredo Tinoco, mostrou-se verdadeiramente feroz e deu occasião a que os dois notaveis artistas puzessem em contribuição todos os seus prodigiosos recursos.

Tambem não se descreve a ovação que receberam.

In O PAIZ, Rio de Janeiro - 29 de Novembro de 1897

15 DE AGOSTO DE 1892 - PARIS: TOURADA EM DIA DE PROCISSÃO

 


THEATRES

— Aujourd’hui lundi, à 3 heures, à l’occasion des fêtes de l’Assomption, grande course de taureaux aux Arènes de la rue Pergolèse.

            Au programme :

            Mlle Maria Gentis, caballera en plaza, José Bento d’Aranjo, caballero en plaza, José Alvarez et sa quadrilla ; Lombros et son quadrille «fin de siècle».


In LA LANTERNE, Paris - 16 de Agosto de 1892

27 DE JULHO DE 1909 - RIO DE JANEIRO: OS CAVALEIROS MORGADO DE COVAS E JOSÉ BENTO DE ARAÚJO VEDETAS DA “FITA NATURAL” (FILME) “FESTAS EM LISBOA”

 


Biblioteca nacional do Brasil

CINEMA-THEATRO

(Rua Visconde do Rio Branco, 53 - Rio de Janeiro)

EMPREZA  CORRÊA & C.

Operador e electricista, F. J. de Oliveira

Unico no genero nesta capital


— Amanhã, a importantissima fita natural: FESTAS EM LISBOA. Em um dos quadros desta fita vêem-se os cavalleiros José Bento (de Araújo) e Morgado de Covas praticando o JOGO DO PAO.

In JORNAL DO BRASIL, RIO DE JANEIRO - 26 de Julho de 1909

SETEMBRO DE 1887 - LISBOA: AS CORRIDAS NA PRAÇA DE TOUROS DE SANT'ANNA

 


Biblioteca nacional de España

DESDE LISBOA

¡EH! ¡Á LA PLAZA!

            Termináronseme papel y alientos cuando en mi carta anterior iba á dedicar algunas lineas á una fiesta de toros. Pertrecho hoy de uno y otros, acudo gustoso á cumplir lo ofrecido puesta la voluntad y el propósito en hacer agradables mis noticias á los lectores de ese su diario.

            Es lo primero que llama la atencion en punto á espectáculos taurinos en esta capital, la original manera de anunciar cada corrida. De análoga guisa que en nuestras pequeñas poblaciones y en alguna capital de provincia hacen los artistas de circo, dos ginetes vestidos del color de los cangrejos cocidos, recorren las calles algunas horas ántes de la designada para la funcion tocando una trompeta que suena á cuerno y repartiendo profusamente programas. ¡ Los programas! En esto si que no puede competir nadie con el bombo portugués. La fiesta artística es calificada de interesante, magestuosa, grande, deslumbrante y espléndida ; los toros de bravísimos ; el conjunto de toros que han de sufrir las suertes, llamado Curro, de formidable ; de admirable el efecto y de maravillosa la impresion. ¿Cáben más epítetos? Paréceme que no.

            Decidme quien que no esté familizarizado con el elogio de esta tierra, deja de ir á la tourada despues de tragar el anzuelo de un programa. Confieso mi debilidad ; fuí yo de los pescados y con tiempo de sobra encaminéme á la plaza del campo de Santa Ana (NOTA: a praça de touros do Campo de Sant’Anna ficava no actual Campo dos Mártires da Pátria. A história pode ser consultada no site oficial da Junta de Freguesia de Arroios: https://jfarroios.pt/a-freguesia/patrimonio/antiga-praca-de-touros-do-campo-santana/), en tales alturas asentada que tuve precision de servirme de ascensor para no echar los pulmones ántes de ver tan empinada diversion. Ascensores he dicho, y no tomeis á broma la palabra.

            La Compañia de los ascensores mecánicos  de Lisboa, ascension que se realiza por medio de un plano inclinado funicular, tiene establecidos dos de sus coches, uno ascendente y otro descendente en la Calzada do Labra (NOTA: A história sobre o ascensor do Lavra pode ser consultada no site da Câmara Municipal de Lisboa: https://informacoeseservicos.lisboa.pt/contactos/diretorio-da-cidade/ascensor-do-lavra), camino de la plaza, así como en la Calzada da Gloria, frente por frente de la anterior, camino del peregrino paseo de San Pedro de Alcántara, con mayor elevacion que nuestro viaducto de la calle de Segovia, embellecido por precioso jardín, estátuas y cómodos asientos.

            La plaza de toros (NOTA: Praça de Touros de Sant’Anna que acabará por começar a ser demolida em 1889.) es pequeña y de aspecto pobre. Encuentro entre ella y la nuestra de Madrid la  misma distancia que hay entre el valor de nuestros toreros y las mojigangas de por aquí.


            Por cierto que los revendedores son más felices que en la córte del oso; pues venden ó revenden públicamente, diciendo á grito pelado ¡Sol é sombra! Verdad es que no son avarientos en la ganancia y sólo reclaman una perra gorda (veinte reis) por cada billete.

            Los revendedores madrileños son hoy los genuinos representantes de la fábula de Samaniego Las moscas (NOTA: O texto de Félix María de Samaniego sobre as consequências dos vícios e das tentações pode ser lido e/ou escutado, aqui, no site da Biblioteca Virrtual Miguel de Cervantes: https://www.cervantesvirtual.com/obra/las-moscas--0/); como ellas son víctimas de su apetito desenfrenado.

            Las corridas se clasifican aquí en diurnas y nocturnas, y los toros en puros y experimentados. Las corridas nocturnas comienzan á las nueve y media hallándose iluminada la plaza por 2.500 luces de gas. Despues sabreis lo que son toros puros, en estado de canuto, y qué experimentados.

            Diurna fué la que ví, Calabaza (NOTA: Calabaça) se apellidaba uno de los beneficiados. La cortesía entre portugueses es tan ilimitada que Calabaza y su consorte en el beneficio daban las gracias al comprador del billete en éste de la forma siguiente: Os beneficiados agradecen.

            Mas la filarmónica, Calceiteiros (NOTA: Calceteiros) municipaes que abrillanta el espectáculo, alternando con la banda de ciegos de la casa Pía, termina su última pieza ; el riego del coso está hecho y la plaza atestada de impacientes que entretiénense en silbar ó en beber cerveza y botellas de gaseosa.

            Cayóseme el alma á los piés al aparecer los lidiadores. No espereis que os hable del paseo de las cuadrillas, de ese paseo en que lucen su sal los toreros españoles llevándose su donaire y guapeza los ojos de las hembras y los entusiasmos de los hombres. Atraviesan la plaza estos toureiros con gravedad, con plomo, haciendo descansos cada cuatro ó cinco pasos que dan, formados en dos filas, cabizbajos, tristones, sin lucir la gallardía, dando al viento las huecas patillas : esto los infantes, los pedestres ; que los caballeiros (NOTA: Cavaleiros)  recorren el ruedo haciendo saludos y monadas con stres. Los fidalgos se deshacen las manos á aplaudir, todo lo hallan  digno del ruido de sus palmas y ayúdales en tan ruidoras manifestaciones la música endemoniada que por órden de no se quién, torea un ratito siempre  que algun torero hace algo regular : es como intérprete del agrado del público.

            Despues de los cumplimientos de estilo, sigue el grandioso torneo tauromáquico de los 13 touros (este es el número de costumbre). Unas reses son farpeadas (rejoneadas) por los caballeros, poniéndolas hasta 10 ó 12 rejones, y otras son bandarilhadas con cinco ó seis pares de zarcillos. (NOTA: Zarcillo é um termo usado antigamente para referir as bandarilhas. Mais informação: http://www.cetnotorolidia.es/opencms_wf/opencms/diccionario_taurino/Z/Zarcillos.html)

            Como atractivos!!! préstase algun banderillero á poner ferros de palmo ó ejecuta el arriscadísimo salto de garrocha.

            Esto es todo ; de tarde en tarde se pasa de muleta algun bicho, y como final de estas lidias salen en vez de las mulillas los cabestros, volviendo al hogar de la familia al jóven predestinado á quien ni aun se le consiente la defensa y la lucha noble, puesto que se le embolan los cuernos.

Como detalles de esta desgraciada corrida por mí presenciada, os diré que el público se exasperó una sola vez pidiendo outro boy, como sustituto del corrego que el Excmo. Sr. Labrador había escogido de sus opulentas manadas.

            Allí estaban, no en la manadas sino en la plaza, dos toreros compatriotas, el Minuto y el Pescadero, por quienes oí dos ó tres veces el grito de fora espanhol : y á pesar de que se ne iba de las manos la bengala ó baston, he de declarar que estuvieron detestables, casi peor que los portugueses. ¡Qué contraridad para mí, que los hubiera deseado Frascuelos ó Mazzantinis!

            Ahora ya sabeis lo que son toros inocentes y toros de experiencia : unos y otros rivalizan en piés ligeros y en corazon cobarde.

            Otro detalle de gracia. Los beneficiados unieron dos capotes de paseo y recorrieron la plaza pidiendo dinero y haciendo reverencias. El público los agasajo además de los reis, con ramos y bouquets. ¡Cosa extraña, un torero cargado de flores como una actriz.

            Salgamos ya ; yo de la plaza y vosotros del artículo. En medio del mayor órden desfila el público, sin que haya posibilidad de atropellos de coches y caballos.

            Allí no ví un solo vehículo ; las cuestas no lo consienten ; en cambio funcionam rápidamente los ascensores mecánicos.

            ¿Qué más he de deciros? Abogando por la exactitud, la única ley del que escribe, recinozco que hay caballeiros habiles y bandarilheiros buenos ; pero la mayoría suele tirar presto el capote á la testa del cornúpeto y saltar al corredor por la trincheira (barrera) con harta frecuencia. El Sr. (José) Bento de Araujo es un buen rejoneador, y los hermanos Robertos dos banderilleros de pró.


            Poco dado á las generalizaciones de hechos aislados, que este vicio es el que extravía á los escritores ultra pirenáicos cuando de Espãna se ocupan, procuro ceñirme á la verdad, aprisionando con fuertes ligaduras la imaginación. Así se alcanzan la autonomía del juicio y la veracidad de la aseveracion.

ANTONIO SOTO Y HERNANDEZ.

Lisboa Setiembre 1887.

In LA PUBLICIDAD, Madrid - 13 de Setembro de 1887

25 DE ABRIL DE 1880 - LISBOA: A EVOLUÇÃO DO CAVALEIRO JOSÉ BENTO DE ARAÚJO NA PRAÇA DE SANT'ANNA

 


Biblioteca nacional de España

TOROS EN LISBOA.

    En la tarde del domingo 25 de Abril de 1880, á las cuatro y media de la tarde, se corrieron 13 toros pertenecientes á la muy acreditada ganadería el Ilustrísimo Sr. D. Federico Tavares Bonacho, haciendo su despedida de los afamados matadores José Lara (Chicorro) y Francisco Sanchez, hermano del célebre Frascuelo ; y sus banderilleros los célebres Vicente Mendez (el Pescadero) y Antonio Bulo (el Malagueño), tomando parte tambien Felipe Garcia, que toreó ya aquí en Octubre del año pasado, Ostion, Caixiñas, Roberto, José Peixiño, Sancho y ocho pegadores, siendo caballero en plaza José Bento d’Araujo, tan acreditado en todas las plazas.

    Hechas las cortesias de costumbre por el caballero (José Bento de) Araujo y saludo por la cuadrilla, y á su frente el simpático caballero en plaza, sonó el clarín y saltó á la arena el

    1.º Cárdeno en negro, bien armado, boyante y bravo. El caballero (José Bento de) Araujo le colocó seis rejoncillos aprovechando la puerta de gayola en el primero, y los demás de frente y media vuelta. Roberto da Fonseca tomó el capote y le echó seis verónicas y tres navarras, siendo aplaudido y obsequiado con buenos ouros y pegado de frente.

    2.º Negro, bragado, cornialto, bravo y de piés ; los Robertos le colocaron seis pares de banderillas, aprovechando Roberto la puerta y cinco más al cuarteo ; muchas palmas.

    3.º Negro, careto, bien armado, bravo y de piés. El Pescadero le puso un buen par á puerta de gayola y tres pares al cuarteo y sesgo. Ostion tres más, uno de ellos al cuarteo. Chicorro le dió cuatro verónicas y tres navarras buenas, y pegado de frente. Palmas y puros.

    4.º Negro, bragado y corniabierto. Chicorro tomó la silla y le colocó cinco pares aprovechando la puerta y tomando el capote le dió seis navarras y pegado de frente, palmas y puros.

    5.º Negro, liston y bravo. El caballero (José Bento de) Araujo le colocó seis rejoncillos aprovechando la puerta de gayola, tres más á media vuelta y uno al sesgo. Felipe García le dió parado, sereno y con sangre torera, cuatro verónicas y tres navarras ; muchas palmas y pegado de frente.


    6.º Berrendo en negro, bien armado : entre Peixiño y Sancho le colocaron seis pares, por mitad en su sitio siendo muy aplaudidos.

    7.º Negro, liston, estrellado y bien armado. Felipe García, á puerta gayola, le colocó un buen par dando el quiebro, con mucha sangre fría, y cuatro más ; tomó el capote y le dió cuatro verónicas sin mover los piés, siendo aplaudido y pegado frente.

    8.º Negro, liston, salió abanto. El caballero (José Bento de) Araujo le colocó cinco rejoncillos, aprovechando la puerta de gayola. Chicorro le dió cuatro verónicas y tres navarras ; aplausos y pegado de lado.


    9.º Negro, careto. Francisco Sanchez le puso cuatro pares de banderillas al cuarteo siendo muy aplaudido. Tomó el capote y le dió cuatro verónicas y tres navarras y pegado de frente.

    10.º Negro, bragado. Los hermanos Robertos le colocaron ocho pares de banderillas al cuarteo, frente y sesgo. Roberto le dió seis verónicas y tres navarras y pegado de frente.

    11.º Por los tres espadas Chicorro, Felipe y Frascuelo. Le pusieron dos pares de banderillas cada uno al cuarteo, sesgo y andando, con mérito, siendo aplaudidos muchísimo.

    12.º Verdugo en colorado, cornialto y bravo. Pescadero y Malagueño le colocaron tres pares, el primero aprovechando la puerta de gayola, y Bulo dos, siendo aplaudidos.

    13.º Negro, liston y abanto. Era ya tarde y le pusieron cuatro pares.

Resúmen.

    La corrida ha sido buena : los toros han cumplido como buenos ; bien criados y la mayor parte rematando en las suertes, excepto el cuarto que salió abanto.

    Chicorro, Frasculo, Felipe y Roberto trabajaron á contento del público.

    El caballero José Bento d’Araujo adelanta más cada día y fue muy aplaudido ; toma los toros muy de cerca y sale muy bien de sesgo, que es la suerte favorita de Sedeben y su discípulo Manuel Morisca. Chicorro, Felipe y el hermano de Frascuelo muy buenos.

    La entrada un lleno.

(El corresponsal.)

In BOLETÍN DE LOTERÍAS Y DE TOROS, Madrid - 30 de Agosto de 1880

29 DE AGOSTO DE 1880 - SANTANDER: MAIS UMA ESTREIA DO “REJONEADOR” JOSÉ BENTO DE ARAÚJO DEPOIS DAS CORRIDAS NA PRAÇA DE MADRID


 

Biblioteca nacional de España

LOS ESPECTÁCULOS.

El día 29 del actual se lidiarán en la Plaza de Toros de Santander seis bichos de la ganadería Garín, de Colmenar, por el rejoneador portugués (José) Bento d’Araujo, y el día 30 seis toros de la ganadería de Mazpule, por las cuadrillas de Cara-ancha y Angel Pastor.

In LA IBERIA, Madrid - 26 de Agosto de 1880

4 DE OUTUBRO DE 1891 - PARIS: 20.ª CORRIDA DA TEMPORADA COM TOUREIROS ESPANHÓIS E CAVALEIRO PORTUGUÊS

 


THÉATRES

Dimanche à 2 heures 1/2, 20ème grande course de taureaux aux arènes de la rue Pergolèse.

Au programme :

Angel Pastor, Valentin Martin et leurs cuadrillas ; José Bento de Araujo, Caballero en Plaza et les picadores.


In L'ÉTENDARD, Paris - 3 de Outubro de 1891

15 DE AGOSTO DE 1891 - PARIS: ADIAMENTO DA 12.ª CORRIDA (QUE ESTAVA INICIALMENTE PREVISTA PARA DIA 8) POR RAZÕES RELIGIOSAS

 

SPECTACLES ET CONCERTS

Très brillants, les débuts de Lesaca et du Pouly, dimanche dernier, à la Plaza. Le nouveau matador a été très fêté, ainsi que le quadrille provençal de Beaucaire.

Gros succès aussi pour Valentin Martin, Mlle Gentis et le cavalier José Bento de Araujo, les picadores et l’amateur français qui pique le taureau à la mexicaine.


Dimanche prochain, relâche aux Arènes de la rue Pergolèse.

En raison des fêtes de l’Assomption, la 12ème course de taureaux, qui devait avoir lieu dimanche 8 août, est remise au samedi 15. Il y aura donc des courses le samedi 15 et le dimanche 16 août.

In LE RÉVEIL, Paris - 11 de Agosto de 1891

27 DE AGOSTO DE 1893 - MARSELHA: ESTREIA DO «CABALLERO EN PLAZA» JOSÉ BENTO DE ARAÚJO

 

CHRONIQUE LOCALE

Le Caballero en Plaza. — La nouvelle direction des arènes ne s’endort pas sur son premier succès. Elle réservait aux amateurs marseillais une surprise qui aura pour eux tous les attraits de la nouveauté. Pour la prochaine corrida qui sera donnée le 27 août, avec le concours de deux matadors bien connus, Gavira et Fuentès qui combattront trois taureaux à l’espagnole, elle a engagé, en outre, au prix des plus grands sacrifices, le célèbre cavalier en place José Bento d’Araujo. On sait que le jeu du cavalier en place est un des plus appréciés dans les fêtes tauromachiques d’Espagne. Il faut y déployer autant d’adresse et de courage que d’élégance. (José) Bento (de Araujo) est l’un des caballeros les plus réputés. Ecuyer de haute valeur, il produit très grand effet dans l’arène, et ses exercices si attrayants sont universellement renommés. Ce sera, pour la corrida du 27 août, qui va être entourée de tout l’apparat des grandes courses de la Plaza de Toros, un élément de plus de grand succès.

Bibliothèque nationale de France

In LE PETIT PROVENÇAL, Marseille - 19 de Agosto de 1893

30 DE ABRIL DE 1893 - NIMES: BOM TEMPO E BOA CORRIDA...

 

GARD

La saison taurine s’est ouverte dimanche aux Arènes par un temps splendide et devant un assez nombreux public impatient de juger les promesses de la direction.

Constatons, avant de parler de la course, que les places de troisième et de toril nouvellement créées, n’ont pas été en grande faveur ; elles sont restées vides de spectateurs pendant toute la durée su spectacle. Et toute cette partie de nos arènes, autrefois si vivante, si animée les jours de courses, en restant nue, a produit une mauviase impression, dont le spectacle s’est ressenti, on l’avait privé d’un de ses principaux décors. Dans son intérêt, M. Fayot, fera bien de revenir à l’ancien état de choses et ne réserver ces places de troisièmes que pour les jours de grandes courses.


Le programme de la course a été exécuté très ponctuellement : deux taureaux, cornes nues, ont été combattus par le quadrille Pepe-Hillo ; deux taureaux, cornes emboulées, ont servi au travail du caballero en plaza, (José) Bento de Araujo ; enfin, les deux autres taureaux, cornes emboulées, ont été affectés au quadrille de pégadores nègres. Les cinq premiers taureaux, quoique bien en forme et ayant de l’allure, étaient mous et vicieux ; le dernier, très vigoureux, a fourni une course très brillante.


Le travail du caballero en plaza, fort goûté et apprécié du public, a constitué le clou de la course. Aussi des applaudissements enthousiastes ont salué, à plusieurs reprises, M. (José) Bento de Araujo, que l’on reverra toujours avec plaisir.

Pepe-Hillo a obtenu également beaucoup de succès. C’est un toréador accompli. Possédant une grande audace, il attaque le taureau, se jour de lui avec son manteau, le banderille remarquablement et exécute le simulacre de la mort en maëstro. Deux hommes de son quadrille se sont aussi distingués : Luis Léal et Gonzalito. Les pégadores nègres exécutent un travail qui n’a pas plu à Nîmes. En somme, le spectacle coupé de dimanche, n’a pas pleinement satisfait le public. Ce dernier, très aficionado, aurait préféré et de beaucoup la course classique, c’est-à-dire voir combattre les six taureaux par le quadrille Pepe-Hillo.

En terminant ce rapide compre rendu nous nous permettrons un conseil à M. Fayo : abaissez le prix des places d’amphithéatre à 1 franc et vous y trouverez bien votre compte tout en satisfaisant les spectateurs qui viendront de plus en plus nombreux.

In LE PETIT MARSEILLAIS, Marselha - 2 de Maio de 1893